1864-1938
Ilustre filho da freguesia das Fontinhas, concelho de Praia da Vitória, ilha Terceira, Constantino José Cardoso nasceu em 23 de Agosto de 1864, e faleceu na cidade de Angra do Heroísmo em 5 de Março de 1938.
No ano de 1880 completou o exame de instrução primária, que foi a sua única habilitação literária.
Aos catorze anos de idade lia da dispensa do Império do Divino Espírito Santo o jornal “O Angrense” ao povo da sua freguesia, fazendo apologia dos progressistas; o povo, na sua maior parte regenerador.
De 1887 a 1892, fez parte da Câmara Municipal da Praia da Vitória, tendo sido eleito presidente nos derradeiros quatro anos. Aos 17 anos de idade das janelas do palácio de do Conde da Praia, ao lado de Castelo Branco, Teotónio Paim de Bruges e doutros categorizados políticos das fileiras do partido progressista.
Em 1890, foi nomeado advogado provisório da comarca da então vila da Praia da Vitória e em 1909 da comarca de Angra do Heroísmo, lugar que ocupou até á sua morte.
Em 12 de Outubro de 1895 foi nomeado secretário da Câmara Municipal da Praia da Vitória, cargo que foi exonerado a seu pedido, em 30 de Agosto de 1905.
Em 13 de Fevereiro e 12 de Maio de 1897, foi nomeado administrador do mesmo concelho.
Em 27 de Junho de 1906, foi nomeado subdelegado da comarca da Vila da Praia, de que foi exonerado a seu pedido, em 30 de Junho de 1910.
Em 2 de Abril de 1910 tomou posse do lugar de secretário da Policia Repressiva de Emigração Clandestina, na cidade de Angra do Heroísmo.
Em 5 de Janeiro de 1911, foi nomeado interinamente Juiz Auditor do Distrito de Angra do Heroísmo. Em 10 de Agosto do mesmo ano tomou posse do cargo de Juiz substituto de Direito da comarca de Angra do Heroísmo, que exerceu até á data da publicação do decreto que nomeou os Juízes substitutos legais.
Em 1912, foi nomeado primeiro amanuense da Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo.
De 29 de Janeiro de 1912 até 31 de Dezembro de 1914, fez parte da comissão Administrativa da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
Em 5 de Setembro de 1918, foi nomeado chefe da 1ª repartição e sub-chefe da secretaria da Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo, de que era oficial, tendo sido, em 1932, nomeado chefe interino da Secretaria.
No dia 26 de Fevereiro de 1919, tomou posse e entrou no exercício das funções de Governador Civil efectivo do Distrito de Angra do Heroísmo, tendo sido novamente nomeado para o mesmo cargo, a 9 de Agosto de 1920.
Em 21 de Dezembro de 1924, foi eleito vice-presidente da Assembleia-geral da caixa Económica de Angra do Heroísmo. E foi sucessivamente reeleito em 10 de Dezembro de 1927 e 14 de Dezembro de 1930, tendo sido, em Janeiro de 1931, eleito presidente da mesma Assembleia.
Foi desde 1929 até á data do seu falecimento, o único advogado da Caixa Económica de Angra do Heroísmo.
Em 6 de Outubro de 1932, foi nomeado chefe da secretaria da Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo.
Foi vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, presidente da Comissão do Recenseamento Eleitoral; procurador á Junta Geral pelo concelho da Praia da Vitória; foi presidente da comissão da União Nacional no distrito de Angra do Heroísmo.
Criou na freguesia dos Biscoitos, o Partido Médico dos Biscoitos; colaborou nos jornais “Heroísmo”, Voz do Povo” e em muitos outros. Fez parte da redacção de “O Angrense”. Organizou e regeu durante 44 anos, na freguesia das Fontinhas uma filarmónica de nome "Nossa Senhora da Pena", que ainda existe, com outro nome.
Foi Presidente da Câmara da Praia da Vitória com o total apoio do partido da oposição, o Regenerador.
Fontes: apontamentos de Álvaro de Castro Meneses; Raimundo Belo-Almanaque Açores; relatórios da gerência da Caixa Económica de Angra do Heroísmo (1929,1930 e 1931), Jornal “O Angrense”e apontamentos do Partido Regenerador.