quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dia Mundial do Livro e Direitos de Autor

O que diz o Livro ao seu leitor:

1-Não me abras por simples curiosidade.

2-Não humedeças os dedos para voltar as folhas. Não tussas nem espirres para as minhas páginas. Não me manuseies senão com as mãos limpas. Pensa em que, pois podemos tornar a encontrar-nos, te desagradaria ver-me surrado, sujo ou rasgado. Assim, procura conservar-me o mais limpo que te seja possível. Em troca pagar-te-hei a tua estima ajudando-te a ser feliz e proporcionando-te algumas armas para a luta pela vida.

3-Não me faças nenhum sinal nas páginas, nem com a caneta, nem com o lápis. Escreve as tuas anotações num caderno próprio.

4-Não me suspendas por alguma das minhas capas, nem quando me leias apoies em mim os cotovelos ou os braços.

5- Nunca me leias deitado com a cabeça na almofada.

6-Nunca me deixes absorto nem com as páginas em contacto com a mesa ou com a estante. Não coloques entre as minhas folhas uma caneta, lápis, ou outro objecto mais grosso do que uma folha de papel. Quando acabares a leitura e tenhas receio de não te lembrares da página, não a dobres nem vinques os seus ângulos. Emprega como marca uma tira de papel, que são sinais inofensivos.

7-Se me recebes de uma biblioteca circulante, pensa que não me deves reter mais do que o tempo estritamente necessário pois outros leitores pedem a minha companhia e o meu conselho. Se me comprares não me ocultes, como o avaro oculta o seu tesouro. Dá-me ou empresta-me aos que não me conheçam. Ou não possam adquirir, vulgariza o que de bom encontraste nas minhas páginas.

8-Recorda-te que sou o mestre que instrui sem más palavras e sem cólera. se me interrogares, nada do que saiba te ocultarei. E ainda que me desconheças não me queixarei.

9-Lê-me devagar e relê-me, sempre de lápis em punho. Discute comigo procurando pôr-te ao meu nível mental, sem que o teu espírito esteja obcecado, nem desconfiado por sistema, e sobretudo raciocina para averiguar a verdade, não para triunfar sobre os que te combatem, nem para que te regozijes a encontrar os meus erros e defeitos.

10-Quando me vires numa vitrina e não saibas quem é o meu autor, porque ainda não tem fama, não me deprecies, compra-me e lê-me.

No Como devo formar a minha biblioteca. Por H. Maxon.

Sem comentários: