segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Mais um ano

Ao terminar mais um ano voltamos a recordar Maria do Céu ( Maria Francisca Bettencourt), nascida na cidade Património Mundial, Angra do Heroísmo, Açores (ilha Terceira).


Mais um ano


Como pétala de rosa desfolhada,
Ou sombra duma asa que passou,
Mais um ano fugiu, e se evolou...
- Gaze de fumo, meteoro, nada...

Verdade, que num sonho se tornou
Ainda ontem vivida e desfrutada,
E já hoje uma sombra mal lembrada...
-Bem, que julgamos nosso, e nos deixou...

Ano que morre - esperança que se acaba...
Ano que nasce - esperança renascida...
- Neste morrer e renascer de esperanças
Vão-se gastando os anos desta vida!...

1947

No Voz de Mulher, Rimas e Rosas de Milagre. Colectânea de Versos de Maria do Céu. Edição patrocinada pelo Instituto Histórico da Ilha Terceira. Página 137.

Escolha bem! Está na hora.

Já escolheu os vinhos para o "Reveillon"...?
Se, à boa maneira portuguesa, deixou essa escolha para a última hora... lembro-lhe que ainda vai a tempo de fazer a melhor escolha!
"Champanhe" sim, para o Reveillon, mas para a portuguesa "Passagem de Ano" decida-se pelo que é nosso!
Está na hora de escolher Vinhos dos Açores! Brinde ao Novo Ano com sabores da nossa terra. Tenha um Feliz 2008!...

domingo, 30 de dezembro de 2007

Que não chova no coração dos Açorianos



Hoje chove e as nuvens, que já fazem parte do património açoriano, pairam sobre as nove ilhas dos Açores.
Que não chova no coração dos Açorianos, neste final de 2007 e tenhamos todos esperança no surgir do arco-íris nas nossas vidas em 2008.
Como diz o conhecido provérbio chinês:
« Jamais desesperes perante as mais sombrias aflições da vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda.»
Tenham umas Boas Festas de Fim de Ano e um luminoso Ano Novo.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Enigma figurado

Entre vários recortes de antigas publicações encontramos em casa amiga, nos Açores, este fragmento com um interessante enigma figurado, da autoria de José Franco de Castro, da cidade do Funchal, Arquipélago da Madeira.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Plantas Vasculares nas vinhas dos Biscoitos



O conhecido Investigar José Eduardo Martins Ormonde - Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, natural dos Açores (ilha Terceira), faleceu há precisamente três anos, quando se preparava para terminar mais um livro da sua autoria. Resta-nos a esperança que alguém ainda o faça por ele...
A dedicação à sua área de investigação e conhecimento de âmbito internacional, aliada a uma simplicidade incrível, fez dele uma figura destacada e conceituada.
Aos Açores prestou relevantes serviços, tendo oferecido gratuitamente a professores da Universidade dos Açores o seu conhecimento relacionado com vários trabalhos de investigação realizados durante anos no arquipélago açoriano. A atestar uma rua com o seu nome na Cidade Património Mundial, Angra do Heroísmo.
Na zona vitivinícola dos Biscoitos fez vários levantamentos acompanhado por Luís Mendes Brum. Foi precisamente no Museu do Vinho da Casa Agrícola Brum que fomos encontrar uma lista de Plantas Vasculares das vinhas dos Biscoitos, realizada no ano de 1986, e que passamos a transcrever:


PTERIDOPHYTA

ASPLENIACEAE
Asplenium adiantu - nigrum L. subsp. adiantum - nigrum
Asplenium billotii F. W. schultz


HYPOLEPIDACEAE
Pteridium aquilinum (L.) Kunhn subsp. aquilinum


SPERMATOPHYTA
DICOTYLEDONEAE


AIZOACEAE
Carpobrotus edulis (L.) L. Bolus


CARYOPHYLLACEAE
Sagina procumbens L. subsp. procumbens
Silene gallica L.
Silene maritima with.


COMPOSITAE
Conyza bonarriensis (L.) Cronq.
Eupatorium adenophorum Sprengel
Pseudognaphalum luteo-album (L.) Hilliard & B. L. Burtt.
Sonchus oleraceus L.


CRASSULACEAE
Umbilicus rupestris ( Salisb. ) Dandy


EUPHORBIACEAE
Euphorbia azorica hochst.
Euphorbia peplus L.


LEGUMINOSAE
Lotus suaveolens Pers.
Ornithopus pinnatus (Miller) Druce


OXALIDACEAE
Oxalis corniculata L.

.
PAPAVERACEAE
Fumaria muralis Koch subsp. muralis


PLANTAGINACEAE
Plantago coronopus L. subsp. coronopus
Plantago lanceolata L.


POLYGONACEAE
Rumex sp.


RUBIACEAE
Galium aparine L.


SCROPHULARIACEAE
Cymbalaria muralis P. Gaertner, B. Meyer & Scherb.


UMBELLIFERAE
Crithmum maritimum L.
Daucus carota L. subsp. azoricus Franco



URTICACEAE
Parietaria debilis Forster fil.
Urtica membranaceae Poir.


MONOCOTYLEDONEAE

CYPERCEAE
Cyperus sp.


GRAMINEAE
Digitaria ciliaris (Retz.) Koel.
Lolium perenne L.
Paspalum dilatatum Poir.
Poa annua L.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Um devoto da aguardente da Graciosa



Nos Açores, um discípulo de Baco estando prestes a exalar o último suspiro, desmaia de repente.
-Éter, vinagre! Exclama o médico que o assistia.
Não encontrando tais medicamentos à mão, a família traz uma garrafa da excelente aguardente "Terra do Conde" da ilha Graciosa, que o doutor dá a cheirar ao moribundo.
Este, que recuperou os sentidos, diz com voz fraca:
-Mais abaixo.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Mar bravo nos Açores





O património vitícola dos Biscoitos, situado no litoral da mesma freguesia, a noroeste da ilha Terceira, tem sido beneficiado nos últimos dias com o mar bravo e "ventos mareiros".
Não havendo nos Açores horas suficientes de sol para que se obtenha um bom vinho tinto, é o negro das pedras, fruto desses ventos salgados, que acumulam calor a razão de se produzirem nos Biscoitos vinho branco ( Verdelho ) de grande qualidade.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

NOITE DE NATAL


Noite santa de Natal,
Doce aconchego d'amor!
Na rua o frio é mortal
E em casa o terno calor
Dá consolo esp'ritual .

A família prazenteira
Está toda aconchegada
Em torno d'uma lareira;
Fuma e cheira a consoada
Sobre as brasas da fogueira.

Tudo ali é bom, suave:
Não há zanga, nem quizilia,
Um grito ou gesto mais grave...
Somente a voz da família
Canta como um trilo d'ave.

Que conforte e que harmonia
N'esta noite se traduz!
Que concertos de alegria
Louvaram o terno Jesus
Até vir a luz do dia!...

Dá meia noite no sino,
Da ceia vem a festança
Entre o louco desatino:
Ai tempo em que era criança!
Ai tempo em que era criança!

José Osório

NATAL



Alta noite e Deus nascido
Manda que um anjo escondido,
Quando o silêncio é profundo,
Vá dar beijos e bonitos,
Aos seus irmãos pequenitos,
Aos meninos d'esse mundo.


E a velha estrela dos Magos
N'um raio da sua luz,
Trás às crianças afagos,
D'outra criança...Jesus!


Mas não é só aos meninos,
Por serem mais pequeninos,
Que Jesus das santas lendas
Envia os anjos dos céus
Com as mãos cheias de prendas,
Que o mesmo menino Deus,
Que lhes dá tantos presentes,
Deu-nos esses inocentes,
Por prendas que valem mais;
Dá brinquedos às crianças,
Deu as crianças aos pais!


E por isso a estrela santa
Dos Magos, que brilha além,
Se os nossos filhos encanta
A nós nos chama também!

Celestino Soares

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

"O Forno" na sua mesa de Natal


A Ilha Terceira, nos Açores, no que concerne a doces, pudins e bolos de combinações infinitas é de um grande requinte.
Nesta Ilha existem mais de duas centenas de receitas conventuais, onde se detectam influências das antigas Rotas das Índias. Basta referir que as conhecidas "Donas Amélias" já tiveram outro nome: Bolos Indianos.
Mas, com a Visita Régia, em 1901, de Suas Majestades o Rei Dom Carlos e a Rainha Dona Amélia, surgiu um "golpe palaciano" na doçaria terceirense. Os "Bolos Indianos", passaram a partir dessa altura a "Donas Amélias".
"O Forno" é hoje na cidade Património Mundial, Angra do Heroísmo, uma pastelaria de referência.
Com fabrico próprio de que destacamos as especialidades em doçaria regional da ilha Terceira: "Donas Amélias","Caretos", "Feiticeiros", "Africanos", "Cornucópias", "Ladrilhos "Espanhóis", "Torresmos do Céu" e mais...
"O Forno" fica situado no centro da Cidade, na Rua de São João 67 - 69.
Neste Natal, não deixe de ter à sua mesa destes mimos acompanhados do indispensável "Chico Maria" (Vinho Licoroso dos Biscoitos) e tenha Festas Felizes.

domingo, 23 de dezembro de 2007

1º Aniversário


Hoje comemora-se o 1º aniversário deste Blog.
Já se cantou "os Parabéns" e apagaram as velas.
Como podem ver, já pouco resta do bolo mas, assim mesmo, não queremos deixar de vos oferecer algumas fatias e brindar convosco, erguendo o nosso copo de Vinho de Verdelho dos Biscoitos, da ilha Terceira nos Açores:
- À nossa saúde!

Nota:
Se, na comemoração dos vossos dias festivos (Natal ou outros aniversários...) quiserem ter um bolo como o nosso... não façam cerimónia:


Bolo de Festas
(Natal e outros Aniversários)


1 xícara de manteiga
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de vinho de Verdelho Licoroso dos Biscoitos (ilha Terceira- Açores)
1/2 xícara de cerejas
1/2 xícara de corintos
1/2 xícara de cidrão
1/2 xícara de amêndoa
4 ovos
2 colheres de sopa de sumo de limão
Raspa de limão p.b.
1 xícara de chá de baunilha
1/2 xícara de geleia de uva

» Lavam - se as frutas para tirar o açúcar e enxugam-se bem.
» Amassa - se a manteiga com o açúcar ligando bem.
» Juntam - se os ovos batidos ligando bem.
» Juntam - se o vinho, o melaço, sumo e raspa de limão, a geleia e a baunilha.
» junta-se a farinha, o fermento e os ingredientes.
» Coze em forno moderado em forma untada.

E.T.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Presépio de viagem


Até em viagem se pode adorar o presépio.
Assim o confirma este «presépio de viagem» do início do século XIX confeccionado a partir de uma caixa de charutos da época.
De grande interesse sócio-cultural este exemplar que encontrei ao iniciar a «corrida aos meninos», para provar da sua mijinha, na cidade Património Mundial, Angra do Heroísmo, nos Açores.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O meu Presépio

Aquele presépio ingénuo e maneirinho,
- Feitiço dos meus olhos de menina,
Tão conchegado, que parece um ninho
A tosca gruta, muito pequenina,

Onde um Menino de minúsculas linhas
Ergue os bracinhos, como que a abraçar
Todas aquelas doces figurinhas
Que ali vieram para O visitar.

Ainda encanta e prende o meu olhar.


São: pastorinhos com níveos cordeiros,
Mulheres que trazem coisas à cabeça,
Senhores que vestem fatos domingueiros,
Um que ajoelha, um outro que tem pressa

De ver o que se passa e vem descendo
Pela rocha alta, numa acrobacia...
Outros que param, para vir dizendo
Que se cumpriu a grande Profecia,

Músicos que tocam flautas, violinos,
Frades, vilões, escravos e senhores,
Cegos que cantam, velhos e meninos,
-Num anacronismo e graça,encantadores...

E os três Reis Magos, muito aparatosos
Em seus cavalos, de oiro ajaezados,
Também lá vêm, de longe, pressurosos...
-E com eles vêm meus olhos deslumbrados...

E eu também vou, naquela multidão...
-Talvez eu seja aquela mulherzinha...
Aquele rei, talvez aquele vilão...
Talvez uma pastora, uma ovelhinha...
-Eu sei que vou naquela multidão...

MARIA DO CÉU



As fotos mostram um "presépio à antiga" que encontrei, de porta aberta à comunidade, num saguão de uma casa na Cidade Património Mundial, Angra do Heroísmo, ilha Terceira.
À semelhança da poetisa terceirense Maria do Céu, muitos açorianos ainda fazem do presépio sinónimo de Natal e lá se vão revendo nas mais ou menos minúsculas figurinhas que pelas rochas, dos nossos vulcões ou simples papel amarrotado, acrobaticamente caminham em direcção à estrela que os há-de guiar!
Que este ano o Menino Jesus nasça realmente no coração de todos os Açorianos e no novo ano, faça brilhar com maior intensidade, em progresso, paz e fraternidade, as nove estrelas do Arquipélago dos Açores.
Boas Festas!
Fanda


quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Nos Açores o Duque de Bragança esteve com membros da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos


Dom Duarte de Bragança na sua breve visita à ilha Terceira, em que esteve nas cidades da Praia da Vitória e Angra do Heroísmo, esta última classificada em 1983 pela UNESCO, Cidade Património Mundial, fez questão de estar com membros da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, a qual integra como Confrade de Mérito, segundo afirma "com a maior honra".
Aliás, manifestou o desejo de, no próximo Verão, voltar à Terceira na companhia da Duquesa D. Isabel de Herédia e dos Infantes, Príncipe da Beira, Dom Afonso de Santa Maria, Dona Maria Francisca e Dom Dinis"com o fim destes ficarem a conhecer tão aprazível ilha".
Gostaria, segundo disse, que participassem na festa da Vindima nos Biscoitos.
Na foto Dom Duarte com os Confrades João Maria de Sousa Mendes, Jácome de Bruges Bettencourt e Luís Mendes Brum.
J.B.B.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

DUQUE DE BRAGANÇA NOS AÇORES

Na sua passagem, ontem, dia 18 de Dezembro, pela Cidade Património Mundial de Angra do Heroísmo, onde participou na inauguração das novas instalações de um novo centro da AMI, à noite, foi obsequiado no Hotel Caracol com um jantar que reuniu cerca de três dezenas de Amigos e admiradores.
Durante o brinde, como não podia de acontecer foi usado o Verdelho dos Biscoitos, Ilha Terceira, "Chico Maria", que esteve sempre presente em todos os grandes acontecimentos da vida do Representante da Casa Real Portuguesa, como o seu casamento com Dona Isabel de Herédia e o nascimento dos Infantes de Portugal.
Foi um convívio muito agradável e participativo, uma vez que Dom Duarte priva com este grupo de Amigos há longos anos, tendo palavras demonstrativas do muito apreço que tem pelos Terceirenses que sempre lhe demonstraram estar com ele, reconhecendo-o como Chefe da Causa Real.


J.B.B.
Fotos: Real Associação da Ilha Terceira




terça-feira, 18 de dezembro de 2007

EX - LÍBRIS BÁQUICOS AÇORIANOS

- SUA DEFINIÇÃO -

«O ex-líbris é uma marca de posse colocada num livro, com o intuito de assinalar a identidade do seu possuidor. No entanto, bem mais do que apego à posse do livro, os ex-líbris denotam, sobretudo, o amor que os seus detentores lhes votam. Um livro dotado de ex-líbris deixa de ser um mero objecto produzido em massa, para passar a estar relacionado com uma pessoa; o simples facto de lhe ter sido colocado um ex-líbris dota o livro de uma história própria. E quando vemos, num livro, vários ex-líbris diferentes, colocados, passamos a poder reconstituir a história daquele objecto, sabendo por que mãos terá passado e em que bibliotecas esteve incorporado através dos tempos, durante a sua existência.
As marcas de posse são, geralmente num pequeno pedaço de papel, onde estes fazem constar os elementos que entenderem.
É comum a presença de "ex-líbris", figurando logo a seguir o nome do utente. Mas, nenhuma regra rígida norteia a escolha do que se quer fazer constar nessa peça.
A expressão clássica é por vezes substituída por fórmulas como "livro de", "este livro pertence a", "livraria ou biblioteca de", ou completada por referências mais específicas como "dos romances históricos", por exemplo. Há aqueles que gostam de uma divisa, frase geralmente em latim.
O desenho poderá ser heráldico, alegórico, simbólico, ornamental ou falante.
Uma coisa é certa, o ex-líbris exprime sempre, para além de tudo, um certo requinte artístico.
E nessa diversidade imensa de temas há, também, os báquicos aqui exemplificados.»

J.B.B.

No
Verdelho - Boletim da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos- Ilha Terceira- Açores. Ano VIII- N.º 2003- Página n.º 27


Jácome Augusto Paim de Bruges Bettencourt
n. Horta, Ilha do Faial, 5.9.1946
I."In Vino Véritas"
D/G: X3. H.F. Arq.º Segismundo Pinto
T.: Linóleogravura , op. 258, 2003

Luís Manuel Mendes Brum
I. Museu do Vinho- Biscoitos- Ilha Terceira
D./L.: "Glória ao Divino"
G.: Ruy Palhé, op, 139,1994
T.: Xilogravura

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Vestígios de uma antiga adega nos Açores

A poucos metros da Presa dos Lagarinhos, zona alta da freguesia dos Biscoitos, na Ilha Terceira, encontram-se ruínas duma adega junto a vestígios de curraletas, que indicam uma área utilizada até meados do séculos XIX.
Segundo Rui de Sousa Martins - Centro de Estudos Etnológicos - Universidade dos Açores, no Boletim Verdelho da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, n.º 3 do ano de 1993, páginas 3 a 4, com título Sobre uma antiga adega da freguesia dos Biscoitos, refere:
"(...) Nos últimos meses de 1998, Luís Mendes Brum, Director do Museu do Vinho dos Biscoitos, pediu-me um depoimento sobre a referida adega, dispondo-se a colaborar com informações complementares que prolongaram o debate.
Se este projecto de pesquisa se reveste de especial interesse uma vez que os materiais construídos são considerados uma importante fonte para o conhecimento etnológico da realidade sociocultural que os produziu e utilizou, esta perspectiva não dispensa a necessária descrição, a localização cartográfica e os levantamentos fotográficos, sendo indissociável do problema da sua salvaguarda e gestão enquanto testemunhos culturais e patrimoniais".
Esta Primitiva Adega - À Presa dos Lagarinhos vem referenciada no sexto livro(32-195.155), dedicado ao concelho da Praia da Vitória, da excepcional obra Inventário da Património Imóvel dos Açores, da responsabilidade do IAC- Instituto Açoriano de Cultura.
Hoje publicamos documentação referente ao levantamento, em Dezembro/2000, vendo-se nas fotografias Paulus Brunus, Presidente do IAC e Victor Cardoso.

Foto: J.M.Magina- 1998.05.09

Foto: L.M.Brum- 1993

Foto: J.M.Magina- 1998.05.09

Paulus Brunus e Victor Cardoso
Foto: L.M.Brum- Dezembro 2000


domingo, 16 de dezembro de 2007

Examinadores no Verdelho dos Biscoitos

Esteve na Terceira, como examinador no júri de uma prova de mestrado sobre Etrobotânica daquela Ilha, Pólo da Universidade dos Açores, o Professor Doutor António Xavier de Barros e Cunha Pereira Coutinho - Departamento de Botânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Ontem, acompanhado pela Professora Doutora Maria Teresa Ribeiro de Lima, visitou com grande interesse vários locais, com uma "paragem obrigatória"no Museu do Vinho da Casa Agrícola Brum, onde contactou com a realidade vitivinícola dos Biscoitos e a dos Açores em geral, tendo provado os vinhos "Donatário" e o Licoroso "Chico Maria".
Ainda nesta região vinhateira, Teresa Lima, Co-Fundadora da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos e membro do Directório dos Notáveis da mesma associação(Grão Escanção), ofereceu ao ilustre visitante revistas "Verdelho"da Confraria.


sábado, 15 de dezembro de 2007

" Torrantés a martelo"



Os versos abaixo transcritos são do lado de cá dos Montes e dos nossos vizinhos espanhóis. Destes últimos, já "a martelo" ,(1) noutras regiões portuguesas, incluindo as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.
"Do Terrantez ainda correm por Trás-os -Montes estes versos de pernas tortas, recordando longínquas épocas, parecendo que fôra mais querido do que é presentemente, a avaliar pela raridade com que por alli aparece.

- Não o deites ao teu vinho
Nem o dês ao teu visinho.
- Então que lhe farei?
- Dá-o cá que eu o comerei.


No íntimo do pensamento quer dizer que o Terrantez é apreciável uva de prato, mas os nossos visinhos hespanhoes parece não concordarem com a formula portuguesa, tendo outra para seu uso:


Torrantés ni la comas ni la des
Que para vino buena es


Chamados para resolver o pleito, resovel-o-hiamos a favor dos nossos patrícios: a razão deverá estar do seu lado".

Na Viticultura Moderna, Pedro Bravo - Engenheiro Agrónomo e Duarte Oliveira Proprietário Viticultor. Segunda Edição. Porto. Oficinas de O Comércio do Porto . Ano 1920. Página 244.

.
(1) As uvas de terrantês
Não as comas nem as dês
Para vinho Deus as fez
.
E.T.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Menino Jesus é testemunha...

O Governo Regional dos Açores utiliza Planta Endémica Açoriana, Ilex perado ssp azorica (azevinho), que está protegida, na decoração de montras, tendo o Menino Jesus como testemunha.


Cumpre as minhas leis e não faças o que eu faço.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

" Manguitos" para agradecer?

Hoje alertamos para o facto de ser delicado e reconhecido poder originar conflitos.
O caso que vamos marrar... digo, narrar, passou-se no percurso Angra-Biscoitos, na Ilha Terceira.
Conduzindo o seu veículo, na sua rota habitual um membro da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, como é normal nas estradas dos Açores, no mesmo sentido, uma carrinha seguia ao ritmo da manada que o precedia, esta guiada, a pé, por uma senhora.
O confrade, muito naturalmente, fez menção de ultrapassar o veículo da frente, conduzido pelo empresário agrícola, dono da manada.
Como é frequente nestas situações, procurando evitar acidentes com reses que nas Ilhas se conduzem ou são conduzidas naquelas estradas, o lavrador apercebendo-se, certamente através dos espelhos retrovisores, com um gesto de mão, deu a entender que o caminho estava livre e as reses podiam ser ultrapassadas.
O nosso confrade avançou confiante mas cuidadosamente enquanto, com a mão direita aberta levantada e abanando o braço, fez uma saudação que, para muitos simboliza um delicado cumprimento de agradecimento ou simplesmente um gesto de solidariedade.
Enquanto isto, o dito confrade ouviu estridentes buzinadelas do nosso lavrador. Surpreendido e curioso, recuou procurando saber a razão daquele chamamento. Ao mesmo tempo o lavrador avançou e ao aproximar-se do confrade, desceu da carrinha enquanto o confrade abria o vidro do lado direito do seu veículo para conseguir ouvi-lo.
Surpresa das surpresas! O nosso lavrador em tom nada amistoso disse:
- Então eu ainda lhe dou sinal de passagem e o senhor faz-me Duas Bananas!!??
Atrapalhado perante o imprevisto da situação o confrade balbuciou:
- Oh! Senhor! Eu... eu estava...estava só a agradecer-lhe!!...
Resposta pronta do lavrador:
- Eu vi!... eu vi!... Eram Duas Bananas!... (manguitos!!), vá... Vá- s'imbora desapareça da minha frente!!...
O nosso confrade, habituado a conduzir por entre gado bovino e outras reses, seguiu o seu caminho concluindo que por entre todas as peripécias a que tem assistido, como protagonista ou simples espectador, esta "anedota", também era digna de registo.
Assim sendo, aqui ficou registada.


As vacas(reses) ainda não passaram, pois não há ... bosta na estrada

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Verdelho dos Açores no Cabrito do Caramulo

A cidade de Tondela acolheu o 2.º Capítulo da Confraria do Cabrito da Serra do Caramulo, no passado fim de semana, no qual participaram cerca de 40 confrarias báquicas e gastronómicas, incluindo confrarias belgas e espanholas, que foram recebidas com todas a atenções e gentilezas.
No recinto do chamado Mercado Velho, foi servido um lauto pequeno almoço, seguindo-se uma missa na Igreja do Carmo, desfile de confrarias pelas ruas de Tondela, acompanhadas pela filarmónica local, dirigindo-se depois ao salão nobre da Câmara Municipal, aonde foram recebidas pelo Presidente da Edilidade tondolense, que deu as boas vindas a todos os participantes seguindo-se a entronização de 3 confrades efectivos e igual número de confrades de honra.
Após o encerramento da cerimónia de entronização, o rumo foi o Hotel do Caramulo, sendo servido um requintado almoço, que teve o "Cabrito Assado no Forno", como Prato de Honra.
A Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos (Ilha Terceira - Açores) fez-se representar uma vez mais pela sua Grã Mestre.
I.A.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

No Dia Internacional da Montanha

Na nossa conta corrente com a natureza, raras vezes lhe creditamos os muitos bens que gozamos.
A natureza nos Açores é sublime, minuciosa nos seus detalhes. Até as lavas solidificadas, no litoral da freguesia dos Biscoitos, brotam um vinho que se distingue: O Verdelho.
Hoje, Dia Internacional da Montanha, deixo aqui algumas fotografias das Serras e montes da Ilha Terceira.
J.B. (Joaquim Barbosa)
.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

"Conversas de Outono" na Ilha Terceira


Palácio Bettencourt. Biblioteca Pública e Arquivo de Angra do Heroísmo


No âmbito da iniciativa «Conversas de Outono» na Biblioteca Pública e Arquivo de Angra do Heroísmo, deslocou-se à Ilha Terceira - Açores - José Carlos de Vasconcelos, advogado, poeta, jornalista e director do Jornal de Letras, Artes e Ideias, coordenador editorial da revista "Visão" (de que foi um dos fundadores) membro do conselho Geral da Fundação Calouste Goulbenkian e do Conselho de Opinião da R.T.P.
No passado fim de semana, José Carlos de Vasconcelos visitou algumas instituições culturais entre as quais as privadas "Carmina Galeria", de Dimas Simas Lopes, natural da vinhateira freguesia dos Biscoitos, médico cardiologista, artista plástico, produtor engarrafador do vinho de verdelho "Vinha Branca", Confrade Irmão da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos e a centenária produtora da mesma freguesia a Casa Agrícola Brum(a mais antiga da Região autónoma dos Açores) e o seu Museu do Vinho.
Durante estas visitas teve ocasião de provar alguns vinhos nomeadamente o mesa "Vinha Branca" na freguesia da Feteira(Carmina Galeria) e o mesa "Donatário" e o licoroso "Chico Maria" no Museu do Vinho, freguesia dos Biscoitos.



José Calos de Vasconcelos no Museu do Vinho da Casa Agrícola Brum Lda.




José Carlos de Vasconcelos dialogando com o "Donatário" dos Biscoitos

domingo, 9 de dezembro de 2007

Um notável lagar nos Açores




Ontem lembramos o Padre João Caetano Flores -"Um Homem dos Açores".

Hoje transcrevemos do Boletim Verdelho n.º 2- página 5 - 1997 uma reportagem da sua autoria:A PROPÓSITO DUMA VISITA A UMA ANTIGA ADEGA SENHORIAL.
"No passado mês de Maio, acompanhado dos meus bons amigos, Luís Mendes Brum, Gerente da Casa Agrícola Brum Lda e responsável pelo Museu do Vinho dos Biscoitos que esta família detém na Terceira, e colega Padre José Gregório Soares Amaral, Pároco de Ponta Garça, deslocámo-nos à freguesia do Livramento do concelho de Ponta Delgada, para visitarmos a Quinta de Nossa Senhora das Necessidades.
Fomos fidalgamente recebidos nesta casa senhorial pela senhora D. Maria Vaz Monteiro de Vasconcelos Franco que nos aguardava pacientemente.
A anfitriã, de 92 anos de idade, não deixou de nos impressionar pelo seu espírito jovem, alegre e delicado, para além duma vasta cultura histórica, museológica e religiosa que demonstrou ao chamar a atenção detalhadamente para esta e aquela peça, seus pormenores, épocas, usos e costumes.
Juntamente com seu filho, percorremos o valioso Solar do século XVIII e a histórica ermida anexa (anterior à casa), datada de 1692, dotada de ricos painéis de azulejos.
Digno de registo a cozinha monumental da imponente casa nobre e suas chaminés. De destacar o lindo e cuidado jardim arborizado ( e dois pavilhões) que ornamenta e desafoga a magnífica edificação.
Foi ponto auge a visita à adega e ao seu histórico lagar que, no género, deve ser único em Portugal.
O lagar, de estilo joanino, deve ter sido idealizado por um arquitecto francês e mandado construir por um antepassado da família em referência, que emigrou para o Brasil. A madeira que faz parte do lagar foi trazida desse nosso antigo território pelo proprietário que o mandou fazer.
É digno de registo o cuidado que a exemplar família proprietária dedica a esta peça museológica, bem como à Ermida e ao Solar que é brasonado."

Padre João Caetano Flores
1.º Tabelião da C.V.V.B.