Os transportes marítimos entre o continente e as ilhas, e estas e o continente eram asseguradas, sobretudo, pela Empresa Insulana de Navegação, que nos anos cinquenta tinha ao seu serviço os navios "Lima" e "Carvalho Araújo", que vieram substituir o "Funchal"(antigo) e o "S.Miguel" (mistos de passageiros e carga) e o "Terceirense" (cargueiro).
Foto da colecção de J.B.B.

Foto da Colecção de J.B.B.
Os "iates" prestavam relevantes serviços nessa época, pelo que perduram na memória dos açorianos que viveram ao tempo. Lembramos os mais antigos, como a chalupa"Helena", da responsabilidade de mestre José Morgado, ou o "Andorinha", com mestre José Gaspar ao leme.
Mas, concretamente em 1953/54 estavam ao serviço o "Ribeirense", de mestre João Alves, o "Santo Amaro", onde pontuaram os mestres Teixeira, Alvernaz, Agostinho, Manuel Leonardo e Daniel Costa. Estas embarcações do Pico, e o "Terra Alta", duma empresa com capitais do Faial e Pico, que teve entre vários mestres Vieira, Eduardo, e Humberto. Da Graciosa havia a "Maria Eugénia"(único a navegar em 1999, agora agora no grupo oriental, creio que pertencente à "Corretora" e que foi comprada pelo mestre Manuel Anhanha), o "Espírito santo" (uma série com o mesmo nome), contou mestres como Manuel Joaquim, Manuel Leonardo e Daniel Costa Berló, e o "Fernão de Magalhães" (antigo), os dois derradeiros pertencentes a uma sociedade com século e meio de actividade, que começou a cabotar com o "Livramento" e o "S. João".
Na travessia do canal Pico-Faial operavam no transporte de vasilhame (vinhos e aguardentes), frutas, lenhas e carga geral os chamados "barcos do Pico".
No porto da Madalena havia o "Adamastor" e o "Rival", no da Areia Larga o "Picaroto" e o "Manuel José" e ainda, os "barcos do Calhau": "Santo António do Monte" e "Caridade".
O custo destes transportes era variável:
Graciosa para Angra do Heroísmo ou vice -versa:
80$00 por pipa
45$00 por meia pipa
10$00 por barril
Pico-Horta ou vice-versa
30$00 por pipa
Foto da Colecção de J.B.B.

operação de carregamento-As obras da doca foram inauguradas em 30 de Setembro de 1861.
Foto Colecção: F. E. O. M.
Referem -se os custos de Cabotagem(1) para vinhos e vinagres, aos quais se deve acrescentar o custo do transporte em lanchas nos portos onde não existe cais acostável, como acontecia em Angra do Heroísmo, onde os preços respectivos eram:
Casco......................15$60
Pipa........................12$50
Meia - Pipa..............6$00
Barril......................1$50 a 3$00
Caixas 30- 40 Kg.......2$00
Caixas 9-15 Kg ..........1$00
Garrafões 5 -10 litro....1$50
(1) Cabotagem-envolve todas as modalidades de transporte não compreendidas na definição de "Circulação".
J.B.B.
No Boletim da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos. Ilha Terceira- Açores.
Ano IV N.º 4 ano 1999
No Boletim da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos. Ilha Terceira- Açores.
Ano IV N.º 4 ano 1999
...e o transatlântico "Roma" na baía de Angra do Heroísmo.
Curiosidades no Almanach Açores para 1906:
Sua Majestade o Senhor D. Luiz, visitou Horta, ilha do Faial, quando infante, a 2 de Novembro de 1858, a bordo da corveta Bartholomeu Dias, do seu comando.
No Almanach Açores para 1912:
A 11 de Julho de 1866 chegou à ilha Terceira a fragata D. Fernando e a corveta Duque de Palmela, trazendo para aqueka ilha, com ordem do governo português, duzentos e tantos espanhois emigrados.
Curiosidades no Almanach Açores para 1906:
Sua Majestade o Senhor D. Luiz, visitou Horta, ilha do Faial, quando infante, a 2 de Novembro de 1858, a bordo da corveta Bartholomeu Dias, do seu comando.
No Almanach Açores para 1912:
O vapor "Luso" da Empresa Insulana de Navegação naufragou na vila da Lagoa, ilha de São Miguel, em 26 de Julho de 1883.
A 11 de Julho de 1866 chegou à ilha Terceira a fragata D. Fernando e a corveta Duque de Palmela, trazendo para aqueka ilha, com ordem do governo português, duzentos e tantos espanhois emigrados.
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O primeiro navio que encostou à doca de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, foi a escuna inglesa White, no dia 27 de Setembro de 1867.
A primeira exportação de ananases da ilha de São Miguel, foi pela escuna inglesa Maux Meihg em 12 de Novembro de 1864.
O farol do Nordeste na ilha de São Miguel acendeu-se pela primeira vez no dia 25 de Novembro de 1876.
Em 21 de Julho de 1857, chega à baía de Angra o vapor Duque do Porto, iniciando a carreira a vapor entre os Açores e o continente, por conta da Companhia União Mercantil.
O farol do Nordeste na ilha de São Miguel acendeu-se pela primeira vez no dia 25 de Novembro de 1876.
Em 21 de Julho de 1857, chega à baía de Angra o vapor Duque do Porto, iniciando a carreira a vapor entre os Açores e o continente, por conta da Companhia União Mercantil.
1 comentário:
Muito interessante este blogue, pela carga humanista e simpática de todas as suas letras e imagens.
Gostei particularmente deste apontamento sobre os navios.
Acerca do vapor DUQUE DO PORTO, este navio inaugurou efectivamente as ligações Continente - Açores com navios a vapor mercantes, pois já em Julho e Agosto de 1836 o Estado havia promovido a primeira viagem de Lisboa a São Miguel, Terceira e Faial, com o vapor TERCEIRA. A instabilidade politica da época levou a que a iniciativa não tivesse na altura a continuidade necessária e desejável.
O vapor DUQUE DO PORTO pertencia à Companhia Luso-Brasileira de Navegação a Vapor, com sede no Porto. Este navio fez três viagens consecutivas aos Açores no Verão de 1857, sendo vendido no ano seguinte ao armador J. H. Andresen, também do Porto, vindo a naufragar em Peniche a 26 de Julho de 1859, durante uma viagem do Porto para Lisboa.
A Companhia União Mercantil só foi constituída em 1858, tendo inaugurado a carreira dos Açores com o paquete D. ESTEPHANIA em Junho de 1858. Este navio destinava-se à linha da África Ocidental, e a União Mercantil adquiriu na altura o primeiro vapor destinado especialmente às ligações regulares Açores - Continente: o vapor AÇORIANO, de 496 toneladas de arqueação bruta, com 60,39 m de comprimento e 1 hélice. Saiu de Lisboa para os Açores na viagem inaugural a 4 de Setembro de 1858 com 36 tripulantes, 49 passageiros e encomendas, comandado pelo capitão António Telles Machado.
Este capitão navegou nos paquetes das ilhas durante décadas, pois chegou a comandar os primeiros vapores da Empresa Insulana na década de 1870.
Luís Miguel Correia
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