sábado, 8 de dezembro de 2007

Um Homem dos Açores

Hoje lembramos um Açoriano que os Açores não podem nem devem esquecer.
Durante a sua vida terrena foi compreendido e estimado. Esperamos e desejamos que tudo o que fez pelo Arquipélago e nele deixou seja agora devidamente respeitado. Se perpetuarmos assim a sua memória estaremos com alguma dignidade perpetuando a Memória de um Povo - O Açoriano.
Foi Confrade Co- Fundador da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, grande impulsionador e colaborador do "Verdelho" do qual transcrevemos a notícia do seu falecimento ocorrido a 2 de Dezembro de 1998.
" Morte sentida do Padre João Caetano Flores. Embora esperada a notícia, pela grave doença que o minava nos últimos tempos, que obrigou a internamentos hospitalares prolongados e a várias intervenções cirúrgicas, foi no entanto, com grande mágoa que vimos partir, a 2 de Dezembro, do nosso convívio, este querido Confrade que era muito mais do que isso, um Amigo sincero e leal como poucos, um companheiro sempre pronto em alinhar e a incentivar iniciativas sócio - culturais viessem donde.
À Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, como confrade fundador e membro dos seus órgãos directivos (1.º Tabelião do Capítulo Geral), prestou relevantes serviços serviços e foi um dos que mais pugnou pela sua criação e prestígio.
À vitivinicultura açoriana prestou largo contributo com a abertura de um núcleo museológico temático na freguesia da Ribeira-Chã - São Miguel, onde reuniu peças de interesse etnográfico ligadas à vinha e ao vinho, usadas na Ilha do Arcanjo.
A atestar tal, basta consultar o n.º 84 - Nov/ 1987 do Boletim Paroquial da Ribeira - Chã, dedicado à vitivinicultura nos Açores.
Aliás, este boletim pelo Padre Flores dirigido, foi sem dúvida a melhor publicação do género que alguma vez uma paróquia editou.
Sacerdote exemplar que soube exercer excepcionalmente o seu múnus ao longo dos 42 anos em que serviu como Homem da Igreja. seria difícil, aqui, relacionar o seu trabalho por muitas vertentes e acções em que se desenvolveu. Primava também pela modéstia, fugindo a que se falasse nele como colaborador desta ou daquela iniciativa.
O seu labor foi reconhecido pelo Presidente da República que em 1967 lhe atribuiu as insígnias de Oficial da Ordem de Benemerência. Em 1996 o Padre Flores foi galardoado com a medalha de Ouro do Município da Lagoa e com o título de Cidadão Honorário.
Nasceu a 9 de Setembro de 1930 na Fajã dos Vimes, freguesia de São Tiago da Ribeira Seca, concelho da Calheta, ilha de São Jorge, no seio de uma família de pequenos agricultores.
A Assembleia Legislativa Regional dos Açores e grande número de Câmaras Municipais da região, tombaram em acta votos de pesar pela morte desta figura que sem dúvida marcou e bem a época em que viveu.
À sua Família, a Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos que muito honra sempre sentiu em o ter como confrade, apresenta dolorosas condolências e que descanse em paz o sono da eternidade".

No Boletim VERDELHO, nº3-1998

Recepção na Ribeira-Chã durante o 1.º Encontro
das Instituições Museológicas dos Açores, 24.03.1994

Exposição temática do Espírito Santo


Centro Paroquial da Ribeira-Chã, 1996.
Sessão solene após a inauguração do Museu do Vinho da Ribeira- Chã
e Exposição de vinhos de qualidade dos Açores
Adega do Museu do Vinho da Ribeira-Chã

O Padre João Caetano Flores na adega do Museu do Vinho da Ribeira Chã

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