quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Compilação da Imprensa (111)

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                                        VELA DE ESTAI

FRANCISCO MADURO-DIAS


REMAR PARA O MESMO LADO

In Diário Insular  7.AGO.2021

O verdelho, branco e roxo, juntamente com o terrantez o arinto são a base legal para a produção do vinho com o nome Biscoitos (deixo aqui de lado a parte das designações porque os nomes são diferentes, para a mesma casta, em diferentes ilhas, mas isso é outra história...).

Quem visite o Museu do vinho da Casa Agrícola Brum, nos Biscoitos, descobrirá, no entanto, que, ao lado dessas, muitas outras castas já "andam por cá", pelas ilhas, há um ror de anos, com testemunhos reunidos num campo ampelográfico que o meu amigo Luís andou a compor, depois de as encontrar meio esquecidas, aqui e ali.

Quem quiser deixar em paz as cepas e preferir leituras, bastará dar uma olhadela por cronistas como o Doutor Gaspar Frutuoso e as suas Saudades da Terra, para encontrar, lá descritas, uma boa variedade de castas, muitas delas as mesmas de que o meu amigo Luís recolheu exemplares.

Venho com isto a terreiro porque, seja por uma questão de identidade nossa, seja por uma questão de qualidade do turismo que queremos, parece-me que pouca gente está a ter em devida conta estes factos.

As razões, como sempre, são as da carteira, as do curto prazo, as do "toca a andar".Exactamente as mesmas que costumam ajudar os negócios a dar com os burros na água, frequentes vezes. Procura-se castas que sejam resistentes às doenças, que dêem muitos cachos e toca a inovar que se faz tarde e enquanto se puder.

É verdade que a inovação também existiu quando os portugueses, aqui desembarcados, trouxeram variadas castas, das muitas que conheciam, no continente. Seguindo esse raciocínio nada impede, portanto, que se tentem, agora, outras castas.

Porém, procurando ter uma visão abrangente e estratégica,existem bastas razões,sejam de mercado, de cultura, de identidade, de turismo,para se revisitar as tais "curiosidades" que andam por cá desde há séculos, já aclimatadas e adaptadas à nossa ressalga impenitente e aos vendavais do oceano, antes de enveredar pela inovação.

Vejamos. Quando falamos de moscatel lembro-me de Setúbal; de alvarinho, lembro-me de Monção; de Riesling lembro-me do Reno; de Tokay lembro-me da Hungria. Os vinhos do Dão têm as suas castas determinadas, os do Douro, idem, assim como os franceses, italianos, espanhóis ou gregos.

Seja pelas castas usadas seja pelos resultados, cada região ou sub-região procura garantir um sabor, uma textura, um aspecto e um nome. No fundo querem que a memória perdure, seja a do gosto, seja outra, quando a pessoa estiver longe ou passado tempo.

Ora, quando falamos de verdelho, seja o dos Biscoitos, o do Pico ou o da Graciosa, seja, agora apenas e por enquanto como recordação, o que mais se produzia e mais famoso de todos, o dos Casteletes, em São Jorge,essa memória já existe, com nome feito e identidade de séculos.

Quem quiser acrescentar valor basta fazer bem feito e lutar para que seja adequada a remuneração de quem se esforça e participa. Seja em vinhos de mesa, seja em licorosos e velhos. Quem quiser inovar tem a lista de Frutuoso ou as cepas mãe como as do campo do Luís.

Deixo aqui a frase de um húngaro que nos visitou há tempos, provando verdelhos, dos bons e dos legítimos: "este é daqueles que deixam memória e nos fazem querer voltar!"

É por aqui que temos de remar. TODOS!


Outras "Parras":

IVV- Instituto da Vinha e do Vinho. Lista Nacional de Sinónimos. Divisão Cadastral Vitícola -1993  » aqui

Biscoitos: três castas recomendadas ? Ou apenas duas ? » aqui

"Torreão, com mastro de navio, que já foi facho manual de sinalização para embarcações, vapores e também para a população"» aqui

Castelletes um vinho da Ilha de S. Jorge » aqui

"O Aditivo"- por Francisco dos Reis Maduro-Dias -ano de 2009 Aqui

A videira e os seus bagos sofreram modificações ao longo dos séculos... »aqui


Planta da Freguesia dos Biscoitos (ano 1830) aqui

Plantas Vasculares nas Vinhas dos Biscoitos (ano 1971) aqui.

"A vinha perde-se e a população nada ganha" (ano 1994) aqui.

"Região de Biscoitos, nos Açores - Casas em vez de vinhas" - Santos Mota (ano 1994) - aqui.

"Biscoitos: que futuro? "-José Aurélio Almeida (ano 1996) - aqui.

"As Vinha dos Biscoitos" -Bailinho de Carnaval da Freguesia das Fontinhas. (ano 1997) aqui.

Pisa e Mosto (1997) aqui

Sinónimos- Casta Terrantez da Terceira -Aqui

"Uma virada nos Biscoitos"(Açores)- (ano 1998) aqui.

O viticultor açoriano está envelhecido (ano 1998/99) aqui

“Provedor de Justiça dá razão à Confraria” (ano 1999) aqui.

“Museologia de Interpretação da Paisagem Ecomuseu dos Biscoitos, da ilha Terceira” - por Fernando Santos Pessoa (ano de 2001) aqui.

"Carta de risco geológico da Terceira" (ano ano 2001) aqui.

"Paisagem Báquica - Memória e Identidade" - Aurora Carapinha (ano 2001) aqui.

“A Paisagem Açoriana dos Biscoitos” - por Gonçalo Ribeiro Telles (ano 2002) aqui.

"Fadiga sensorial" (ano 2007) aqui.

"Defender curraletas!" (ano 2007) aqui.

"Tutores" (ano 2007) aqui.

"Rememorando as origens dos Biscoitos nos séculos XV e XVI"- por Rute Dias Gregório (ano 2008) aquiaqui e aqui.

“A Vinha, o Vinho dos Biscoitos e o Turismo” - por Margarida Pessoa Pires (ano 2009) aqui.

S. Pedro e S. Paulo .../... Quinta-feira dos compadres  (Carnaval na Ilha Terceira -16/02/2017)aqui

"O Aditivo"- por Francisco dos Reis Maduro-Dias -ano de 2009 Aqui

A Casa Agrícola Brum tem nova administração - ANO de 2007 AQUI

Biscoitos de Lava para os “sete magníficos” (ano 2011) aqui

"Acerca do vinho" -por Francisco Maduro-Dias (ano 2011) Aqui

Produção de vinho nos Biscoitos em 2015 - Aqui

Carnaval- Quinta -feira de compadres na ilha Terceira (Fevereiro 2017)- Aqui

Garrafa Comemorativa do 125.º Aniversário da Casa Agrícola Brum - 2015 - Vídeo Aqui

BRUM 130 Anos de Tradição  (Ano 2020) Aqui

Casa Agrícola Brum 1890-2020: AQUI

CASA AGRÍCOLA BRUM  130.º Aniversário
2 de Fevereiro de 1890 - 2 de Fevereiro de 2020. Ver e Ler Aqui

BRUM
130 Anos de Tradição (4de Março de 2020): Aqui

Rótulo (20.Outubro de2020)» Aqui




 

domingo, 1 de agosto de 2021

EFEMÉRIDES AÇORIANAS - AGOSTO (12 A)

Álvaro de Castro Menezes - Quinta da Cruz (Às Duas Ribeiras)
Freguesia de S. Bartolomeu. Ilha Terceira


1.1895- Abre na Ilha de S. Miguel a agência do Banco de Portugal.

2.1766- Termina a capitania da Ilha de S. Miguel com a reforma praticada pelo Marquês do Pombal.O anterior regime de capitanias chega ao fim dando origem a Capitania Geral dos Açores, com sede em Angra (Ilha Terceira).

3. 1993- Pescado na Ilha das Flores-Santa Cruz-Mês de Julho-Lajes- 11.173 Quilos=14.059.625$00

4. 1957- Começam as obras para o edifício do Hospital da Povoação, na Ilha de S. Miguel.

5.1841- Chega à cidade da Horta o Presidente da república portuguesa Óscar Fragoso Carmona.

6. 1967- Tendo em atenção o interesse turístico é inaugurada uma carreira marítima entre o Cais do Tagarete , Vila Franca do campo, e o Ilhéu.

7.1976- É inaugurado na Achada (Ilha de S. Miguel) o Café Pérola.

8. 1982- Sai na freguesia da Ribeira Chã, Ilha de São Miguel, mais um boletim paroquial Despertar.

9.1924- Álvaro de Castro Meneses é empossado Governador Civil do Distrito de Angra do Heroísmo.

10.1975- É inaugurada no Arquipélago dos Açores ( Ponta Delgada , Ilha de São Miguel, a RTP- Rádio Televisão Portuguesa. 

11. 2020- O Secretário Regional de Agricultura e Florestas, João Ponte, anuncia a assinatura de um protocolo entre a Direcção Regional da Agricultura com a Adega Cooperativa dos Biscoitos C. R.L., num valor global de 33 mil euros.

12.1967- Chega a electricidade ao Varadouro, Ilha do Faial.

13.1844- Transportando trigo, a escuna portuguesa Açor sai do porto da Horta com destino á Ilha da Madeira. 

14.1896- É inaugurada a iluminação a petróleo na Água de Pau, Ilha de São Miguel.

15.1979- Abre na Ilha Graciosa  uma filial do BCA- Banco Comercial dos Açores.

16.1952- Chega a S. Roque, Ilha de São Miguel a energia eléctrica.

17.1943- “Acordo relativo ao uso de facilidades nos Açores”- O Governo Português concorda em conceder ao Governo de Sua Majestade no Reino Unido...

18.2016- O Armazém Zeferino, em Angra do Heroísmo, tem 146 anos de actividade. Foto de 18 de Junho de 1908 » aqui

19.1987- Começam as vindimas na Adega Brum-Casa Agrícola Brum, nos Biscoitos, Ilha Terceira.

20.1971-É explorada pelos “Os Montanheiros”, com sede em Angra do Heroísmo, a gruta Brisa Azul situada no Ilhéu pequeno – Ilhéus das Cabras .

21.2016- Um cagarro (Calonectris borealis) é encontrado numa rua na freguesia da Covoada, concelho de Ponta Delgada, sendo a primeira ave a dar entrada no novo Centro de Reabilitação de Aves Selvagens da Ilha de  S. Miguel.

22.1975- É criada a Junta Regional dos Açores.

23.1884- É inaugurado em Angra o Mercada D. Maria Pia.

24.1911- É eleito Presidente da Republica Portuguesa o ilustre açoriano, natural da Horta, o Dr. Manuel José de Arriaga Brum da Silveira.

25.1967-É inaugurado o nicho dedicado a Nossa senhora da Conceição, na Ribeira Seca-Ribeira Grande.

26.1876-O ilustre faialense  Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue, advogado, professor, escritor e político é nomeado vogal da Comissão para a Reforma da Instrução Secundária, sendo este o primeiro cargo público que exerceu.

27. 1842- Vindo da Ilha de S. Miguel, tendo como destino a Galiza, dá entrada no porto da Horta o vapor de guerra inglês Stix.

28. 1893- Grande tempestade atinge o Grupo Central, causando grandes prejuízos em casas, palheiros e na agricultura.

29.1968- Chega a electricidade á freguesia do Capelo, Ilha do Faial

30.1917-É fundada na freguesia da Ribeirinha na Ilha Terceira a Sociedade Cooperativa Leitaria Ribeirense 

31.2019- Encerra  na Biblioteca Pública e Arquivo Regional da Cidade de Ponta Delgada a exposição “Documentos à Mesa em Portugal e no Mundo: séculos. XIX-XXI”.

Fontes: Boletim Paroquial da Ribeira Chã, Despertar ano VIII n.º 55; R.E.Vintras/História Secreta da Base dos Açores (The Portuguese Connection); Marcelino Lima-Anais da Ilha do Faial1943- Guido de Monterey-As Duas Ilhas do Oriente.Jornal do Ocidente 1993.