Tal como referimos no dia 21 de Fevereiro, http://bagosdeuva.blogspot.com/2008/02/as-vinhas-do-mar.html
realizou-se ontem, na casa do Povo dos Biscoitos, a convite da Juventude Social Democrata dos Biscoitos, uma palestra proferida pela Professora Doutora Maria Teresa Ribeiro de Lima, Docente da Universidade dos Açores/Departamento de Ciências Agrárias, tendo por tema "As Vinhas do Mar"e que hoje passamos a publicar.
realizou-se ontem, na casa do Povo dos Biscoitos, a convite da Juventude Social Democrata dos Biscoitos, uma palestra proferida pela Professora Doutora Maria Teresa Ribeiro de Lima, Docente da Universidade dos Açores/Departamento de Ciências Agrárias, tendo por tema "As Vinhas do Mar"e que hoje passamos a publicar.
As Vinhas do Mar
* Teresa Lima
Algumas referências à História Vitivinícola dos BiscoitosO vinho é um "fruto da terra e do trabalho do homem" expressão que põe em evidência o facto de que a sua produção é em grande parte resultado do saber e da arte humana.
A História prova-nos que o vinho esteve associado a todos os momentos felizes das pessoas e nações que marcaram a vida da humanidade.
A introdução da vinha nos Açores remonta ao seu povoamento cerca de 1450 e pensa-se que foram os frades Franciscanos que a introduziram.
No caso concreto da Ilha Terceira, onde se encontra a região vitivinícola dos Biscoitos, a introdução da vinha presume-se que terá acontecido com a chegada do primeiro capitão do Donatário Jácome de Bruges e comitiva(Sampaio, 1904). Gaspar Frutuoso refere as castas que foram introduzidas, nomeadamente Verdelho, Moscatel Mourisco e Assara(espécie de Moscatel?).
"A mais antiga notícia da introdução da vinha e do aproveitamento dos terrenos designados de biscoito", na ilha de Jesus Cristo, a Terceira, é, provavelmente a que consta de «...uma carta datada de 15 de Dezembro de 1503, outorgada por Antão Martins, Capitão da Praia, em benefício do almoxarife da mesma capitania, João Ornelas da Câmara, estabelecia, como uma das obrigações, o plantio, em certo "biscoitos" de 300 bacelos, 60 amoreiras, 30 figueiras, e outros tantos marmeleiros, destinando-se o espaço restante a pastagens para o gado bovino, ovino, porcino e cavalar».
«O vinho do Pico foi o vinho dos Czares, o dos Biscoitos foi o vinho das Caravelas da rota das Índias e das Especiarias. Entre os produtos essenciais ao abastecimento das armadas figurava o vinho"Verdelho".
Nessa época, e ainda hoje, a maior mancha de biscoito na ilha Terceira, fica na freguesia, denominada de "Paroquial de S. Pedro do Porto da Cruz" e, também do Sr. S. Pedro do Porto da Cruz, onde morava Pero Enes do Canto, que mais tarde é designado Provedor das Armadas. É nesta nesta freguesia que ele compra uma propriedade de grande produção de vinho. Na sua qualidade de provedor das Armadas tinha o dever por obrigação da reparação e segurança das armadas, bem como o abastecimento... de vinho às naus que vinham carregadas de riquezas e especiarias.
Em 1853, com o aparecimento do "burril", Uncinula nector(Svhw) a produção de vinho verdelho na ilha Terceira e nas restantes ilhas começou a decrescer bruscamente, não chegando para o consumo local. Os viticultores nada puderam fazer para impedir esta doença criptogâmica.
Em 1870, uma nova praga, pelo afídeo Phylloxera vastatrix, atacou as vinhas destruindo-as de forma drástica. A área de verdelho dos Biscoitos foi praticamente eliminada. A partir dessa altura a maior parte dos viticultores começou a intensificar a casta Isabella e outros híbridos, de grande aceitação como produtor directo por ser produtiva, mais resistente às doenças e mais fácil de cultivar.
Nos Biscoitos as vinhas de Verdelho ficaram praticamente abandonadas durante quase 20 anos. Ao fim deste tempo uma personalidade empreendedora e interessante, Francisco Maria Brum, mais conhecido por Chico Maria, empenhou-se na reabilitação do Verdelho dos Biscoitos, comprando muitas das vinhas abandonadas. Levou das suas vinhas do Porto Martins algumas puas de plantas de Verdelho que tinham resistido à filoxera, que não tinham sido atingidas por esta nefasta praga e posteriormente procedeu à sua propagação nos Biscoitos utilizando como porta-enxertos a Vitis rupestris.
Graças ao seu empreendimento, Francisco Maria Brum, em 1890, fundou a primeira Adega Regional do seu tempo. Os resultados dos testes iniciais foram satisfatórios e a produção galopante. Em 1901, a produção traduziu-se em três pote de vinho de verdelho, no ano seguinte numa pipa. Em 1903, foram 6 pipas e meia; no ano seguinte, 11 pipas. Em 1907, a produção atingiu 29 pipas de verdelho. Na administração da Adega (Casa Agrícola Brum) sucedeu-lhe o filho Manuel Gonçalves Toledo Brum, falecido em 20 de Março de 1959, transitando a fazenda para o o seu único filho, Fernando Linhares Brum. Passando depois para o filho deste Luís Mendes Brum. Muito recentemente, 27 de Dezembro de 2007, passou para a 5ª Geração, para os filhos de Luís Brum.
Neste momento nos Biscoitos(2008) apesar da predominância das castas americanas, e seus híbridos, as culturas da verdelho e de outras castas europeias, nomeadamente Terrantês, Boal, Fernão Pires continuam e estão a ser muito valorizadas.
Note-se que a região vitivinícola dos Biscoitos é detentora da maior mancha contínua de Verdelho, nos Açores assim como na Macarronésia. Enquanto que nas Canárias, o Verdelho aparece como tempero na elaboração dos vinhos, nos Biscoitos fazem-se vinhos de verdelho. O Vinho Verdelho actual consta de 85% a 90% da variedade verdelho e a percentagem restante das referidas castas europeias.
Nos Biscoitos o vinho de qualidade é o de Verdelho que pode ser de mesa, regional ou licoroso (IPR).
Actualmente, a nível da Região Autónoma dos Açores, o vinho de Verdelho dos Biscoitos licoroso tem um lugar privilegiado, a tal ponto que muitas recepções oficiais incluem um "Biscoitos de Honra". Também tem tido assento nalguns acontecimentos solenes a nível Nacional. No Palácio de Sant'Ana, no Jantar oferecido aos Reis de Espanha, o brindaram com o Vinho de Verdelho Licoroso Seco "Chico Maria" da Casa Agrícola Brum.No Palácio de Queluz aquando do jantar de gala que antecedeu o casamento do Duques de Bragança, o vinho licoroso da Casa Agrícola Brum esteve também presente.
Em 1989 foi montado o primeiro laboratório de enologia dos Açores, na Universidade dos Açores, no Departamento de Agrárias. Foi feita uma caracterização físico-química dos vinhos do Pico e também dos Biscoitos. Os resultados apontavam para vinhos que usufruíam de poucos cuidados tecnológicos. A Secretaria Regional de Agricultura de então admitiu um técnico para o vinho e outro para a vinha.
Em 1993 começou a aparecer vinhos de mesa com qualidade.
O dec-lei de 25 de Janeiro de 1994, cria as Zonas Vitivinícolas, dos Biscoitos, da Graciosa e do Pico. As zonas criadas permitem o fomento e a protecção das castas tradicionais mais importantes, de modo a incrementar a genuinidade e a qualidade dos vinhos brancos. Segundo esse decreto a região dos Biscoitos foi demarcada para a produção de vinho licoroso de qualidade produzido em região determinada(VLQPRD) assim como a do Pico. A da Graciosa para a produção de VQPRD.
As castas recomendadas para VLQPRD dos Biscoitos são Verdelho, Arinto e Terrantés. Como castas autorizadas, Boal, Malvasia, Sercial, Fernão Pires, Generosa e Galego-Dourado. Na laboração são seguidos os métodos e práticas enológicas tradicionais. Os mostos destinados aos vinhos de designação VLQPRD devem ter um título alcoométrico em potência mínimo natural de 12% vol. Estes vinhos só podem ser engarrafados após um estágio de 3 anos em madeira e devem apresentar um título alcoométrico volúmico total não inferior a 16% vol. O rendimento máximo por hectare é de 50hl.
A genuinidade e a qualidade do vinho dos Biscoitos, bem como dos vinhos do Pico e da Graciosa, de indicação de proveniência regulamentada (IPR), passou a ser garantida pela Comissão Vitivinícola Regional dos Açores (CVRA), instalada em 1995.
Esta tem também como atribuições o fomento e o controlo dos VLQPRD, dos VQPRD e dos Vinhos Regionais. A categoria de Vinho Regional dos Açores foi criada em 2005.
Outro acontecimento muito significativo para o vinho dos Biscoitos teve lugar em 1990, aquando do centenário da Casa Agrícola Brum, com a criação do Museu do Vinho, que tem desempenhado um papel muito significativo na divulgação da História Vitivinícola Regional e Enoturismo.
Em 1993 foi fundada a Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, com sede no Museu do Vinho. Esta tem como lema a defesa, promoção, valorização e divulgação do vinho verdelho dos Biscoitos e do vinho de qualidade dos Açores. A Confraria tem sido um veículo importante na divulgação dos vinhos Açorianos de qualidade a nível regional, nacional, internacional e também na preservação das vinhas dos Biscoitos inclusivamente como valor ambiental.
No ano de 1997, foi criada nesta mesma freguesia uma delegação da Associação dos Jovens Enófilos, com um presença importante na divulgação do vinho dos Açores de qualidade e na preservação da paisagem da vinha.
Em Novembro de 1996, foram certificados IPR o VLQPRD da Casa Agrícola Brum, com a marca Brum e o VLQPRD da Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, com a marca Lagido. Em Junho desse ano havia também sido certificado o primeiro VQPRD dos Açores, com a marca Pedras Brancas, da Adega Cooperativa da Graciosa.
Nos Biscoitos em 1998 foi criada uma Adega Experimental do Serviço de Desenvolvimento Agrário da Ilha Terceira. Está apetrechada com modernos equipamentos indispensáveis à tecnologias do vinho.Aqui são vinificadas as uvas provenientes das vinhas destas serviços e dos seus campos experimentais.Para além disso é também utilizada em acções de formação, informação e divulgação.
Outro evento de interesse para o vinho dos Biscoitos é a Festa da Vinha e do Vinho que se realiza desde 1992, no primeiro fim-de-semana de Setembro, no Museu do Vinho da Casa Agrícola Brum. Esta festividade e é organizada pelo INATEL.
Com a criação das zonas vitivinícolas, muitos dos pequenos produtores dos Biscoitos começaram também a sentir desejo de certificar os seus vinhos. Para isso teriam de criar condições nas sua Adegas, o que nem sempre tem sido fácil, dados os elevados custos do material e equipamentos. Daí um grupo de vitivinicultores se ter mobilizado no sentido da criação de uma Adega Cooperativa, que em 1999 começou a laborar um vinho branco de mesa, essencialmente à base da casta Verdelho. Esta adega começou com 26 associados e actualmente conta com cerca de 50. Comercializam o vinho de Verdelho com a marca Moledo.
Todavia, cerca de 10 produtores particulares continuam a laborar os seus vinhos verdelhos de mesa nas suas respectivas adegas, o que é de louvar também. Alguns com apoio da Adega Experimental da SDAT.
A Adega Pedras do Lobo labora um vinho de Verdelho, feito com as castas Verdelho Branco e Verdelho Roxo, em 1998 foi considerado um dos 10 melhores vinhos brancos nacionais.
A História prova-nos que o vinho esteve associado a todos os momentos felizes das pessoas e nações que marcaram a vida da humanidade.
A introdução da vinha nos Açores remonta ao seu povoamento cerca de 1450 e pensa-se que foram os frades Franciscanos que a introduziram.
No caso concreto da Ilha Terceira, onde se encontra a região vitivinícola dos Biscoitos, a introdução da vinha presume-se que terá acontecido com a chegada do primeiro capitão do Donatário Jácome de Bruges e comitiva(Sampaio, 1904). Gaspar Frutuoso refere as castas que foram introduzidas, nomeadamente Verdelho, Moscatel Mourisco e Assara(espécie de Moscatel?).
"A mais antiga notícia da introdução da vinha e do aproveitamento dos terrenos designados de biscoito", na ilha de Jesus Cristo, a Terceira, é, provavelmente a que consta de «...uma carta datada de 15 de Dezembro de 1503, outorgada por Antão Martins, Capitão da Praia, em benefício do almoxarife da mesma capitania, João Ornelas da Câmara, estabelecia, como uma das obrigações, o plantio, em certo "biscoitos" de 300 bacelos, 60 amoreiras, 30 figueiras, e outros tantos marmeleiros, destinando-se o espaço restante a pastagens para o gado bovino, ovino, porcino e cavalar».
«O vinho do Pico foi o vinho dos Czares, o dos Biscoitos foi o vinho das Caravelas da rota das Índias e das Especiarias. Entre os produtos essenciais ao abastecimento das armadas figurava o vinho"Verdelho".
Nessa época, e ainda hoje, a maior mancha de biscoito na ilha Terceira, fica na freguesia, denominada de "Paroquial de S. Pedro do Porto da Cruz" e, também do Sr. S. Pedro do Porto da Cruz, onde morava Pero Enes do Canto, que mais tarde é designado Provedor das Armadas. É nesta nesta freguesia que ele compra uma propriedade de grande produção de vinho. Na sua qualidade de provedor das Armadas tinha o dever por obrigação da reparação e segurança das armadas, bem como o abastecimento... de vinho às naus que vinham carregadas de riquezas e especiarias.
Em 1853, com o aparecimento do "burril", Uncinula nector(Svhw) a produção de vinho verdelho na ilha Terceira e nas restantes ilhas começou a decrescer bruscamente, não chegando para o consumo local. Os viticultores nada puderam fazer para impedir esta doença criptogâmica.
Em 1870, uma nova praga, pelo afídeo Phylloxera vastatrix, atacou as vinhas destruindo-as de forma drástica. A área de verdelho dos Biscoitos foi praticamente eliminada. A partir dessa altura a maior parte dos viticultores começou a intensificar a casta Isabella e outros híbridos, de grande aceitação como produtor directo por ser produtiva, mais resistente às doenças e mais fácil de cultivar.
Nos Biscoitos as vinhas de Verdelho ficaram praticamente abandonadas durante quase 20 anos. Ao fim deste tempo uma personalidade empreendedora e interessante, Francisco Maria Brum, mais conhecido por Chico Maria, empenhou-se na reabilitação do Verdelho dos Biscoitos, comprando muitas das vinhas abandonadas. Levou das suas vinhas do Porto Martins algumas puas de plantas de Verdelho que tinham resistido à filoxera, que não tinham sido atingidas por esta nefasta praga e posteriormente procedeu à sua propagação nos Biscoitos utilizando como porta-enxertos a Vitis rupestris.
Graças ao seu empreendimento, Francisco Maria Brum, em 1890, fundou a primeira Adega Regional do seu tempo. Os resultados dos testes iniciais foram satisfatórios e a produção galopante. Em 1901, a produção traduziu-se em três pote de vinho de verdelho, no ano seguinte numa pipa. Em 1903, foram 6 pipas e meia; no ano seguinte, 11 pipas. Em 1907, a produção atingiu 29 pipas de verdelho. Na administração da Adega (Casa Agrícola Brum) sucedeu-lhe o filho Manuel Gonçalves Toledo Brum, falecido em 20 de Março de 1959, transitando a fazenda para o o seu único filho, Fernando Linhares Brum. Passando depois para o filho deste Luís Mendes Brum. Muito recentemente, 27 de Dezembro de 2007, passou para a 5ª Geração, para os filhos de Luís Brum.
Neste momento nos Biscoitos(2008) apesar da predominância das castas americanas, e seus híbridos, as culturas da verdelho e de outras castas europeias, nomeadamente Terrantês, Boal, Fernão Pires continuam e estão a ser muito valorizadas.
Note-se que a região vitivinícola dos Biscoitos é detentora da maior mancha contínua de Verdelho, nos Açores assim como na Macarronésia. Enquanto que nas Canárias, o Verdelho aparece como tempero na elaboração dos vinhos, nos Biscoitos fazem-se vinhos de verdelho. O Vinho Verdelho actual consta de 85% a 90% da variedade verdelho e a percentagem restante das referidas castas europeias.
Nos Biscoitos o vinho de qualidade é o de Verdelho que pode ser de mesa, regional ou licoroso (IPR).
Actualmente, a nível da Região Autónoma dos Açores, o vinho de Verdelho dos Biscoitos licoroso tem um lugar privilegiado, a tal ponto que muitas recepções oficiais incluem um "Biscoitos de Honra". Também tem tido assento nalguns acontecimentos solenes a nível Nacional. No Palácio de Sant'Ana, no Jantar oferecido aos Reis de Espanha, o brindaram com o Vinho de Verdelho Licoroso Seco "Chico Maria" da Casa Agrícola Brum.No Palácio de Queluz aquando do jantar de gala que antecedeu o casamento do Duques de Bragança, o vinho licoroso da Casa Agrícola Brum esteve também presente.
Em 1993 começou a aparecer vinhos de mesa com qualidade.
O dec-lei de 25 de Janeiro de 1994, cria as Zonas Vitivinícolas, dos Biscoitos, da Graciosa e do Pico. As zonas criadas permitem o fomento e a protecção das castas tradicionais mais importantes, de modo a incrementar a genuinidade e a qualidade dos vinhos brancos. Segundo esse decreto a região dos Biscoitos foi demarcada para a produção de vinho licoroso de qualidade produzido em região determinada(VLQPRD) assim como a do Pico. A da Graciosa para a produção de VQPRD.
As castas recomendadas para VLQPRD dos Biscoitos são Verdelho, Arinto e Terrantés. Como castas autorizadas, Boal, Malvasia, Sercial, Fernão Pires, Generosa e Galego-Dourado. Na laboração são seguidos os métodos e práticas enológicas tradicionais. Os mostos destinados aos vinhos de designação VLQPRD devem ter um título alcoométrico em potência mínimo natural de 12% vol. Estes vinhos só podem ser engarrafados após um estágio de 3 anos em madeira e devem apresentar um título alcoométrico volúmico total não inferior a 16% vol. O rendimento máximo por hectare é de 50hl.
A genuinidade e a qualidade do vinho dos Biscoitos, bem como dos vinhos do Pico e da Graciosa, de indicação de proveniência regulamentada (IPR), passou a ser garantida pela Comissão Vitivinícola Regional dos Açores (CVRA), instalada em 1995.
Esta tem também como atribuições o fomento e o controlo dos VLQPRD, dos VQPRD e dos Vinhos Regionais. A categoria de Vinho Regional dos Açores foi criada em 2005.
Outro acontecimento muito significativo para o vinho dos Biscoitos teve lugar em 1990, aquando do centenário da Casa Agrícola Brum, com a criação do Museu do Vinho, que tem desempenhado um papel muito significativo na divulgação da História Vitivinícola Regional e Enoturismo.
Em 1993 foi fundada a Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, com sede no Museu do Vinho. Esta tem como lema a defesa, promoção, valorização e divulgação do vinho verdelho dos Biscoitos e do vinho de qualidade dos Açores. A Confraria tem sido um veículo importante na divulgação dos vinhos Açorianos de qualidade a nível regional, nacional, internacional e também na preservação das vinhas dos Biscoitos inclusivamente como valor ambiental.
No ano de 1997, foi criada nesta mesma freguesia uma delegação da Associação dos Jovens Enófilos, com um presença importante na divulgação do vinho dos Açores de qualidade e na preservação da paisagem da vinha.
Em Novembro de 1996, foram certificados IPR o VLQPRD da Casa Agrícola Brum, com a marca Brum e o VLQPRD da Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, com a marca Lagido. Em Junho desse ano havia também sido certificado o primeiro VQPRD dos Açores, com a marca Pedras Brancas, da Adega Cooperativa da Graciosa.
Nos Biscoitos em 1998 foi criada uma Adega Experimental do Serviço de Desenvolvimento Agrário da Ilha Terceira. Está apetrechada com modernos equipamentos indispensáveis à tecnologias do vinho.Aqui são vinificadas as uvas provenientes das vinhas destas serviços e dos seus campos experimentais.Para além disso é também utilizada em acções de formação, informação e divulgação.
Outro evento de interesse para o vinho dos Biscoitos é a Festa da Vinha e do Vinho que se realiza desde 1992, no primeiro fim-de-semana de Setembro, no Museu do Vinho da Casa Agrícola Brum. Esta festividade e é organizada pelo INATEL.
Com a criação das zonas vitivinícolas, muitos dos pequenos produtores dos Biscoitos começaram também a sentir desejo de certificar os seus vinhos. Para isso teriam de criar condições nas sua Adegas, o que nem sempre tem sido fácil, dados os elevados custos do material e equipamentos. Daí um grupo de vitivinicultores se ter mobilizado no sentido da criação de uma Adega Cooperativa, que em 1999 começou a laborar um vinho branco de mesa, essencialmente à base da casta Verdelho. Esta adega começou com 26 associados e actualmente conta com cerca de 50. Comercializam o vinho de Verdelho com a marca Moledo.
Todavia, cerca de 10 produtores particulares continuam a laborar os seus vinhos verdelhos de mesa nas suas respectivas adegas, o que é de louvar também. Alguns com apoio da Adega Experimental da SDAT.
A Adega Pedras do Lobo labora um vinho de Verdelho, feito com as castas Verdelho Branco e Verdelho Roxo, em 1998 foi considerado um dos 10 melhores vinhos brancos nacionais.
Os vitivinicultores dos Biscoitos têm consciência que a internacionalização dos produtos cresce e as exigências do consumidor são enormes, pelo que continuam a apostar no fabrico de vinhos pelos processos artesanais, mas tecnologicamente evoluídos.
(continua)
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