Alguns dos participantes no II Simpósio das Confrarias Báquicas e Gastronómicas de Portugal foram a uma "Função" oferecida pela Câmara Municipal da Praia da Vitória, legítimos representantes do povo do seu Concelho.
onde se realizou o almoço com uma Ementa de Função.
Grupo de Violas do Cabo da Praia, na cabeceira de uma das mesas, recebendo os
participantes. Antigamente eram os "foliões"que
ocupavam este lugar, com funções de mestres de cerimónias.
participantes. Antigamente eram os "foliões"que
ocupavam este lugar, com funções de mestres de cerimónias.
Entrada de alguns dos convivas
Com as insígnias colocadas no trono e as bandeiras ao lado, encostadas à parede, tudo está preparado para o almoço de Função (ainda há muitas Funções do Divino Espírito Santo que são servidas ao ar livre).
Antigamente, depois de todos estarem sentados, só com pratos e talheres, aguardavam em silêncio a fala dos Foliões. Rufava o tambor e então surgia a primeira cantiga:
Ó meu nobre imperador,
Sois pessoa de nobreza;
Mandai vir a vossa sopa
Para honrar a vossa mesa.
Grandes tigelas de sopa surgiam da cozinha, sendo colocadas sobre a mesa, mas não era tempo de se servirem, porque todos aguardavam, empunhando a colher, que os Foliões dêem sinal para começar:
Ó meu nobre Imperador
Não sei vós em que cuidais:
Tendes o manjar à vista,
Que fazeis que não manjais?
Já comeram as sopas,
Troquei o cobre por prata;
Andai, andai ligeirinho,
Trazei-nos carne de vaca.
Ó meu nobre Imperador,
Cravo branco riscadinho:
Mandai vir a nobre carne
Ai, e logo atrás o vinho.
Abrindo garrafas de vinho de Verdelho dos Biscoitos do
produtor independente (individual) José Manuel Cardoso
Sem som... mas num gesto que nos toca.
Quando os Mestres de "Funções" ocupam outras funções...
Ó meu nobre imperador,
Sois pessoa de nobreza;
Mandai vir a vossa sopa
Para honrar a vossa mesa.
Grandes tigelas de sopa surgiam da cozinha, sendo colocadas sobre a mesa, mas não era tempo de se servirem, porque todos aguardavam, empunhando a colher, que os Foliões dêem sinal para começar:
Ó meu nobre Imperador
Não sei vós em que cuidais:
Tendes o manjar à vista,
Que fazeis que não manjais?
O confrade da Estremadura, José Duarte e José Manuel Cardoso Produtor/engarrafador do
Vinho Verdelho, com a marca registada " Quinta das vinhas", que foi servido na Função,
enquanto não assaltam a tigela das sopas ... uma saúde com Verdelho
Vinho Verdelho, com a marca registada " Quinta das vinhas", que foi servido na Função,
enquanto não assaltam a tigela das sopas ... uma saúde com Verdelho
Dr Paulo Messias,Vice Presidente da Câmara de Praia da Vitória ladeado pelos
Doutores José Martinez de Oliveira, da
LASVIN- Liga dos Amigos da Saúde do Vinho e Nutrição e
Francisco Sampaio, durante as sopas.
Toda a gente então se ia servindo, enchendo os pratos de caculo. Muitos repetiam a dose, mas quando a maioria acabava, não gostava de esperar muito tempo e, como sinal de impaciente expectativa, batiam com os garfos e facas na beira dos pratos, voltando ao silêncio logo que os Foliões cantavam ao som do tambor pedindo o "cozido":Doutores José Martinez de Oliveira, da
LASVIN- Liga dos Amigos da Saúde do Vinho e Nutrição e
Francisco Sampaio, durante as sopas.
Já comeram as sopas,
Troquei o cobre por prata;
Andai, andai ligeirinho,
Trazei-nos carne de vaca.
Ó meu nobre Imperador,
Cravo branco riscadinho:
Mandai vir a nobre carne
Ai, e logo atrás o vinho.
Abrindo garrafas de vinho de Verdelho dos Biscoitos do
produtor independente (individual) José Manuel Cardoso
Sem som... mas num gesto que nos toca.
Depois do cozido, a "alcatra", precedida do mesmo cerimonial:
Ó meu nobre Imperador,
Isto assim não tem jeito:
Mandai vir a alcatra assada
Com seu molhinho bem feito.
Quando os Mestres de "Funções" ocupam outras funções...
Era geralmente nesta altura que mais se ouviam os comentários quase sempre jocosos, como este:
Este vinho é bom vinho,
Foi nado da cepa torta:
A uns faz perder o tino,
A outros errar a porta.
Também chagavam os brindes:
Divino Espírito Santo,
Mil graças vos queremos dar
E a quem nos pôs a mesa
P'ra esta belo Jantar.
Viva o nobre Imperador
Que tão abundantemente
Mandou fazer o jantar
Para toda esta gente.
Viva o nobre Imperador
Mais a nobre Imperatriz,
Que fizeram esta boda
como o Espírito Santo quis.
A Professora Maria Eduarda de Almeida Duarte e o Investigador e Desenhador Victor Cardoso.
Dois participantes no Simpósio.
Dois participantes no Simpósio.
Confrades da Chanfana concentrados na Alcatra.
...cá dos outros?
O Grupo de Violas do Cabo da Praia acompanha as espectaculares vozes de
Francisco Simões e sua mulher Lídia durante o almoço.
...cá dos outros?
O Grupo de Violas do Cabo da Praia acompanha as espectaculares vozes de
Francisco Simões e sua mulher Lídia durante o almoço.
E os brindes continuavam por todos os assistentes, extensivos até a quem preparou a refeição, como se verifica nestas cantigas:
Não posso deixar atrás,
Nem isso era direito,
As senhoras cozinheiras
Pelo muito que têm feito.
Viva então as cozinheiras
Que estiveram a cozinhar,
Que tão belo e saboroso
Fizeram este jantar.
As vozes de Francisco Simões e Lídia Simões chegaram à cozinha.Não posso deixar atrás,
Nem isso era direito,
As senhoras cozinheiras
Pelo muito que têm feito.
Viva então as cozinheiras
Que estiveram a cozinhar,
Que tão belo e saboroso
Fizeram este jantar.
Vamos lá a repetir a dose!
Depois com a sobremesa:
Ó meu nobre Imperador
Venha o manjar de arroz doce.
O Espírito Santo é meu,
Assim eu do divino fosse!
Ó meu nobre Imperador
Venha o manjar de arroz doce.
O Espírito Santo é meu,
Assim eu do divino fosse!
Uma das coroas do Divino Espírito Santo(seis imperiais), com o "cetro"
atravessado entre os braços e apoiado no aro.
atravessado entre os braços e apoiado no aro.
Até o Mestre da Função José Clemente Machado Ormonde,
cozinheiras e ajudantes vieram para escutar Irene Ataíde
cozinheiras e ajudantes vieram para escutar Irene Ataíde
Irene Ataíde, Vice Grão-mestre da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos e
Secretária Geral do III Simpósio das
Confrarias Báquicas e Gastronómicas de Portugal, durante a sua intervenção.
Secretária Geral do III Simpósio das
Confrarias Báquicas e Gastronómicas de Portugal, durante a sua intervenção.
Jácome de Bruges Bettencourt, Grão-mestre da Confraria do
Vinho Verdelho dos Biscoitos (ilha Terceira)
dirigindo-se ao Vice Presidente do Município Praiense, agradece o apoio
da Câmara Municipal da Praia da Vitória e Casa do povo do Cabo da Praia.
Vinho Verdelho dos Biscoitos (ilha Terceira)
dirigindo-se ao Vice Presidente do Município Praiense, agradece o apoio
da Câmara Municipal da Praia da Vitória e Casa do povo do Cabo da Praia.
Mestre José Clemente Machado Ormonde, com o seu filho e filha
a Drª Cátia Vivalda Ramos Ormonde,
que se deslocou propositadamente, da cidade do Porto, para ajudar os pais
a Drª Cátia Vivalda Ramos Ormonde,
que se deslocou propositadamente, da cidade do Porto, para ajudar os pais
Fazendo já a digestão...
Fernanda Ferreira mulher de Jácome de Bruges, Grão-mestre da CVVB, com
a/ os engenheiros Maria Clara Roque do Vale, Carlos Roque do Vale, Fraga e Vilhena.
Fernanda Ferreira mulher de Jácome de Bruges, Grão-mestre da CVVB, com
a/ os engenheiros Maria Clara Roque do Vale, Carlos Roque do Vale, Fraga e Vilhena.
Jácome de Bruges Bettencourt, com os Confrades do Verdelho dos Biscoitos,
Adelino Paim de Andrade, Médico Analista e o Prof.José Aurélio e mulher.
Adelino Paim de Andrade, Médico Analista e o Prof.José Aurélio e mulher.
José Manuel Mechado de Sousa(produtor independente de Verdelho dos Biscoitos) e
mulher à conversa com o representante da Confraria do Vinho de Lamas.
mulher à conversa com o representante da Confraria do Vinho de Lamas.
Fonte : No Frederico Lopes (João Ilhéu), Ilha Terceira Notas Etnográficas. IHIT-1980
Fotos da CVVB.
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