sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A arte deve ser empregue na vitivinicultura


Até à colheita da uva, predominam as leis da natureza, favorecendo ou prejudicando a matéria-prima. Com a vindima principia a arte, que, bem aplicada, valoriza a natureza.

Nos últimos anos temos assistido na ilha Terceira, à entrada no progresso por parte de alguns produtores/engarrafadores, pondo de parte os processos rotineiros que o pai Noé usava na sua pseudo arte de vinificação.

Pollacci, (no “La teoria e la pratica della viticoltura e della enologia”, pag. 219, Milano, 1883), disse: La natura fa l’uva, e l’arte fa il vino.
Todos sabem que, de dois viticultores vizinhos, dispondo de terrenos idênticos em composição, exposição, e com as mesmas castas, um apresenta um vinho muito superior ao do outro. É que o processo de vinificação (dos tranquilos) difere nas duas vinhas.

A utilização do Lapilli (bagacina, bagaço, areão, escórias vulcânicas), na maioria dos casos impermeabiliza os terrenos. Daí, que, não é raro um viticultor tenha problemas sanitários e o outro não. Seria óptimo se tal não acontecesse, pois evitar-se-iam maiores despesas. Mas, favorece a excoriose, a esca e outras doenças do lenho. Aliás, o Lapilli é simultaneamente “um viveiro” para a cochonilha, entre outros ácaros e não só.

Infelizmente, continua-se a ignorar a experiência do pioneiro da modernização da cultura da vinha nos Açores: o Eng.º Raul Machado Costa, ilustre produtor/engarrafador na Ilha Graciosa, que certamente continua, de sorriso aberto, a ver a banda passar...

O senhor Eng.º Raul Machado Costa já foi por nós mencionado aqui.

Triste verdade, é “ouvir-se à boca cheia”, falar do vinho... quando este é "fruto da videira e do trabalho do homem”.

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