quarta-feira, 28 de agosto de 2013

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Ciclo do Touro (5)

Festa Brava

Alto das Covas 

“Embora comum a todos lugares desta Ilha, a festa brava em S. Pedro assume e ganha expressão única entre nós.
O arraial da toirada à corda, já clássico em S. Carlos no expirar do século XIX, bem ilustra quão viva a tradição se preserva.
-O maior «número» exterior do calendário festivo no dia de S. João, nesta Angra, Ribatejo dos Açores, sem igual no género, vivo se desenha na zona oeste da cidade.
A rua Sidónio Pais (Rua de S. Pedro), extensa e graciosa, credita-se de um poema, graças ao empenho e capricho dos seus moradores. Em alindarem varandas e janelas, transformadas em cachos humanos, com mantas de tear, vistosas nos seus arabescos coloridos, magia de artesanato feminino terceirense, válida dimensão regionalista. A airosa artéria oferece moldura garrida, exuberante de entusiasmo de desusada afluência popular, na sua maior expressão de sempre. E o mosaico de mil tons, orgia policromada, guarnece ainda o Alto das Covas e a Madre de Deus, inclusive por detrás da Escola Infante Dom Henrique.
  
O verde, o amarelo, o azul, o vermelho, o rosa, o escarlate pincelam a panorâmica maravilhosa, como se fosse imenso bouquet. Regalam-se os olhos, extasiam-se os sentidos.

Já antes do almoço, costuma a rua de S. Pedro franquear-se sugestiva, matizada, jubilosa, em auspicioso da tela empolgante que se avizinha, festa do povo por excelência, a afirmar a aficion da nossa gente pela diversão dos toiros. Feição peculiar. Quantos balcões improvisados, em madeira, sobre os ladrilhos, igual se observando com “caminhetas” apinhadas de forasteiros. Todos os lugares servem, até os mais inverosímeis, mesmo ao alcance dos bichos para gozar o espectáculo. Nos degraus de acesso aos prédios, nos terraços.

Desponta o sol, que se não escusa a engrinaldar os festejos, agora a pino, dardeja faiscante revérberos. Visão soberba, própria de cinemascópio, de pastel ilustrado. Cenário estuante e buliçoso, de castiço e tradicional ambiente, a superar o de Vila Franca, com laivos de Pamplona, mas sem igual no seu todo. A aficion terceirense concretiza-se nestes festivais galvanizantes.

Quantos milhares? Vinte mil? Quem os pode contar? E quando “suas majestades no mato” rua a cima, ou rua abaixo, na plenitude da sua fase emotiva, dominam e reinam o burburinho, a algazarra, a gritaria, a graça, as correrias, o movimento. O povo, no auge da excitação, a maioria olvidando os risos, minimizando o perigo, num desfio ao bicho, incitando-o, provocando-o, repta-o – é toiro! É toiro! – num alarde varonil, em ar de geral gáudio, folia e alarido, reminiscências vivas e ardorosas da valentia ancestral.

Desde quando esta modalidade taurina em Angra? Em 1937 lhe encontramos noticia, que julgamos ser a primeira, com a particularidade de nesse ano haver desfile de marialvas."

In Pedro de Merelim – As 18 Paróquias de Angra – Sumário histórico – 1974

XXII Festa da Vinha e do Vinho dos Biscoitos - Programa



 Sexta-feira. Dia 6 de Setembro de 2013

21h00 – Colóquio “Musica, Trabalho e Vinha”
Palestrante: Bruno Bettencourt

Seguir-se-à um “Biscoitos d’honra” com o patrocínio da Casa Agrícola Brum e Animação Musical com o grupo “Myrica faya”

Sábado, dia 7 de Setembro de 2013-08-27

“Vamos Vindimar”

14h00 - Saída do Museu do Vinho para a vinha
15h00- Carregamento das uvas e regresso do Museu do Vinho
16h00- Pisa das uvas
16h30- Bênção e prova do mosto
17h00- Jantar do Vindimadores
18h00- Baile e animação musical

Confecção do Jantar, Baile e Animação Musical a cargo do Grupo de Baile da Canção Regional Terceirense.


Nota: A entrada no “Jantar dos Vindimadores” será permitida apenas a quem possuir uma taladeira (peça de barro que estará à venda no local).


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Walk & Talk 2013 Açores


O Festival Walk & Talk realizou no mês de Julho, na ilha de S. Miguel, a sua terceira edição, tendo participado figuras do mundo da arte como Alexandre Farto - a.k.a. VHILS – o americano Ra Bi do coletivo Circle, o francês Eltono, o grupo Topo Copy e Paulo Arraiano, entre outros. Também participou neste evento Luis Brum, com um mural no nº22 da Rua de Lisboa, em que através da interacção de um conjunto de temas fantasiosos e antropomórficos, numa caótica biblioteca, procura-se descobrir a essência de conhecer.


Mais uma vez (aqui) Luis Brum, em colaboração com o Instituto Açoriano de Cultura, inicia outro trabalho na Rua de São João, em Angra do Heroísmo. Desta vez o veículo para o imaginário deste autor são as empenas em bruto da esquina da Rua de São João com a Rua dos Minhas Terras. Segundo o autor: "Este trabalho surge de um fantasioso simulacrum, onde o edifício ausente, se envolve num diálogo entre o id e o super ego, que se demonstra através dos pequenos rituais do dia-a-dia”.

Natural dos Biscoitos, Ilha Terceira, Luís Pinheiro Brum cedo demonstrou uma aptidão para o desenho. Em 2004, começa a estudar Arquitectura Paisagista em Lisboa. Com esta mudança inserem-se novos valores que irão marcar profundamente o seu desenho. No entanto é quando vai estudar e, mais tarde, trabalhar para Barcelona que começa a refinar um mundo próprio, com códigos e sinais próprios. 

A inocência e romantismo, possíveis de encontrar na Ilustração infantil do século XIX, como “O Vento nos Salgueiros”, os contos de Beatrix Potter ou os de Lewis Carroll. Estas referências ganham nova expressão como uma metáfora para sentimentos quotidianos.

• 2009. Estágio de arquitectura paisagista no atelier Opera Projects em Barcelona 
•  2009. Instalação Artística no evento Konvent.0 em Barcelona 
• 2010. Licenciado em Arquitectura Paisagista no Instituto Superior de Agronomia 
•  2011. Seleccionado para a Mostra Nacional de Ilustração “Entre Pólos 2011” 
•  2011. Exposição de Desenho "Antropomorfismo Urbano" Foyer Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo
Edifício da rua de São João - Angra do Heroísmo
• 2013. A propósito de Natália…Entre linhas e letras (galeria do Instituto Açoriano de Cultura Angra do Heroísmo).
• 2013. Exposição colectiva Art.Revisited no Museu de Angra do Heroísmo.
• 2013. Mostra “Entre Pólos 2013” , Lisboa (Palácio Quintela)
• 2013. Walk & Talk 2013 Açores -Ilha de S. Miguel.
 2013. PortoPintado - Horta, Ilha do Faial
• 2013. Exposição Colectiva na Sociedade Progresso Biscoitense.
 2013. Capa, contracapa e separadores interiores ATLântida - Revista de Cultura - 2013.
• 2014. 18 de Abril- Inauguração na Sé Catedral de Angra da Via Sacra que integra obras de 14 artistas plásticos açorianos ou residentes nos Açores.“Jesus encontra a sua Mãe” - IV Estação por Luís Pinheiro Brum.
.2014. Julho - Na "casa da droga" no beco do Jardim António Borges, "Espíritos da Cidade", em Ponta Delgada (Ilha de S. Miguel).
.2017-Fevereiro- Rótulo para garrafa de vinho da Casa Agrícola Brum.(vinho envelhecido em madeira durante 18 anos).
. 2017-6 de Maio  - O Museu de Angra do Heroísmo promove oficina de gravura com Luís Brum.
"O trabalho da terra, os ciclos lunares e a passagem das estações dão o mote a esta atividade, que está integrada no programa de dinamização da exposição “Almanaque do Camponez – 100 anos”. 
.2020-Fevereiro- Rótulo para garrafa de vinho dos 130 Anos da Casa Agrícola Brum.



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Antes e Agora (23)


Rua de São João – Angra do Heroísmo



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Desenhos aguarelados



Desenhos aguarelados sobre papel, dimensões das manchas 26x17,5cm, da autoria de D. Rosa de Menezes da Fonseca Coelho Parreira (1855-1922), executados cerca de 1885. Esta artista amadora terceirense dominou também a pintura a óleo sobre tela. Estas panorâmicas foram recolhidas da casa da família sita à Carreirinha, S. Bento. Uma voltada para a cidade e a outra para a baía e Monte Brasil. Vejam-se as antigas hortas por detrás da igreja da Conceição, agora ocupadas com construções e o Monte Brasil ao tempo com algumas culturas. J.B.B.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

MUNICÍPIO ANGRENSE

HOMENAGEIA JOÃO AFONSO


No próximo dia 26 de agosto, pelas 20, 30 horas, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, terá lugar uma sessão solene em que será homenageado o escritor, poeta e jornalista João Afonso.

Álvaro Monjardino vai encarregar-se do elogio do homenageado, falando da sua vida e obra notável, ao longo dos noventa anos que João Afonso completará no dia seguinte.

Competente e prestável bibliotecário, por muito acessível durante as quatro dezenas de anos em que trabalhou na Biblioteca Pública de Angra do Heroísmo, possui interessante obra na poesia, merecendo um Prémio Nacional de Poesia do SNI. Na historiografia e etnografia açoriana tem vários livros publicados, para além de ser criterioso investigador da baleação açoriana, que motivou entre dezenas de trabalhos sobre a temática, o seu Álbum, autêntica cartilha, Mar de Baleias e de Baleeiros, edição da Direção Regional da Cultura, Angra do Heroísmo, 1998.

João Afonso é um dos mais conhecidos e destacados vultos da cultura açoriana e marcou presença ativa e dinâmica em quase todos os grandes acontecimentos culturais ocorridos nos Açores durante os últimos setenta anos, não fosse ele, também, um atento jornalista interventivo sempre em defesa dos Açores, nunca esquecendo a ilha e cidade onde nasceu, enriquecendo títulos como Diário Insular (co-fundador) e A União.
Daí a justeza deste ato. J.B.B.

sábado, 17 de agosto de 2013

Calceteiros angrenses (18)


Os “Ladrilhos” da Terceira

 "Significado especial tem, na ilha Terceira, a palavra LADRILHO, pois a definição que os dicionaristas os apontam situa-se apenas na peça rectangular, de barro cozido, a que vulgarmente se chama tijolo, não exprimindo em nada a ideia que, desde o século XVII pelo menos, anda ligada a esta palavra, tendo-a como sinónimo de “passeio”, faixa lajeada ou empedrada que margina os arruamentos, destinada à circulação de peões.

É fácil de explicar a adopção do termo no sentido indicado, se considerarmos a maneira como na cidade de Angra eram pavimentados os passeios das ruas até fins do século XX. Acúrcio Garcia Ramos, disso nos dá conta na sua» Notícia do Arquipélago dos Açores» (1869), dizendo, a pág. 69:
«É regularmente disposta, com ruas – de boa casaria – em linhas rectas, conservando entre si paralelismo, largas, bem calçadas e com passeios laterais de lagedo».

Conhecemos alguns deles que se mantiveram lajeados até aos começos do actual século, como sejam os que há menos de vinte anos, havia nas ruas Príncipe de Mónaco (Rocha), Jesus, Mota, João Vaz Côrte-Real (Marquês), Garoupinha, Miragaia e na Ladeira do Castelo onde ainda existem uns restos já com bastante desgaste a assinalar o tempo decorrido. Eram constituídos por lajes de cantaria, unidas umas às outras com argamassa, e daí certamente, pela forma rectangular idêntica à dos ladrilhos, assim foram designados no conjunto.

Também na «Reforma das Posturas do Concelho de Angra, em 1955», publicada com a introdução e notas do Dr. Luís Ribeiro, no Boletim do I.H.I.T. n.º9, lê-se:
«-Nenhum carreiro leve os carros por syma dos ladrilhos da cidade e quem o contrário fizer pague de couma douis mil reis»

E nas «Posturas da Câmara Municipal de Angra, de 1788», igual referência se encontra, neste precisos termos:

«… O carreiro que vier a ella com o carro andara sempre deante dos bois, e pelo meyo das ruas, ou dos caminhos, de forma que nunca passem po sima dos ladrilhos com os ditos carros, ou bestas, com pena de quinhentos reis, por cada huma das ditas prohibiçoens».

As lajes porém não pavimentavam apenas os passeios das ruas. Eram igualmente utilizadas nos portões (espaço compreendido entre a porta da rua e a escada da casa), vestíbulos e pátios interiores das casas solarengas, até fins do século XVII, havendo ainda na cidade alguns exemplares que o bom censo dos proprietários conserva e de que o átrio do Palácio Bettencourt, onde em hora feliz ficou instalado o Arquivo Distrital, é espécime notável a assinalar, como a casa do Coronel Silveira, na rua do General Carmona, a de Ilídio Mourato na rua da Sé e, na via pública, o Pátio da Alfandega e o Adro de S. Francisco, este já em grande parte calcetado a paralelepípedos."

 Convento de S. Gonçalo (rua da Rosa)

Saguão duma casa no Largo Prior do Crato

 "A pedra geralmente empregada, boa de trabalhar por ser uma espécie de «tufo», de fácil extracção e pouco rija, era todavia sujeita a rápido desgaste, e talvez por isso e pelo desejo de melhorar a decoração dos pavimentos, no século XIX começaram a substitui-las por um empedrado especial, feito com pequenos seixos rolados do mar, pretos e brancos, em figuras geométricas ou desenhos decorativos, como se vêem nos saguões de algumas casas, tendo muitas delas marcada, ao centro, a data da construção, fechadas em artísticas cercaduras. São bons exemplares, ainda excelentemente conservados, o que existe na residência do Dr. Marcelino Moules, rua de Jesus, nº 99, e outros, por exemplo, nos prédios n.º 42, 73, 99, 121, 137, 141 e 15 daquela mesma artéria citadina, o do solar dos Condes do Rego Botelho, na rua Duque de Palmela, o da casa dos Carvalhais, na rua Sidónio Pais, nº 194, o da casa do Largo Prior do Crato n.º 37, todos idênticos aos da segunda metade do século findo."

 Solar da Madre de Deus

"São notáveis também, a «passadeira» na entrada nobre do solar da Madre de Deus e a «roseta» que ainda se conserva no pequeno largo por detrás da Alfandega, frente à rua de S. João, na estrada 28 de Maio, hoje denominado da Estrela, devido à existência daquela «roseta», em forma de estrela, que o decora (Embora mantendo o mesmo desenho, foi reconstruída em paralelepípedos, também a preto e branco).
No adro da Sé o pavimento era misto, compreendendo empedrados de seixos a preto e branco que umas faixas lajeadas dividiam em rectângulos. Está hoje asfaltado, como os arruamentos que ladeiam o templo."



"Nos começos do século XVIII ou já no século XIX, começaram a adoptar na construção dos «ladrilhos» pequenos paralelepípedos de pedra, empregados depois no calcetamento de quase todos os passeios da cidade, à excepção daqueles que já estão no século XX, o feio e inestético cimento veio substituir, na febre de modernismo que tanto destrói e conspurca, onde o seu olhar aos inconvenientes da aplicação de certos materiais, onde o seu emprego, determinado certamente por critérios simplista, estaria em boa razão contra-indicado.

O facto de se substituir o lajedo pelos paralelepípedos, não alterou porém a designação primitiva e até, tanto o seu uso se generalizou, que na vizinha ilha de S. Miguel, pelo menos no primeiro quartel do século actual (século XX), a determinado doce sob a forma desses pequenos paralelepípedos, denominavam «Ladrilhos da Terceira», nome por que eram geralmente conhecidos.

Pouco cuidado tem havido na reposição dos antigos «ladrilhos», razão porque poucos se encontram com a regularidade do empedrado primitivo, o que é de lamentar, visto constituírem já uma característica da cidade.

E elas não são tantas, infelizmente, que permitam ou aconselhem desperdícios…"


In Frederico Lopes (João Ilhéu) – Ilha Terceira – Nota Etnográficas IHIT – Instituto Histórico da Ilha Terceira – Angra do Heroísmo, 1980
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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Ciclo do Touro (4)


O touro nos serviços de lavoura

Freguesia dos Biscoitos, ano de 1979 (1)

“O animal empregado nos serviços de lavoura, é o boi ou a vaca. Algumas vezes usam o cavalo, mas é, sobretudo o gado vacum o preferido nos serviços de lavoura e, assim, é utilizado na tracção dos carros, arados, grades, arrastadeiras, etc. 
(…) 
No gado bovido há a considerar quatro classes distintas: de trabalho, leiteiro, alfeirio e bravo. Considerado ainda relativamente aos lugares em que vive na Ilha, temos que distinguir, dentro destas classes, gado de baixo e gado de cima. O primeiro é constituído pelas reses de trabalho e pelas vacas leiteiras. O segundo pelo gado alfeirio e bravo. As reses de trabalho vivem no litoral, em cerrados junto ou próximo das casas de lavoura."
O touro no sagrado

"Pelo Espírito Santo dois dias consagrados aos bezerros que serão sacrificados para esmolas e função. Caprichosamente enfeitados com flores e tiras de papel de diferentes cores, são levados em cantoria pelos caminhos e canadas da vizinhança e depois de passarem em frente à casa do imperador, onde lhes é posto o ceptro sobre a cabeça e dorso, seguem para o lugar onde serão abatidos no dia seguinte. No sábado distribuem-se as esmolas de pão, carne e vinho aos vizinhos e pessoas do conhecimento do imperador e acende-se o forno para cozer as alcatras, que no dia seguinte serão requentadas para o jantar da função.”

In Maria Alice Borba Lopes Dias – Ilha Terceira – Estudo de linguagem e etnografia - 1982

(1) Na sequência dum voto ao Senhor Espírito Santo, um emigrante biscoitense, residente nos EUA, compra a maior junta de bois existentes na ilha Terceira, repartindo a carne dos mesmos na freguesia dos Biscoitos.
Os corpulentos animais pertenciam ao Sr. Jacinto "Pato", Às Quatro Canadas , freguesia de São Brás. Mais tarde foram adquiridos por Fernando Brum (Casa Agrícola Brum), também conhecido por "Fernando Maria",  que os criou na freguesia das Fontinhas, em propriedades da família. 


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Rótulos (9)

Proprietário: Basílio Simões &Irmãos, Sucessores de António Pedro Simões, com depósito de mercearias, líquidos, madeiras, etc. na rua de Lisboa (rua Direita), 56 a 62, Angra do Heroísmo.
Rótulo: 8cm x 12,7cm. 
Ano: Década de quarenta do século XX 
Colecção:  Luís Mendes Brum

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Calceteiros angrenses (17)


Rua do Marquês

A obra de reabilitação da calçada desta rua está sendo terminada por ajuste directo e administração directa da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.



terça-feira, 6 de agosto de 2013

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

JOÃO AFONSO

VIDA E OBRA
NO SEU NONAGÉSIMO ANIVERSÁRIO

João Afonso discursando no descerramento da placa existente na casa onde viveu Almeida Garrett na Rua de S. João em Angra, 1954. Foto/col. : Pedro Brito do Rio. 

João (Dias) Afonso nasceu na cidade de Angra do Heroísmo, freguesia da Sé, a 27 de agosto de 1923, filho de Joaquim Luís Afonso, comerciante e da professora do ensino primário, D. Maria da Glória Zulmira Dias Afonso. Cumpriu serviço militar obrigatório como oficial miliciano de administração, sendo desmobilizado tenente no B.I.I. nº 17. Em agosto de 1997 fica viúvo de D. Rahyra Leonissa da Silva Santos Afonso que foi estimada professora da Escola do Magistério Primário de Angra do Heroísmo e foram pais da licenciada D. Maria João Santos Afonso Galvão Teles, casada com Carlos Henrique Archer Galvão Teles, funcionário superior aposentado da antiga Petrogal.

Após a conclusão do curso complementar no Liceu Nacional de Angra, segue logo para Coimbra, em cuja Universidade se matricula aos 18 anos na Faculdade de Direito, interrompendo esses estudos por motivo de doença que o fez regressar à Terceira. Após a convalescença concorreu ao lugar de bibliotecário municipal, chegando a diretor, até à integração dessa biblioteca municipal na Biblioteca Pública e Arquivo de Angra do Heroísmo. Aqui aposentou-se com a categoria de técnico superior principal, assumindo, por diversas vezes, a direção interina deste estabelecimento, como aconteceu no impedimento do Dr. Manuel Coelho Baptista de Lima, enquanto este foi presidente da Câmara Municipal de Angra.

Na Biblioteca e Arquivo a que esteve ligado por mais de quatro décadas, bem como noutros arquivos nacionais e estrangeiros, realizou aturadas pesquisas no âmbito da história dos Açores (Açores em novos papéis velhos, ed. do Instituto Histórico da Ilha terceira, 1980) e da etnografia histórica açoriana (O traje nos Açores, id. 1978, 2ª ed. 1987) e procedido a um exaustivo inventário da bibliografia açoriana (Bibliografia Geral dos Açores, ed. Secretaria Regional da Educação e Cultura, de que saíram 3 volumes: 1985-1997) lamentando-se que os 8 volumes restantes ainda não tenham merecido publicação. Aliás o mesmo, imperdoavelmente, aconteceu com a obra do Dr. Franz-Paul de Almeida Langhans, Ofícios antigos subsistentes nas ilhas dos Açores, de que saíram só o primeiro volume (Flores e Corvo, 1985) e o segundo volume (Graciosa, 1988), sendo urgente reparar situações destas em que os autores deixaram obra de monta (gratuitamente), interrompidas abruptamente.

Fez também criteriosas investigações sobre baleação e museologia que o levaram a estagiar em instituições especializadas, na Europa: Mónaco, Sandefjord, Rennes, Concarneau, Londres, Paris e Colónia e na América do Norte: Terra Nova, Washington, Nova Inglaterra, Califórnia e Hawai. Participou em dezenas de congressos no país e estrangeiro e proferiu conferências em Universidades norte-americanas como Harvard, Brown, Arlington, Honolulu, etc.

O Governo Regional dos Açores encarregou-o da conceção/instalação do Museu dos Baleeiros do Pico, reconhecendo a sua elevada competência.

Sem dúvida que os maiores estudiosos da baleação açoriana foram José Mouzinho de Figueiredo com Introdução ao estudo da indústria baleeira insular, ed. Museu dos Baleeiros, Pico, 2ª ed. 1996, e João Afonso a culminar com o seu álbum Mar de baleias e de baleeiros, ed. Direção Regional da Cultura, Angra do Heroísmo, 1998.

A longa carreira de João Afonso como jornalista, está ligada principalmente aos jornais de Angra do Heroísmo Diário Insular (co-fundador) e A União, no primeiro dos quais coordenou uma notável página de Artes e Letras, durante 30 anos, de 1946 a 1978, apenas com uma interrupção entre 1958 e 1961, durante a qual foi chefe de redação da antiga Agência Nacional de Informação, Lisboa. Durante anos foi correspondente do Diário de Notícias (Lisboa) e de outros títulos, assim como da A. N. O. P. e colaborou em O.C.S. da diáspora. Foi o primeiro delegado da RTP nos Açores, nomeado por Ramiro Valadão em 1969.

Segundo Eduíno de Jesus, João Afonso surge como poeta «no âmbito do modernismo insular de meados do século passado com uma poesia em que se reconhece um pouco o torneio da frase nemesiana, mas cuja genuinidade o próprio Nemésio foi o primeiro a acentuar, sublinhando a vaga fluidez da sua expressão, a qual lhe permite conseguir às vezes admiráveis efeitos de simplicidade e pureza. Em alguns poemas publicados na imprensa periódica usou o pseudónimo de Álvaro Orey». Também traduziu poesia (inglês, francês e espanhol).

Publicou três opúsculos de poesia intitulados Enotesco, Angra do Heroísmo, s.d. [1955], Pássaro Pedinte e Ruas Dispersas (com prefácio de Vitorino Nemésio), Lisboa, 1960, o que o faz arrecadar o Prémio Nacional de Poesia do S.N.I., e Cantigas do Terramoto para Ler e Passar, Angra do Heroísmo, 1980, bem como numerosos ensaios e estudos sobre temas de história, literatura e etnografia dos Açores, de que destacamos - além dos citados e de muitos outros dispersos ou publicados em opúsculo - Garrett e a Ilha Terceira, ed. da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, 1954; Antero de Quental e o Pensamento da Revolução Nacional, Lisboa, 1967; Açores de Outrora na Ilha Terceira Daqueles Tempos, ed. Inst. Açoriano de Cultura, 1978; Memoração Ribeiriana (sobre Luís da Silva Ribeiro), ed. Inst. Histórico da Ilha Terceira, 1982; Notabilidade de Dacosta, Angra do Heroísmo, 1983; O Galeão de Malaca no Porto de Angra em 1659: Um Processo Judicial - Linschoten, ed. Inst. Histórico da Ilha Terceira, 1984; Baleias e Baleeiros - Açorianos nos Sete Mares e Ancorados nas Suas Ilhas, Angra do Heroísmo, 1988. Organizou, anotou e prefaciou: Luís Ribeiro, Subsídios para Um Ensaio sobre a Açorianidade, Angra do Heroísmo, colecção «Ínsula», 1964; id., Obras, 3 vols., ed. Inst. Histórico da Ilha Terceira / Secretaria Regional da Educação e Cultura, 1982-1983.

Promoveu o Movimento das Cidades Irmãs de Angra do Heroísmo e de Tulare, Califórnia.


É sócio efetivo das seguintes instituições: Academia Portuguesa da História, Sociedade de Geografia de Lisboa, Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (Brasil), Instituto Histórico a Ilha Terceira, Instituto Açoriano de Cultura, Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves e Núcleo Cultural da Horta. Colaborador de várias enciclopédias e revistas culturais portuguesas.

É comendador da Ordem do Infante D. Henrique (1989). Foi-lhe conferida a Medalha de Honra do Município Angrense (2003). Possui dois ex-líbris, um deles executado por Ruy Palhé, xilogravura. Mereceu ser fixado por artistas pintores e caricaturistas renomados como Martinho da Fonseca, Victor Câmara e Mateo Alzina Oliver, entre outros.
J. B. B.


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Efemérides açorianas – Agosto (5)



Angra do Heroísmo – Rua da Sé – 27 de Outubro 1927

1.1973- É inaugurada, no Externato do Infante, na ilha de São Miguel, uma exposição colectiva de 11 pintores residentes na ilha Terceira.

2. 2008 – A fim de actuarem nas Festas da Praia da Vitória encontra-se na ilha Terceira  o Grupo de Música Popular Portuguesa, “Raízes da Terra”, de Aguiar da Beira.

3. 2008 – Encontra-se na ilha Terceira o Rancho Folclórico de Arcozelo da Torre.

4.2008- Encontra-se na ilha Terceira a jornalista Alice Machado, um nome sonante na comunicação social em Portugal.

5. 2008 -Na companhia da sua Esposa, Dr.ª Maria da Conceição Santos Ghira, encontra-se nos Açores, o Eng.º João Carvalho Ghira, figura de destaque no mundo vitivinícola

6.1968- Morre em combate, no Ultramar, António Hermínio Esteves Duarte, natural da freguesia da Serreta

7. 2010 – Na companhia de familiares, encontra-se de férias em Angra do Heroísmo a ilustre angrense Maria José Teixeira Fins.

8.1973- Encerra a exposição de Fernand – Jean Bouton no Museu de Angra do Heroísmo.

9.1943- Nasce na freguesia de Santa Bárbara, concelho de Angra do Heroísmo, o cantador/improvisador João Cota Vieira (João Cota Mamão).

10.2010- Está na Terceira o Grupo Folclórico Crastovães.

11-2011- Na companhia da Dr.ª Susana de Melo Abreu, encontra-se na Terceira o Enólogo Carlos Silva.

12. 2010- A fim de participar no XXVI Festival Internacional de Folclore dos Açores -COFIT, encontra-se na Terceira o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo  (Santarém).

13.2008- Em viajem de divulgação da gastronomia cabo-verdiana, está na ilha Terceira o casal Lindorfo Ortet e Eva Ortet,


15.1971- Chega à ilha Terceira o Grupo Folclórico “Ilha Verde” composto de estudantes da Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada. 

16.1973- Parte em digressão aos Estados Unidos da América e Canadá (via ilha de Santa Maria) a equipa principal de futebol do Sport Club Lusitânia.

17.2008 – Está na ilha Terceira o Grupo de Malmequeres de Lourosa

18. 1976- A Junta Regional dos Açores atribui ao Hospital de Vila do Porto um subsídio de 18.105$50 para custear as despesas com a instalação do médico militar ali em serviço.

19.1971- É inaugurado o novo edifício para os CTT na Vila Nova do Corvo. 

20.1973- É nomeado Reitor do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo o Dr. Rafael Valadão dos Santos.

21.1973- Milhares de pessoas assistem na freguesia da Feteira, concelho de Angra do Heroísmo, a uma tourada à corda (com toiros escolhidos a capricho) que custou 30.0000$00.

22. 1973- Encontra-se em S. Miguel, sua terra natal, D. Humberto de Medeiros, Cardeal -Arcebispo de Boston.

23. 2008 - O Grupo Etnográfico “Os Esparteiros” de Mouriscas visita a freguesia dos Biscoitos.

24.1973- D. Humberto de Medeiros Cardeal – Arcebispo de Boston, visita a ilha Terceira, realizando-se luzidas cerimónias na Sé de Angra

25. 1918 – Nasce na freguesia dos Biscoitos, concelho da Praia da Vitoria, o José Ferreira Godinho (Mestre José Bento).

26. 2008-  O Enólogo Eng.º Jaime Costa visita o Museu do Vinho da Casa Agrícola Brum.

27. 2010- Encontra-se na ilha Terceira o Rancho dos Campinos da Azinhaga.

28.2008- Está na ilha Terceira o Rancho Folclórico "As Tricaninhas" de Antuã (Estarreja).

29. 2010- O programa da RTP “Verão Total” gravou no Museu do Vinho da Casa Agrícola Brum.

30. 1802- São reabertas as restrições à importação de vinho de fora da ilha de São Miguel, com o registo prévio do número de pipas encomendadas 

Efemérides açorianas – Agosto
Efemérides açorianas – Agosto (2)
Efemérides açorianas – Agosto (3)
Efemérides açorianas – Agosto (4)


Provérbios: Agosto