No inicio da década de sessenta do século passado, quando os alunos adolescentes eram sujeitos a provas orais em frente a um júri de três professores das várias disciplinas curriculares sob a presidência do reitor do respectivo estabelecimento de ensino, numa sala de aula superlotada onde geralmente não havia lugares sentados para tantos “mirones”, a assistência, como “sardinha em lata” até aos corredores de acesso, contribuía para que o ambiente formal e austero dos exames da época levassem alguns alunos e até familiares à beira de um ataque de nervos.
Como não há regra sem excepção, um professor, por sinal mais benevolente do que a maioria mas estrábico, vendo que o aluno não conseguia transmitir os conhecimentos adquiridos, ou não chegara mesmo a desenvolver as capacidades pretendidas na área Ciências da Natureza, lançou uma questão como tábua de salvação.
- Ora diz-me lá, como se divide a classe das aves?
O aluno arriscou gracejar:
- Pássaros... passarinhos...passarões!
Com ar benévolo o professor retorquiu:
-E um “chumbinho” para matar essa passarada toda?
Perdido por oito, perdido por oitenta, o aluno respondeu:
- E um olhinho vesgo, para errar a pontaria?
Grande escândalo!
Como se permitia a um rapazinho torturado pelo interrogatório de um exame, semelhante humor e forças para de tal modo responder a um professor que fizera humor com ele?
Em 2008 não, não se permite tal! Passou-se das palavras à acção. Não se ataca com palavras, agridem-se mesmo e fisicamente... Será que se virou o feitiço contra o feiticeiro?
Simplesmente, as coisas não vão bem?...
Entretanto é bom que se vá errando a pontaria...
Quanto aos exames, se calhar são um mal necessário mas é pena pois dão cá uns nervos!...
Boa sorte para todos quantos estão mesmo na época dos exames:
Cuidado, pois há professores que mesmo míopes ou zarolhos não costumam errar a pontaria!...
Mais uma... "Memória do Convento", outra aqui e mais outra aqui.
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