segunda-feira, 30 de junho de 2008

Phyloxera vastratrix (2)

 O anterior aqui

Do Campo Ampelográfico da Casa Agrícola Brum
Adega/Museu do Vinho (Ilha Terceira -Açores) 

Em 1887 o agrónomo Pierre Viala, a quem o mundo vitícola é devedor da conquista deste porta enxerto, entre outros preciosos cavalos (bacelos), durante o golpe mortal que o Phyloxera vastratrix lançou nos viticultores e na economia dos países vitícolas, foi encarregado pelo governo francês, de visitar os Estados Unidos da América, em missão de estudo das videiras americanas, que durou seis meses, reunindo as suas observações, através de atento estudo, ficou a saber definitivamente sobre  as variadas espécies e híbridos naturais que vegetavam espontaneamente em várias regiões americanas. Contudo é Rupestris du Lot que deverá sempre adoptar-se, pois foi sob esta designação que o Professor Alexis Millardet a assinalou pela primeira vez em 1888, havendo recebido os garfos de um dos seus correspondentes do Lot, e nestes casos de nomenclatura botânica, a prioridade constitui um verdadeiro direito (Pedro Bravo, 1921).

A Rupestris Martin (Couderc) e a Rupestris du Lot (1) foram introduzidas nos Açores em 1897 pelo vitivinicultor Francisco Maria Brum (Casa Agrícola Brum), a conselho do Agrónomo Bernardino Camilo Cincinato da Costa, onde estes bacelos são apelidados de “Resistentes”, por resistirem ao Phyloxera vastratrix.

As suas raízes profundam nos terrenos secos indo buscar humidade ás camadas mais fundas. No entanto se o subsolo for impermeável, que retenha as águas infiltradas, as raízes morrerão por maceração. Na enxertia, é indispensável cortá-la uns oito dias antes para que “sangre”, caso contrário o excesso da sua seiva vai deslocar o garfo (pua), ou, acumulando-se esta nos cortes, por não poder ser absorvida, determina o seu apodrecimento. Os muitos rebentos(ladrões) que lança este “cavalo” é outro perigo para a soldadura, se não houver cuidado em os desgrelar (Pedro Bravo, 1921).

O Rupestris du Lot é um bom porta enxerto para castas que produzem vinhos de consumo corrente e uvas de mesa tardias e impróprio para castas sensíveis ao desavinho (Chauvet e Rynier, 1979).É aconselhado em solos considerados pobres, pedregosos, soltos ou compactos, secos à superfície, mas frescos em profundidade (Larrea, 1978; Baptista e Suspiro, 1983).


                                              (1)   RUPESTRIS DU LOT


Sinonímias: Rupestris Monticola, Rupestris Phénomène, Phénomène du Lot, Rupestris Saint-Georges, Rupestris Richter, Rupestris Lacastelle, Rupestris Collineou, americano.

Rupestris: do latim rupe /rochedo, rocha, pedra.

                 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

Extremidade ramo jovem: Fechada e glabra. Pigmentação antociânica média e generalizada.

Folha jovem: Acobreada com brilho. Página inferior da quarta folha expandida glabra. Pigmentação antociânica das seis primeiras folhas com fraca intensidade.

Pâmpano: Porte erecto. Entre-nós e nós vermelhos. Gomos com pigmentação antociânica fraca.

Gavinhas: Curtas. Distribuição regular descontínua com fórmula 02.

Flor: Masculina.

Folha adulta: Reniforme, pequena e inteira. Verde médio com brilho acetinado apresentando nas nervuras principais pigmentação antociânica média. Limbo em goteira sem empolamento. Dentes médios e rectilíneos. Seio peciolar muito aberto em V. Página inferior glabra. Pecíolo glabro.Circular, liso, castanho avermelhado.(M.Teresa Teixeira Duarte e José Eiras Dias-Estação Vitivinícola Nacional,1987).

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