segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Revoluções: provérbios e pensamentos
domingo, 30 de janeiro de 2011
Lajes
sábado, 29 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Exposição de Ex-líbris do Mar no Museu de Angra
Ex- Líbris Báquicos aqui
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Os confeitos no Japão
Os confeitos no Japão (2)
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
NEMÉSIO E OS VINHOS DA ILHA (2)
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
NEMÉSIO E OS VINHOS DA ILHA
domingo, 23 de janeiro de 2011
Confraria do Atum
sábado, 22 de janeiro de 2011
A Praia de Nemésio
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Quando os contentores eram pipas
Protegida por promontório rochoso que define, do outro lado, ainda mais para nascente, os contornos da baía das águas, há uma pequena reentrância abrigada, encovada, metida quase debaixo do braço da rocha que lhe fica em cima.
Chama-se Porto das Pipas e fica a nascente da baía da baía de angra. A gravura mostra como seria cerca de 1590.
Para ali descia – e desce – uma das ladeiras que ligam a cidade e o mar.
Procurar o começo do uso do nome é tarefa ainda não completada. No entanto, sabe-se que, pouco tempo volvido do inicio do povoamento, já era assim que o chamavam e que ficava por ali, entre outras coisas, um forno de cal.
Ao tempo, o espelho de mar fronteiro a Angra aparecia grande aos navegadores e gente do mar. Tão grande que o organizaram e deram nomes: Porto das Pipas, cais da Cidade, Prainha, Portinho Novo.
Embarcadouro natural dos mais abrigados, terá começado a ser usado pelos Provedores das Armadas como seu porto de carga e descarga já que ficava, ladeira abaixo, logo ali à mão quem saía das casas dos Remédios.
Embarcadouro quase natural, dos mais protegidos da baía, é objecto de correspondência vária conhecida do público através dos Anais da Ilha Terceira de Drumond. Ali se lê, por exemplo, que El-rei D. Sebastião, mandara a Angra Fernão Cabral, fidalgo de sua casa, para ver, juntamente com o corregedor, um porto de que tivera notícia, chamado dos dois paus, onde comodamente se poderiam recolher alguns navios em tempo de tormenta; E porque haviam obras a fazer, bastariam, dado o pouco custo, as penas de dinheiro em que, entretanto haviam sido condenadas algumas pessoas das ilhas.
Continua El-Rei dizendo que recebera agora carta dos juízes e vereadores de Angra os quais, juntamente com Fernão Cabral, o corregedor e João da Silva do canto (na altura Provedor das Armadas) afirmavam ser melhor obra a que se poderia fazer no porto “a que se chama das pipas”.
Chamavam ainda a atenção os autores da carta para a necessidade de se construir um forte para defesa dela e do seu porto evitando que acontecesse alguma afronta e dispunham-se a pagar a diferença com as suas “fazendas”.
Dispões El-rei que a obra se faça, já que assim lhe recomendam, mas pede desenhos, estipula que também a cidade deve participar nos gastos sem que o rei se afaste da sua participação “conforme avaliação”, e determina que não se faça “cousa alguma” antes de vistos os desenhos, garantindo o financiamento e enviadas as respectivas autorizações.
Foi sendo feito o porto “a que chamam das pipas”, depois veio o castelo e, pelos muitos vendavais não há século em que a documentação seguinte não fale de obras de reparação, manutenção ou melhoria.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Os Açores na convergência das rotas mundiais c.1600
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Os Biscoitos, a vinha e o vinho
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
V - Origem e Evolução das Confrarias
Por: João Carvalho Ghira *
Só mais de uma década passada surge outra confraria, tendo-se nos últimos anos assistido então a uma sã proliferação deste tipo de associação, a última das quais, creio que a 12ª, foi na ilha Terceira a Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos.
Enquanto umas estão directamente ligadas a uma região produtora, a uma determinada denominação outras abarcam a generalidade do bom Vinho português e outras ainda retomam o princípio da exclusividade profissional dos confrades como é o caso da dos Jornalistas Enófilos.
É inegável que o ressurgimento das confrarias, particularmente nos moldes actuais, se pode revelar de manifesta acção em favor do Vinho. Numa época em que cada vez mais forte é a concorrência de outras bebidas sucedâneas, este movimento poderá ter um papel preponderante para a manutenção da civilização do Vinho.
Passados que foram os tempos em que a tónica assentava na quantidade, em que à pergunta de branco ou tinto e resposta era muito, em que importava consumir bastante porque “beber vinho era dar de comer a um milhão de portugueses”, assistiu-se nos tempos mais próximos a uma redução considerável de consumo, por vezes como única alternativa ao cumprimento de disposições legais vigentes em que o Vinho será o grande lesado, mas simultaneamente a uma aprofundamento dos conhecimentos, seja do que se bebe, seja particularmente de como se bebe. O interesse em se conhecer a origem, o poder-se aprofundar-se e apreciar individualmente ou discutir em grupo as características do néctar adequado ao momento, a forma como ele foi apreciado, qualificado ou classificado por outros, começou a entrar na rotina daqueles que ao vinho dedicam uma particular atenção, direi mesmo uma devoção.
Se os clubes de vinho, se as tertúlias báquicas poderão aqui desempenhar um papel de ajuda aos adeptos desta causa, não há dúvida que as confrarias báquicas potenciarão todo este movimento, conferindo-lhe a possibilidade de conciliação do aspecto cultural com o social, o técnico e consequentemente também o económico, resultado de um enaltecimento da qualidade, da difusão dos vinhos que respondem positivamente a este quesito e do incentivo a um consumo regular e moderado, esclarecido. Contribuindo decididamente para aquela campanha que o prestigiado técnico e enófilo Artur Pinho, em obra publicada recentemente, considera uma campanha de concretização imprescindível e urgente, visando a elucidação das vantagens higiénicas, sociais e civilizacionais do consumo moderado e exigente do vinho de qualidade, tanto quanto possível personalizado e da autêntica responsabilidade de quem o produz e ou comercializa.
Se as confrarias actuais se inspiram em tempos antigos será para não deixar romper a ligação que nos une ao passado. Respeito filial, nostalgia de história, gratidão pelos legados de virtudes morais da nossa civilização latina. Também hoje, citando Louis Orizet, no prefácio do “Le Grand Livre des Confréries des Vins de France” pelos fundamentos secretos dos seus estatutos elas querem-se moralizadoras, humanas, justiceiras e filosofas.