“Do Território dos Biscoitos!”
Por : Victor MS Cardoso
Cumprimentos iniciais:
Aos Organizadores: Ao Grupo de Baile da Canção Regional Terceirense, pelo honroso convite que me foi dirigido;
Ao Museu do Vinho e à sua Casa Agrícola Brum. Pela Instituição, por tudo aquilo que ela representa e à sua ilustre Família «Brum», sustentada na amizade e admiração que lhes reservo e hoje com redubrado regozijo pelo 93º Aniversário do Comendador Fernando Brum;
Ao Inatel, sem dúvidas como grande impulsionador, inicial, desta valiosa iniciativa cultural;
À Confraria do Vinho Verdelho, na pessoa do seu Grão-Mestre aqui presente Dr. Francisco Maduro-Dias;
Minhas Senhoras e meus Senhores
Caros Amigos
“Nas terras que meu pai Lavra
Não quero trigo nem linho:
Quero Rosas, quero festa,
Quero uvas, quero vinho !”*
*NEMÉSIO Vitorino. In «FESTA REDONDA» Decimas & Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira. 1950
Nota Introdutória e Justificativa na apresentação desta Comunicação
Do Território dos Biscoitos:
Proponho-me falar um pouco sobre cada uma das temáticas, que selecionei, aqui partilhar convosco um pouco, sobre este Território, que julgo, merecer de todos nós uma atenção particular.
Do Território dos Biscoitos, dizer-vos que desde muito cedo comecei a frequentar esta freguesia, situada na banda norte da ilha, era uma constante do meu quotidiano semanal, vir até cá na companhia de meu Pai, que foi comprando uns pomares e depois conseguiu mesmo possuir uma agradável parcela de terra de fruta.
Dos Pomares às vinhas, foi quase uma natural sequência, pois encontramo-nos na excelência da terra produtiva de vinhas dos Açores, de superior qualidade – tinha os meus 6 aninhos, viagens essas, algumas com várias peripécias, que não importará aqui desenvolver, mas isto para vos dizer, que tenho efectivamente uma grande ligação a este território, e por via disso, também à Cultura da Vinha, apartir dos meus 9 anos de idade, passava sempre o Verão aqui nos Biscoitos, até à Festa do Porto.
I - Das memórias das minhas Vindimas num registo antropológico
… Eram 10 Alqueires de terra, de vinha, que meu Pai possuia em finais dos anos 60, assim distribuidos: 6 alqueiros no lugar da Ponta Negra, 0,5 (meio alqueiro) na Canada das Vinhas e 3,5 na Canada do Porto (Can. do Arrubim), todas elas neste território dos Biscoitos. Nos dois primeiros predominava a casta Isabella, do popular, vinho do Povo o «Vinho de Cheiro», vinho dos Bôdos e das Alcatras, para as Famílias mais modestas e do qual se fazia também a Aguardente da Terra e a Angelica. Tinhamos também já alguns pés de Jaquez da Madeira plantados.
Já na vinha do Porto (actual Vinha do Palheiro, nossa denominação) e que se encontra em fase de recuperação, de que vos falarei de seguida, a rainha das castas era o Verdelho e o Terrantez da Terceira – era a famosa Vinha do «António da Chica», como era conhecida das gentes dos Biscoitos (ele possuía uma grande Adega situada no Caminho do Concelho um pouco mais a baixo do Chafariz, aqui da Praça).
(Continua)
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