quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ciclo do Espírito Santo (25)


Freguesia de São Brás


Pentecostes

Por: Álvaro Monjardino

“Eis-nos chegados à época anual da grande celebração da fraternidade que é o «nosso» culto do Espírito Santo, marca identitária que vem acompanhando o povo dos Açores desde o Povoamento, como bem documenta o acto fundador do primeiro hospital deste arquipélago, na então vila Angra e naquele longínquo dia 15 de Março de 1492. O que disso nestes dias de confraternização entre nós se vive – bem mais do que sobrevive, note-se bem – é, simplesmente e talvez sem plena consciência, o senso de uma única Humanidade. Porque é essa a própria ideia de «império» – o universal, anunciado no Pentecostes com a comunhão das línguas e a igual dignidade de todos os Homens.

Este culto popular açoriano nunca deixou, na verdade e ainda que geralmente desacompanhado de reflexões teológicas, de transportar essas bases de uma igualdade e uma fraternidade que nada mais prefiguram que o tal império (= domínio) do Espírito Santo, relanceado no dia de Pentecostes pelos discípulos de Cristo iluminados com a vinda do Consolador e do Juiz, aquele dom das línguas e o decorrente ânimo de proselitismo que iria marcar tão profundamente a nossa civilização e, por via ela, a Humanidade.” (In A União de 9 de Junho de 2011) Ler mais aqui.




A “Despensa”

Junto à “Despensa” o mastaréu ou mastro da Aleluia, com a tradicional “bandeira pintada à mão” fazendo lembrar os trabalhos dos artistas Mestre Bugango (Francisco Vieira Toste) da Vila de São Sebastião, Manuel Félix Tavares (Mestre Félix), José Cardoso Justino da freguesia de Fontinhas, ou da jovem biscoitense Diana Pimentel, actualmente a dar continuidade a esta tradição artística.

Os Foliões junto da “Despensa” em 1964

Quero dar a despedida
Aqui hoje neste dia.
O Senhor Espírito Santo
Vai na nossa companhia.

Cantigas dos Foliões.
In “Ilha Terceira – Notas Etnográficas”

As opas e o tambor, numa das paredes da “Despensa”, recordam os Foliões da Freguesia

A confraternização


Nos carros de toldo a confraternização e um convite “a gastar”

Continua


2 comentários:

blogas disse...

Às tantas, eu estava aqui neste dia (foto dos foliões)

Bagos disse...

Também estive... e provei a massa sevada!