segunda-feira, 1 de junho de 2009

APRESENTAÇÃO – DOM DUARTE E A DEMOCRACIA – UMA BIOGRAFIA PORTUGUESA 25 DE MAIO DE 2009

(continuação)

8 – DOM DUARTE, «ESPELHO DE CIDADÃOS» - CONCLUSÃO

Ler este livro é, ao mesmo tempo, ler a história do que foi e a história do que poderia ter sido. Explico-me: o serviço prestado por Dom Duarte a Portugal é eloquente e logo nos perguntamos o quão ampliado poderia ter sido se de facto tivesse emanado do Trono com todas as suas prerrogativas. Não tenho dúvida de que seria uma melhor história de Portugal, inspiradora de uma continuidade de projectos, numa sequência sem rupturas nem desvios, em que os governos escolhidos pelo Povo teriam a salutar influência do Trono, essa sublime garantia da estabilidade e do progresso consequente. Assim, esta biografia é a biografia de um rei, ficando em segundo lugar, se com trono ou sem ele. A dedicação a Portugal transcende as vicissitudes da História. Não é por acaso que o próprio Dom Duarte seja repetidamente citado ao longo da obra, sendo a sua vida e palavras as suas melhores intérpretes.
Falava de ser leve a minha tarefa, por se tratar de um livro que se apresenta a si mesmo, e de vários modos. Em primeiro lugar, por ser quem é o biografado e se ter dignado estar entre nós, em segundo por ser de altíssima qualidade, pela apresentação gráfica, pela substância e pela forma. E, por certo, já ficou claro que todas as minhas palavras são também um elogio ao autor do livro. «Eloquentemente escrito», como afirma o próprio Dom Duarte no Prefácio, este livro é uma cabal prova do saber, do domínio das fontes documentais e, ainda mais do que isso, revela a contagiante paixão do Professor Mendo de Castro Henriques pela Monarquia e pela Democracia, as duas faces de uma moeda de altíssimo valor. Deste modo, a Biografia de Sua Alteza acaba por ser também um verdadeiro tratado político, a proposta de um estádio superior ao que hoje vivemos! Quem encontrará este tesouro?

Há um género literário com larga sorte na nossa cultura que é o “espelho de príncipes”; um determinado autor educava o príncipe para que fosse um modelo de perfeito cristão e homem de Estado, apontando-lhe uma série de virtudes e de exemplos a seguir, como de certo modo Camões faz com D. Sebastião n’ Os Lusíadas, ou, talvez mais ponderadamente, D. Jerónimo Osório no seu tratado De Regis Institutione et Disciplina, também de 1572. Ora o Senhor Dom Duarte e este livro fazem, de forma exímia, o contrário: não é o príncipe a ser educado mas a educar! Torna-se pela vida e pelo testemunho da escrita um “espelho dos cidadãos” ou mesmo “espelho da pátria”! Termino afirmando o carácter imprescindível desta obra para se entender a verdadeira dimensão de uma monarquia moderna. A vida exemplar de Dom Duarte de Bragança está inscrita neste precioso documento. É este o caminho que temos de trilhar, ainda contra muitos ventos e marés, por vezes nascidos donde menos se espera. Este livro é um documento e um monumento, ao mesmo tempo personalíssimo e de família e, em grande parte, de toda História de Portugal. Sem ela não se entenderia a acção de Dom Duarte, sem Dom Duarte seria muitíssimo mais pobre a nossa construção da História e o que dela esperamos – a feliz Restauração da Monarquia em Portugal, por ser possível, necessária e um bem para o país! E com ela um Portugal redivivo!
Muito obrigado pela atenção.

Sérgio Toste

Na presença de Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança,
Angra do Heroísmo, aos 25 de Maio do Ano do Senhor de MMIX

1 - SAUDAÇÃO

2 – O TÍTULO DA OBRA

3 – DOM DUARTE E A DOUTRINA MONÁRQUICA

4 – DOM DUARTE E OS PARTIDOS POLÍTICOS

5 – ARGUMENTOS PRÓ-MONARQUIA

6 – DOM DUARTE, ENTRE O IDEAL E O PRAGMATISMO

7 – A DOCUMENTAÇÃO NA OBRA


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