Homenagem da Academia Portuguesa de Ex-Líbris
Depois de inaugurada a exposição da obra ex-librística de Segismundo Pinto, patente nas salas do rés-do-chão do Palácio Almada, denominadas núcleo Fernando Pessoa que apresenta à entrada uma interessante e grandiosa escultura pessoana de autoria de Dórita Castelo-Branco, José Colaço, abriu os trabalhos lendo o expediente mencionando cerca de trinta mensagens, quatro delas vindas dos Açores.
António Luís Marques Francisco usou depois da palavra em representação da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, que tem sido parceira da A.P.E.L. em várias atividades desenvolvidas nas instalações do Palácio Almada.
Sérgio Avelar também falou dos 65 anos da Academia bem assim, das direções e seus presidentes.
Jácome de Bruges Bettencourt referiu o trabalho desenvolvido pela delegação da A.P.E.L. nos Açores ao longo destas três dezenas de anos, em que se levaram a cabo 21 exposições, a maior parte na ilha Terceira. Publicaram-se catálogos destas exposições com textos de vários artistas ex-libristas e foram lançados dois catálogos inventariando, até à atualidade, 265 marcas de posse usadas por açorianos e instituições da Região Autónoma dos Açores. Referiu nomes como Aulo-Gélio Severino Godinho, Fausto Moreira Rato, Manuel de Lancastre Bobone, António Paes Ferreira, Ruy Palhé da Silva, Eugénio Mealha Costa, Mário Vinhas, Luís Ferros, Francisco de Simas Alves de Azevedo, Carlos Miguel Arthur e mais alguns nomes ligados à nossa Academia, que enviavam para a ilha Terceira as suas publicações e muitos ex-libris que alimentaram a minha coleção durante anos. Destes, só resta um, o ator Carlos Miguel.
Só em 1987 passei a sócio efetivo e construí amizade com Sérgio Avelar Duarte, Victor Escudero de Campos, José Colaço, José Filipe Menandez, Ana Cristina Martins e David Fernandes da Silva. O Segismundo Pinto era meu amigo já dos anos 60.
Entre as ações desenvolvidas destaca-se o X Encontro Nacional de Ex-Libristas, de 1993, que foi dedicado aos pertences usados por gente e instituições dos Açores, realizado na Casa dos Açores de Lisboa, na Rua dos Navegantes à Lapa, onde esteve patente uma excelente exposição de Ex-Libris Açorianos, que aliás mereceu o primeiro catálogo da especialidade numa iniciativa da A.P.E.L., apoiada pelo Governo Regional dos Açores.
Relativamente ao Segismundo Pinto, aqui merecidamente homenageado, conheço-o à mais de meio século dos tempos em que vivi em Campo d’Ourique, na Rua Coelho da Rocha, dos tempos em que cortávamos o cabelo na tenda de mestre Manacés, o mesmo que servira de barbeiro a Fernando Pessoa. Tempos da Causa Monárquica, ao Camões. Enfim, de jovens com interesses que se mantiveram pela vida fora. Viemos a encontrar-nos na A.P.E.L., nos anos 80.
Em julho de 1988, à quase trinta anos, convidei o Segismundo Pinto a fazer a sua primeira grande exposição de marcas de posse, com o apoio do Município Angrense. Foi a primeira vez que um grande Mestre da gravura em linóleo apresentou os seus trabalhos nos Açores, e um ano antes Mestre Paes Ferreira aí esteve com gravuras em talho doce, aço ou cobre. S.P. no primeiro certame apresentou 150 ex-líbris e da segunda vez em 2004, 270 peças.
De realçar o tratamento heráldico, inovador, sem infringir regras, com a própria criação de novas peças, em casos de diferenças. Essa imaginação permite-lhe usar escudos por vezes de fantasia bem conseguidos, o lançamento de paquifes acompanhados de virol numa imaginação prodigiosa de excecional mestria.
Não conheço outro artista que, como ele domine a heráldica e o que digo está patente na exposição que ora vemos nestes seus 417 pertences, dos quais 44 foram executados para gente dos Açores.
Permito-me assim, afirmar perentoriamente, que Segismundo Pinto é o mais notável artista heraldista português, que transferiu para os Ex-Líbris temáticos no seu ordenamento ou lançamento das peças heráldicas, como paquifes, cartelas, manteletes, formas dos escudos, elmos ou coronéis, que consegue adequar ao estilo de cada peça, isto sem quebrar o rigor da ciência de brasonar.
Deste nosso grande Amigo, havia muito mais a dizer. Nascido em Lisboa em 1945, licenciou-se, aí, em Economia pelo I.S.E., e em Arquitetura pela E.S.B.A.L.. Funcionário público aposentado com importantes cargos diretivos assumidos, antigo docente do Instituto Superior do Serviço Social, ocupando a presidência do Conselho Diretivo durante vários anos. Foi premiado várias vezes como escultor e mereceu referências bibliográficas em dicionários portugueses e estrangeiros de arte. Publicou dezenas de trabalhos.
Sabemos que S.P. tem entre mãos quatro ou cinco ex-líbris, um deles para Jorge Carlos Almeida Fonseca, constitucionalista, agora Presidente da República de Cabo Verde, em 2º mandato.
Encerrou a sessão Victor Escudero, aliás autor do notável e bastante apropriado texto do catálogo de que se reproduziram 130 exemplares, 100 com numeração árabe e 30 em romana, que se esgotaram num ápice, uma vez que no salão nobre do Palácio da Independência ou dos Almadas estiveram presentes mais de 100 pessoas.
Como Victor Escudero afirma “Contudo, com esta mostra e o presente catálogo, não fica saldada a dívida que Todos temos para com o nosso Homenageado… falta, ainda, o grande livro que urge para memória futura e o reconhecimento do Estado Português que é já mais do que cabido ao Mérito Artístico e Cultural de Segismundo Pinto. Então, aí, teremos oportunidade de imprimir tudo quanto nos vai na alma e o coração teima em verbalizar… por ora, fiquemo-nos por mais esta página que ilustra o Bem Querer que muitos desejamos expressar ao Académico, ao Artista e ao Amigo… Segismundo Manuel Peres Ramires Pinto… o Ex-Librísta, número 1!”.
Fotos gentilmente cedidas pela Academia Portuguesa de Ex-Líbris
António Luís Marques Francisco usou depois da palavra em representação da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, que tem sido parceira da A.P.E.L. em várias atividades desenvolvidas nas instalações do Palácio Almada.
Sérgio Avelar também falou dos 65 anos da Academia bem assim, das direções e seus presidentes.
Jácome de Bruges Bettencourt referiu o trabalho desenvolvido pela delegação da A.P.E.L. nos Açores ao longo destas três dezenas de anos, em que se levaram a cabo 21 exposições, a maior parte na ilha Terceira. Publicaram-se catálogos destas exposições com textos de vários artistas ex-libristas e foram lançados dois catálogos inventariando, até à atualidade, 265 marcas de posse usadas por açorianos e instituições da Região Autónoma dos Açores. Referiu nomes como Aulo-Gélio Severino Godinho, Fausto Moreira Rato, Manuel de Lancastre Bobone, António Paes Ferreira, Ruy Palhé da Silva, Eugénio Mealha Costa, Mário Vinhas, Luís Ferros, Francisco de Simas Alves de Azevedo, Carlos Miguel Arthur e mais alguns nomes ligados à nossa Academia, que enviavam para a ilha Terceira as suas publicações e muitos ex-libris que alimentaram a minha coleção durante anos. Destes, só resta um, o ator Carlos Miguel.
Só em 1987 passei a sócio efetivo e construí amizade com Sérgio Avelar Duarte, Victor Escudero de Campos, José Colaço, José Filipe Menandez, Ana Cristina Martins e David Fernandes da Silva. O Segismundo Pinto era meu amigo já dos anos 60.
Entre as ações desenvolvidas destaca-se o X Encontro Nacional de Ex-Libristas, de 1993, que foi dedicado aos pertences usados por gente e instituições dos Açores, realizado na Casa dos Açores de Lisboa, na Rua dos Navegantes à Lapa, onde esteve patente uma excelente exposição de Ex-Libris Açorianos, que aliás mereceu o primeiro catálogo da especialidade numa iniciativa da A.P.E.L., apoiada pelo Governo Regional dos Açores.
Relativamente ao Segismundo Pinto, aqui merecidamente homenageado, conheço-o à mais de meio século dos tempos em que vivi em Campo d’Ourique, na Rua Coelho da Rocha, dos tempos em que cortávamos o cabelo na tenda de mestre Manacés, o mesmo que servira de barbeiro a Fernando Pessoa. Tempos da Causa Monárquica, ao Camões. Enfim, de jovens com interesses que se mantiveram pela vida fora. Viemos a encontrar-nos na A.P.E.L., nos anos 80.
Em julho de 1988, à quase trinta anos, convidei o Segismundo Pinto a fazer a sua primeira grande exposição de marcas de posse, com o apoio do Município Angrense. Foi a primeira vez que um grande Mestre da gravura em linóleo apresentou os seus trabalhos nos Açores, e um ano antes Mestre Paes Ferreira aí esteve com gravuras em talho doce, aço ou cobre. S.P. no primeiro certame apresentou 150 ex-líbris e da segunda vez em 2004, 270 peças.
De realçar o tratamento heráldico, inovador, sem infringir regras, com a própria criação de novas peças, em casos de diferenças. Essa imaginação permite-lhe usar escudos por vezes de fantasia bem conseguidos, o lançamento de paquifes acompanhados de virol numa imaginação prodigiosa de excecional mestria.
Não conheço outro artista que, como ele domine a heráldica e o que digo está patente na exposição que ora vemos nestes seus 417 pertences, dos quais 44 foram executados para gente dos Açores.
Permito-me assim, afirmar perentoriamente, que Segismundo Pinto é o mais notável artista heraldista português, que transferiu para os Ex-Líbris temáticos no seu ordenamento ou lançamento das peças heráldicas, como paquifes, cartelas, manteletes, formas dos escudos, elmos ou coronéis, que consegue adequar ao estilo de cada peça, isto sem quebrar o rigor da ciência de brasonar.
Deste nosso grande Amigo, havia muito mais a dizer. Nascido em Lisboa em 1945, licenciou-se, aí, em Economia pelo I.S.E., e em Arquitetura pela E.S.B.A.L.. Funcionário público aposentado com importantes cargos diretivos assumidos, antigo docente do Instituto Superior do Serviço Social, ocupando a presidência do Conselho Diretivo durante vários anos. Foi premiado várias vezes como escultor e mereceu referências bibliográficas em dicionários portugueses e estrangeiros de arte. Publicou dezenas de trabalhos.
Sabemos que S.P. tem entre mãos quatro ou cinco ex-líbris, um deles para Jorge Carlos Almeida Fonseca, constitucionalista, agora Presidente da República de Cabo Verde, em 2º mandato.
Encerrou a sessão Victor Escudero, aliás autor do notável e bastante apropriado texto do catálogo de que se reproduziram 130 exemplares, 100 com numeração árabe e 30 em romana, que se esgotaram num ápice, uma vez que no salão nobre do Palácio da Independência ou dos Almadas estiveram presentes mais de 100 pessoas.
Como Victor Escudero afirma “Contudo, com esta mostra e o presente catálogo, não fica saldada a dívida que Todos temos para com o nosso Homenageado… falta, ainda, o grande livro que urge para memória futura e o reconhecimento do Estado Português que é já mais do que cabido ao Mérito Artístico e Cultural de Segismundo Pinto. Então, aí, teremos oportunidade de imprimir tudo quanto nos vai na alma e o coração teima em verbalizar… por ora, fiquemo-nos por mais esta página que ilustra o Bem Querer que muitos desejamos expressar ao Académico, ao Artista e ao Amigo… Segismundo Manuel Peres Ramires Pinto… o Ex-Librísta, número 1!”.
Fotos gentilmente cedidas pela Academia Portuguesa de Ex-Líbris