sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Romeiros de Nossa Senhora da Conceição de Angra do Heroísmo








Por: Victor Cardoso*


“Peregrinos do Infinito”:
7-11 Março

Vivemos já o tempo de Quaresma, que terá o seu ponto alto no Domingo de Páscoa, com a ressurreição do Senhor, 2012 anos depois, daquele que é o momento mais marcante da humanidade e que parece dar sinais de mudança, a necessidade da renovação, para que tenhamos efectivamente líderes com discernimento e homens que ponham a sua sabedoria com empenho e paixão ao serviço da grande família humana.

A VI ROMARIA, surge no após resgate, de um coma quase profundo - caminhámos, caminhamos e caminharemos, sustentados nesse alimento que sustenta a Fé, mas sem paternidade ou reino fixo de um qualquer território, porque hoje mais do que nunca, é preciso ter-se ESPERANÇA – A Romaria não é algo típico, que se possa sinalizar de uma ou só terra, ela resulta da fé que um qualquer cristão ou cristãos em qualquer lugar, sintam, no impulso do dever da partilha, usando, não importa roupas trapeiras, para proteger o corpo das adversidades climatéricas – nesta ilha, tem sido fartos os testemunhos dessa devoção.

“ … Nesta freguesia de Santa Bárbara, ao longo do mar, está a dita ermida de Nossa Senhora da Ajuda onde dizem que ela apareceu  (referindo-se a uma pequenina imagem que ali aparecera numa furna), e ambas são de muita romagem…; outra de Nossa senhora de Guadelupe, de grandíssima romagem de todas as ilhas dos Açores, na qual por intercessão de Nossa Senhora se fazem muitos milagres. (no povoado e freguesia de Agualva)  …; outra da vera Cruz e outra, com missa quotidiana, em um alto, de Nossa Senhora do Loreto, de muita romagem a qual fez Pedreanes do Canto  (nos Biscoitos) …” - Gaspar Frutuoso


Que não tenhamos medo de pensar!

… Neste tempo de vozes que gritam, que gritam a esperança que não é, que gritam promessas que não são, que esboçam sorrisos que não só esgares, eu paro e pasmo, qual basbaque embrutecido diante do palácio da ingnomínia alcandorado em contos de fadas, das mil e uma noites de uma aurora boreal que é só ilusão e nada, de um nada que teima em ser  e de um ser que já não é.

…de repente, damo-nos conta que já não vemos, de repente percebemos que o horizonte desapareceu, que a linha mágica que nos separa do infinito já não está lá, já não existe, já não é!...- Frei Fernando Ventura

Por isso nos faremos de novo à estrada: “Ide! Tendes estrada, Tendes jardins, tendes canteiros, tendes pátria, tendes tectos…” - José Régio

Assim, o Rancho de Romeiros de Nossa Senhora da Conceição de Angra do Heroísmo, à semelhança dos 5 (cinco) anos transactos, organiza a sua romaria, não só no intuito de dar continuidade a uma tradição, que há longas décadas era feita e agora restaurada, naquela que será, mais uma caminhada de Fé e Esperança, onde todos os irmãos dedicarão o seu tempo a DEUS e Sua Mãe Maria Santíssima, orando, partilhando e tendo sempre por companhia espiritual de Jesus, Maria e José, pedindo e intercedendo com as suas orações, para que o mundo se volte, se reencontre de novo com a sua presença e valores cristãos, que acredite e tenha Esperança.

Fixando-se nessa matriz, não sejamos pois obedientes, sejamos sim, determinados, não ter medo, levantar cabeça, tornando-a activa, exercitando-a, de modo a não a deixar dominar, por todos que contribuíram para o objecto de uma sociedade de autómatos que maleficamente urdiram construir, mas que está a pagar pela sua fragilidade e maldade. Tenhamos assim,  “alma cultural”, como enfáticamente sublinhou D. José Policarpo (Cardeal-Patriarca)
Neste ano, devemos também centrar ainda mais esse contributo, na importância do eu solidário, no sentido de diluir os focos de desespero que tem sido o pão nosso de cada dia, neste início do milénio.
Tenhamos assim ESPERANÇA e preparemos a Páscoa na partilha do aprofundamento da nossa fé, pessoal e comunitária.

PS. Este ano, muito possivelmente, por um lapso, o despacho do Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, datado de 7 de Fevereiro de 2012, sinaliza apenas a ilha de S. Miguel, não abrangendo, como nos anteriores anos os Açores, para a dispensa de serviço dos funcionários públicos, durante o período da Quaresma para participação nas Romarias.

* Irmão Romeiro


2 comentários:

Paulo disse...

Gostei muito deste artigo do irmão Victor.

Bago uva disse...

Caro irmão Paulo

Um abraço por ser o novo Mestre da Romaria.