Numa iniciativa da Diocese de Angra, 14 artistas plásticos foram convidados a interpretar os 14 quadros da Via Sacra. Estes novos trabalhos passaram a estar em exposição permanente e ao culto a partir do dia 18 de Abril de 2014, Sexta-feira Santa, na Sé Catedral de Angra do Heroísmo. Os títulos de cada quadro e os seus autores são os seguintes: Jesus é condenado (José Nuno da Câmara Pereira), carrega com a cruz (André Laranjinha), cai pela primeira vez (Luís Brilhante), encontra a sua mãe (Luís Pinheiro Brum), é ajudado por Simão de Cirene (Victor Almeida), a Verónica limpa o rosto de Jesus (Nina Medeiros), e Ele cai pela segunda vez (Diogo Bolota). Pela outra nave, de quem entra pela direita, continua o caminho da paixão de Cristo e da humanidade, no encontro de Jesus com as mulheres (Paula Mota), na terceira queda (João Deq Mota), no despojamento das suas vestes (Rui Pereira de Melo), Jesus é pregado na cruz (André Almeida e Sousa), morto (Luísa Jacinto), entregue a sua mãe (Urbano) e sepultado (Carlos Carreiro).
Um dos intervenientes, Luís Brum, descreve assim a sua abordagem ao encontro de Jesus com a sua mãe, Maria:
"O Quarto Quadro, Jesus encontra a sua mãe, é sem
dúvida uma cena desafiante. Este quadro olha para Jesus e Maria e encontra
neles a dor da separação entre a mãe e um filho. Pois podemos dizer que nenhuma
mãe entregará, de livre vontade, o fruto do seu ventre ao sofrimento, e por
fim, à morte. Será que a dor que esta mãe sentiu mudou com o tempo. Ou
continuam a existir mães que vêem os seus filhos a serem sacrificados em nome dum
mundo que continua a ser demasiado cruel? Quão diferente é esta violência
daquela praticada pelo chamado Mundo Ocidental, um mundo evoluído, baseado em
valores cristãos, a civilização dos discípulos de Cristo?
Olhando para as imagens que em demasia abundam nas noticias,
vemos que continuam a existir oprimidos, marginalizados e sofridos e , por fim,
continuamos a ver as mães destroçadas, sofridas, com rugas lavadas em rios de
lágrimas. Mais sacrifícios em nome de ideologias, demasiadas vezes religiosas,
onde a realidade contradiz os ensinamentos destas. Portanto podemos ver como
continuam a existir mães e filhos que sofrem, sacrificam-se e morrem pelos
nossos pecados."