terça-feira, 28 de maio de 2013

A propósito de Natália…Entre linhas e letras


 Como já referimos aqui, o Instituto Açoriano de Cultura inaugurou no dia 24 de Maio pp, uma exposição de Luís Brum intitulada «A propósito de Natália…Entre linhas e letras».

Num ano em que, um pouco por todo o território nacional, se reverencia a memória de Natália Correia, não poderia o Instituto Açoriano de Cultura manter-se à margem dessa homenagem por demais merecida, onde justificadamente se reconhece a dimensão desta Açoriana que, das artes literárias à politica ativa, marcou claramente a sua época e as vindouras.

Como qualquer obra literária de vulto, a sua leitura e interpretação ao longo dos tempos permite a reinterpretação dos seus conteúdos, tornando possível a influência conceptual em áreas distintas desta, como as artes visuais de um modo geral e o desenho de um modo particular.


A exposição com que Luís Brum nos presenteia vem precisamente coincidir com o intento da homenagem, e recorrendo à sua linguagem conceptual que já se torna conhecida, “reescrevendo” Natália” a partir de um conjunto de cenários ficcionados, porém dolorosamente prováveis, onde personagens antropomórficas contextualizam leituras do passado com preocupações do presente, estabelecendo uma ponte geracional entre posturas contemporâneas.  

A materialização deste conjunto de desenhos, e a sua apresentação pública que agora se inicia, cria a obra do jovem e promissor artista Luís Brum, que em boa hora aceitou o convite que lhe endereçámos, relembrar outros (ou outra…) que lutando, pelo direito à construção do futuro, recorreram a “ferramentas culturais” que sempre se mostraram eficazes.

Sabendo que o futuro se constrói, é nossa obrigação participar responsavelmente e ativamente na sua discussão, para lapidar ideias e conceitos aparentemente dispensáveis, mas que realmente se tornam no aglutinante identitário de um povo.” Refere Paulo Vilela Raimundo, Presidente do Instituto Açoriano de Cultura, no catálogo da exposição.


Para Luís Brum “a exposição é uma viagem por um mundo a preto e branco em que o traço do autor converge com poesia e imagética de Natália Correia e outros autores, na caracterização de um universo próprio do autor, com elementos recorrentes de pretéritos antropomórficos. 
Neste mundo se confrontam realidades urbanas e insulares. A Natureza, como elemento gerador de vida num lugar retorcido em si mesmo, tornando-se o veículo para o sonho.”


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