"Qual teria sido a língua primitiva, ou que língua falavam Adão e Eva no paraíso, é questão que tem exercido a sagacidade de muitos sábios, sempre em honra do país a que cada um pertencia.
Os rabinos, por exemplo, querem que a língua mãe fosse a samaritana.
Brigant quer que fosse o baixo – bretão e, para conciliar o seu sistema com a etimologia dos nomes – Adão e Eva – chega a dizer, e com seriedade de um homem do norte, que, tendo-se Adão engasgado com o fatal pomo, teria exclamado: a tam (que bocado!) e, Eva seguramente lhe responderia: eu! (bebe).
J.B. Erro, autor espanhol, inclina-se a que da língua vascã que Adão tirou todos os nomes que deu aos seres e às coisas.
André Kemp diz que no paraíso se falaram três línguas: o sueco, o dinamarquês e o francês. Deus reservou-se a primeira, Adão responde-lhe na segunda, e foi em francês que Eva foi tentada pela serpente.
Os persas também dizem que no paraíso se falavam três línguas, mas já não são aquelas três, como se pode supor, são outras – persa, árabe e a turca. Adão e Eva falavam entre si a língua do amor e da poesia – a persa; a serpente usou para os seduzir, da língua da eloquência e da persuasão – a árabe; mas quando o anjo Gabriel os expulsou do paraíso, vendo que não escutado nem em persa nem em árabe, falou em turco.
Critério não haverá em nenhuma destas opiniões, mas patriotismo não falta".
Adão e Eva não usavam tanga, mas parra... quiçá progenitora da “Verdelho dos Açores”.
No Almanaque Açores, 1917
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