sábado, 30 de junho de 2007

Olá



Olá, uma resposta vaga e gelada,
Olá, uma simples saudação instável,
Olá, resposta de alguém nada amável,
Olá, gelado, como uma boca fechada.


Olá, d'uma distância considerável,
Olá, no ventre, um pólen nada fecundo,
Olá, o mesmo que... vai bater no fundo!
Olá, sinal de desprezo inesgotável!


Dentro de ti há uma alma preguiçosa,
Que se expressa apenas dizendo olá,
É pena! Não condiz contigo, minha rosa.


O Verdelho já tem lágrimas do meu choro,
Tenho agora outra morada, deixa lá!
Vou ter frio, porque durmo sempre em coiro.



quinta-feira, 28 de junho de 2007

Linguagem muda da dor


Há quem esteja sepultado, em tristeza, no jardim da verdade com altos bardos de espinhos.As suas flores devem ser cultivadas na lua correcta ou seja quando o clima da alma estiver livre e tranquilo.
Muitas vezes os bons espíritos crescem à custa das qualidades do coração. Quando nos perguntam: " explica-te ", significa incerteza e esta é um dos maiores bens e um dos maiores males da vida.
As consquistas da verdade dependem do punção, do estilo, ou da luz da expressão.
As pessoas com virtudes podem não se estimar, porque podem não se conhecer, se elas no entanto se conhecem, necessariamente se estimam.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Sonhos coloridos



Derrotado, de papo para o ar a descansar,
Roncando fantasmas embriagados, eu dormia,
Foram sonhos coloridos, mensagem não ouvia...
Zummm...pingas de Verdelho na cabeça a pairar.


Colhido por uma arrancada do abafado,
Filtros maléficos nos sonhos a noção perdia,
Ao abrir a janela vi logo que já era dia...
Aff... o primeiro sopro bastante desafinado.


Ressaca:um obstáculo à frase complicada,
"As marteladas na cabeça dos bebedores",
E o andar apertado de mulher agitada.


Expansões pueris do coração, anteriores,
Deram resposta, a mensagem foi enviada,
Uma fiel delicadeza requintada: flores!

domingo, 24 de junho de 2007

Verdelho que empresta memória


Nem sempre há Primavera. O pôr-do-sol vermelho,
Que na Serreta aquece a rocha de basalto,
Estendendo-se no mar do norte como um espelho,
Iluminando alguns corações em sobressalto.

Primavera incerta. O verão virá logo mais,
És tu também um amor de um peito de poeta,
Grande solidão, onde apenas reside o asceta,
E Verdelho que empresta memória logo mais.

Não é preciso abrir um coração partido...
Para provar delicadas mensagens e o beijo,
Esperar! É preciso ter um riso confundido,
Compilar a esperança que sinto, mas não vejo...
Qual fechadura sem chave, ó coração dorido!

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Sanjoaninas

As maiores festas: sanjoaninas,
Da ilha Terceira, a dos Amores!
Não tivesse ela as mais lindas "meninas"
Das nove ilhas dos Açores.

Mulheres loiras e morenas,
Angra do Heroísmo: dez dias de alegria,
Famosos cartéis de corridas de toiros e outras faenas,
Vinho de Verdelho dos Biscoitos, único, quem diria!

Cortejos de dignidades brilhantes,
Recordam Angra e as Rotas das Índias,
Gastronomia genuína, tal como antes,
Marcada pelas especiarias.

Terceira! Mas nunca triste!
Gentes de coração cheio,
Terra como ela não existe!
Há o amor e a amizade em doce enleio...


...mas também pelos livros publicados, por outros que tiveram a sua preciosa colaboração, palestras por ele proferidas no mundo taurino, como director de corridas, como cavaleiro amador, nas tertúlias, nas conversas com os amigos e pelas lições que deu de borla a muitos "entendidos" da Festa Brava, são apenas alguns exemplos.É mais fácil conhecer Ricardo Jorge Machado Mendes da Rosa em geral, que estimar a sua obra, a sua fabulosa biblioteca, o seu exemplo como Homem.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Até um dia!



Mais uma vez...
Não! Não estou zangado:
A amizade atirou-me para o lado,
Escravo dela outra vez,
Será o período do mês?...
Já tenho o destino marcado
Mais uma vez...
Não! Não estou zangado.


Espero que a amizade fique bem...
Nunca pensei ser ignorado,
Já não estou a seu lado,
Mas dizer convém,
Quando quiser lugar cá tem,
Já tenho destino marcado,
E como não estou zangado
Até um dia também...


sexta-feira, 15 de junho de 2007

Verdelho floral


"Cachinho" e harmonia,
Encanto doce que cala,
Aroma que embala,
Grossos lábios de amor,
Lembra mil ramos de festa,
Casta, Verdelho infantil,
Como um ramo de rosas,
Liberdade de um Abril,
São mensagens carinhosas,
Onde algo se revela,
Tão...formosa como ela!


Transparente! É ela ao sol,
Corpo melado, linda flor,
Verdelho entre os seios,
Sexo amável ao sol-pôr:
Fermento das nossas almas.



Num suor embriagante
Direi: mais um a jurar-te
Com amizade e arte,
Olhos que mar azul te deu,
São mensagens brancas do céu,
Emoções de fantasia,
Corações em delírio,
Amor de estudante, um dia.



Verdelho...rosas do ano,
Que o coração pariu,
Qualquer dia cai o pano,
Oh! Não será desengano!?
Não quero olhar para trás,
Será ela também capaz?



Já tenho a minha sina,
Perseguição incessante,
Por mulher distante,
Ameaçado sem razão!
Esquece-me primavera,
Vinho floral o destino,
Ela faz perder o tino:
Mensagens do coração.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Patrícia...

Vou,deixá-la é evidente
Respeito:uma linda mulher
A minha vénia somente
Mas ela...vénia não quer...


A patrícia crer não quer,
Sua atitude desumana,
Não é única mulher
Da boa cepa açoriana.


O meu coração não mente
Patrícia linda flor,
Vou gemendo docemente
Para aliviar esta dor.
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