Entre os navios de pequeno lote, que figuravam nos de transportes, fundeados na baía da Praia da Vitória, com a esquadra miguelista, no memorável dia 11 de Agosto de 1829, estava o Iate Santa Luzia, que tem a sua história digna de contar-se.
Quando, em Outubro de 1828, a Junta Provisória de Angra resolveu deputar pessoas fiéis à causa liberal, no Rio de Janeiro a D. Pedro IV e a Londres ao Marquez de Palmela, não havia navio que os transportasse. O morgado Teotónio d' Ornelas ofereceu então, generosamente, o seu iate para esse fim.
Surgiu a dificuldade de que a tripulação do iate, da missão que ele ia desempenhar e o risco por isso corria, despediu-se toda.
O proprietário do iate chamou Vitorino Rodovalho, marinheiro hábil, e incumbiu-o de organizar campanha, o que se seguiu à custa de bastante dinheiro, porque o pânico era grande por se esperar já o bloqueio inglês, que pouco depois se estabeleceu, e andar anunciada a vinda da esquadra portuguesa.
Saiu, pois, o iate Santa Luzia em 24 de Outubro de 1828, levando a seu bordo o bacharel formado em direito, Dr. Manuel Joaquim Nogueira, (1) advogado, secretário do governo interino e um dos mais devotados ao bom êxito da revolução de 12 de Junho desse, e João Francisco de Oliveira Bastos, secretário particular do morgado Ornelas, seu amigo e confidente.
O primeiro levava despachos para D. Pedro IV, e o segundo para o marquês de Palmela.
Em Fevereiro de 1829 voltava o iate Santa Luzia de Inglaterra, quando foi obrigado a retroceder pelo bloqueio inglês. Trazia a seu bordo somente Oliveira Bastos, portador de despachos do Marquez para a Junta Provisória.
Saindo de novo de Plimouth e chagando aos mares da ilha Terceira, foi aprisionado pela fragata Pérola, que se estava, com outros navios da esquadra, no bloqueio da Ilha.
Oliveira Bastos deitou ao mar os despachos que trazia e conjuntamente com a tripulação do iate passou para a fragata Pérola e, depois para a nau D. João IV, onde Oliveira Bastos esteve com ferros aos pés, na praça d' armas e depois no porão, no dia da acção de 11 d' Agosto, onde o conservaram sempre a ferros, até que chegou a Lisboa meses depois.
Vitorino Rodovalho encontrou naquele arriscado feito a sua carreira. Pôde invadir-se da nau em Lisboa, passando a Inglaterra e depois à ilha Terceira. Incorporado na armada constitucional, veio a falecer no alto posto de Contra-Almirante.
A viagem do iate, em missão importante da causa constitucional custou ao seu proprietário avultadas quantias e a liberdade, por quatro longos anos, ao intrépido liberal João Francisco de Oliveira Bastos.
(1) Pai do poeta Fernando Pessoa
O proprietário do iate chamou Vitorino Rodovalho, marinheiro hábil, e incumbiu-o de organizar campanha, o que se seguiu à custa de bastante dinheiro, porque o pânico era grande por se esperar já o bloqueio inglês, que pouco depois se estabeleceu, e andar anunciada a vinda da esquadra portuguesa.
Saiu, pois, o iate Santa Luzia em 24 de Outubro de 1828, levando a seu bordo o bacharel formado em direito, Dr. Manuel Joaquim Nogueira, (1) advogado, secretário do governo interino e um dos mais devotados ao bom êxito da revolução de 12 de Junho desse, e João Francisco de Oliveira Bastos, secretário particular do morgado Ornelas, seu amigo e confidente.
O primeiro levava despachos para D. Pedro IV, e o segundo para o marquês de Palmela.
Em Fevereiro de 1829 voltava o iate Santa Luzia de Inglaterra, quando foi obrigado a retroceder pelo bloqueio inglês. Trazia a seu bordo somente Oliveira Bastos, portador de despachos do Marquez para a Junta Provisória.
Saindo de novo de Plimouth e chagando aos mares da ilha Terceira, foi aprisionado pela fragata Pérola, que se estava, com outros navios da esquadra, no bloqueio da Ilha.
Oliveira Bastos deitou ao mar os despachos que trazia e conjuntamente com a tripulação do iate passou para a fragata Pérola e, depois para a nau D. João IV, onde Oliveira Bastos esteve com ferros aos pés, na praça d' armas e depois no porão, no dia da acção de 11 d' Agosto, onde o conservaram sempre a ferros, até que chegou a Lisboa meses depois.
Vitorino Rodovalho encontrou naquele arriscado feito a sua carreira. Pôde invadir-se da nau em Lisboa, passando a Inglaterra e depois à ilha Terceira. Incorporado na armada constitucional, veio a falecer no alto posto de Contra-Almirante.
A viagem do iate, em missão importante da causa constitucional custou ao seu proprietário avultadas quantias e a liberdade, por quatro longos anos, ao intrépido liberal João Francisco de Oliveira Bastos.
(1) Pai do poeta Fernando Pessoa
Fonte: AA1908 de Jácome de Bruges
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