quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Os confeitos no Japão

Confeitos = compeitos

Por: Paulo Ávila de Melo



Fernão Mendes Pinto chegou à ilha de Tanegashima, no Japão, no ano décimo segundo de Tenmomn (15439, e, desde então, os barcos portugueses nunca mais deixaram de chegar ao arquipélago nipónico.

“Os cascos dos barcos portugueses eram pretos, os cabos das velas estavam espalhados como teias de aranha e velas ondulantes eram brancas e carregavam, cosidos em pano, a Cruz e o Brasão da Família Real.

No barco, o Capitão aparecia com a sua capa ao vento. Nas bonitas caixas e arcas, descarregadas dos barcos, chegavam muitas coisas nunca antes vistas: armas, relógios, telescópios, vidros, etc. O rebuçado português era uma destas curiosidades.

O que chamou mesmo a atenção do povo foram os confeitos que brilhavam dentro de frascos”.
No décimo segundo ano de Eiroku (1569), o Padre Luís Frois, da Companhia de Jesus, fez várias ofertas a Oda Nobunaga, alta autoridade japonesa, como pedido para ficar no Japão, por razão de ser prosélito. Diz-se que havia um frasco de confeitos entre estas oferendas. Podemos imaginar quão preciosos e invulgares eram estes bombons, há quatrocentos e vinte e sete anos.

Nobunaga, então com trinta e seis anos e de carácter severo, foi o primeiro japonês a possuir confeitos, e ficou contentíssimo com a oferta do Padre Jesuíta. Ao agradar a Oba Nobunaga, o Padre Luís Frois tornou-se o verdadeiro responsável pela introdução e expansão dos confeitos no Império do Sol Nascente.

Ninguém sabe quando se começou a fazer confeitos no Japão e como é que eles eram confeccionados. Sabe-se só que, durante o período Meiji eram feitos à mão. No Japão, e desde que os japoneses começaram a fazer os confeitos, o nome deste rebuçado alterou-se para “Compeitos”.

Quando a produção dos “compeitos” se tornou mecanizada, por meados do período Meiji, tornou-se bastante volumosa.

Depois da Segunda Grande Guerra, por via de faltarem alguns dos ingredientes, o “compeito” era confeccionado simplesmente com açúcar, sendo vendido em latas como o “rebuçado barato”. Era ainda muito vendido por se dizer que servia de refresco aos agricultores, enquanto estes trabalhavam.

Hoje, no Japão, o “compeito” tornou-se mais caro do que as outras formas de rebuçado, sendo olhado como um bom- bom de luxo e com alta qualidade.

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Nota: nas suas pesquisas online não utilize a palavra compeitos (com c ) mas kompeitos.

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