Jácome Augusto Paim de Bruges Bettencourt, nasceu a 5 de setembro de 1946, na freguesia da Matriz, cidade da Horta, ilha do Faial, Açores.
Iniciou em 1962 a sua atividade como colaborador na imprensa açoriana, inicialmente no jornal “O Telégrafo” e, simultaneamente, no semanário “O Debate” de Lisboa, quando ainda estudante liceal e a viver na capital. Após cumprir o serviço militar, cursou a Escola de Regentes Agrícolas de Évora que seria integrada, mais tarde, na Universidade de Évora, não tendo completado o estágio de tirocínio. Desde então, não parou mais de escrever até hoje para os órgãos de comunicação social. Coordenou o boletim municipal “Angra do Heroísmo” e foi editor e diretor da revista “Verdelho”, órgão da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, da qual foi Grão-Mestre. Tem centenas de trabalhos e artigos publicados, muitos deles através de instituições de natureza cultural, social, de património e história. Participou em congressos, colóquios e fóruns sobre diversas temáticas. A convite fez algumas palestras.
Publicou livros, sendo alguns lançados em Lisboa, Porto, Viseu, Guimarães e junto das comunidades portuguesas em Toronto (Canadá) ou Tulare (E.U.A.), bem assim em Macau.
Fez formações na área da comunicação institucional, nomeadamente pelo CENJOR e Associação Nacional dos Municípios Portugueses em Lisboa e Coimbra.
Colaborou em programas culturais de Martins do Carmo no Rádio Clube d’Angra, na RTP – Açores de Emanuel Carreiro, TVI de Fátima Lopes e RTP do Prof. José Hermano Saraiva.
Foi funcionário do Município Angrense, na Divisão de Cultura, mais de três décadas (aposentado há 10 anos), continuando a colaborar como vogal da sua Comissão de Toponímia. No serviço municipal, teve como tarefa a seu cargo, a organização de exposições de Arte, Artesanato e de Colecionismo diverso, que foram considerados de proveito local marcante, como as de medalhística, como a de Medalhas de Camões, os Lusíadas, o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, nos Paços do Concelho de Angra, peças da sua coleção particular, por ocasião da Presidência Aberta do Dr. Mário Soares, em junho de 1989, com 160 medalhas escolhidas do seu acervo pessoal, publicando um catálogo alusivo, bem como outras de ex-líbris, como detentor da maior coleção existente na Região Autónoma.
Foi chamado para atividades políticas e administrativas públicas. Foi apoiante do P.P.M. desde a sua fundação, acompanhando sempre o líder histórico Gonçalo Ribeiro Telles. Integrou a comissão administrativa da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo (após o 25 de Abril) e desempenhou funções de apoio social, como Provedor da Misericórdia d’Angra (1974/5), vogal da antiga Comissão Distrital de Assistência e vogal do Albergue Distrital de Angra. Tem integrado órgão diretivos de várias instituições como do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Instituto Açoriano de Cultura, Academia Portuguesa de Ex-Líbris, Cozinha Económica Angrense, etc.
Desde os primórdios do ano de 1997, assim, à beira de completar 25 anos de função, que é cônsul honorário da República de Cabo Verde nos Açores, com sede na cidade património mundial classificada pela UNESCO, de Angra do Heroísmo, a mais antiga dos Açores. Eram então presidentes da República de Cabo Verde e Portugal, respetivamente, António Mascarenhas Monteiro e Jorge Sampaio, que intervieram no Exequátur.
Considera muito enriquecedor tal desempenho, que lhe trouxe excecionais experiências e amizades inesquecíveis, que guardará para sempre na sua memória. Visitou 5 vezes esse encantador país africano, conhecendo melhor as ilhas: Sal, Santiago, São Vicente e Santo Antão, onde aliás conta amigos. Curiosamente, numa das suas idas ao Canadá, Toronto, foi recebido, em 1998, excecionalmente na casa do então cônsul de Cabo Verde naquele país, Alfredo Évora, de saudosa memória, que mantinha aquele saber receber que caracteriza os cabo-verdianos, mesmo longe.
Não pode esquecer aquela reunião magna de todos os cônsules (faltaram só 2) de Cabo Verde espalhados pelo Mundo, realizada durante o 1º mandato do Presidente da República, major Pedro Verona Rodrigues Pires, na cidade da Praia.
Recorda o contato que teve com algumas figuras políticas cabo-verdianas como os primeiros ministros Carlos Wahnon de Carvalho Veiga (que esteve nos Açores acompanhado pelo seu homólogo António Guterres) e depois com José Maria Pereira Neves que visitou a Terceira e S. Miguel a convite do Governo Regional, bem assim a estada particular em S. Miguel e Terceira do Presidente da República de Cabo Verde, Doutor Jorge Carlos Almeida Fonseca e Senhora Dra. Lígia Lubrino Dias, que foi primeira bastonária da Ordem de Advogados de Cabo Verde, com a filha mais nova. E recebemos para além de diversos ministros, quase todos os embaixadores desde que o nosso Consulado foi constituído. Pelo menos dois deles destacaram-se paralelamente como figuras de Cultura, os Embaixadores Onésimo Silveira (já falecido) e Daniel Pereira, um dos maiores historiadores do país, por sinal com um trisavô açoriano da Praia da Graciosa, que foi baleeiro em barca americana e se fixou definitivamente em Cabo Verde, nascendo-lhe aí os filhos.
Mereceu homenagens, diplomas de sócio honorário ou de mérito, louvores e veneras ou medalhas honoríficas, sendo condecorado com as insígnias da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém e da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Jácome de Bruges Bettencourt, ao completar o seu 75º aniversário natalício pediu ao Presidente da República de Cabo Verde a sua substituição, pelo que Cabo Verde através do seu Ministro de Negócios Estrangeiros e Comunidades, Dr. Rui Soares, entendeu prestar-lhe homenagem deslocando a Angra do Heroísmo para o efeito uma delegação por si presidida, da qual fará parte o Embaixador Dr. Eurico Correia Monteiro, entre 16 e 18 de Fevereiro próximo, devendo o respetivo programa ser agendado muito em breve.
O novo Cônsul está a aguardar a emissão do Exequátur para iniciar funções.
G.S.B.
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