Em geral os ciprestes têm um sentido funerário, excepção na Grécia onde constituem um pitoresco costume, representando o mais lírico de todos os dotes: “Cada família ao nascer-lhe uma filha, planta, em volta da casa, dos casalejos perdidos entre colinas, alguns ciprestes. Passam-se anos, os ciprestes crescem, a criança cresce também e torna-se mulher. Quando casar, os grandes fusos verdes serão cortados e, com eles, fará-se-há o leito conjugal, ou vender-se-hão os troncos, para mastros de barcos, entregando-se o dinheiro à noiva.
O símbolo da Morte torna-se o símbolo da Vida e de Amor. O Homem celibatário que ande por essas bandas não tem mais do que avaliar a altura dos ciprestes para saber, sem outros informes, quantas raparigas casadoiras existem nestes humildes lares...
Em geral, o grego do campo e da montanha á muito cioso de tudo quanto à mulher se refere. Quando, numa família, há filhos dos dois sexos, os varões não casam sem primeiro ver casadas as irmãs. Os rapazes e os pais trabalham afanosamente para dar um dote às raparigas – pois rapariga sem dote algum não encontra na Grécia quem a queira”.
(De “A Volta ao Mundo” ano 1944)
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