terça-feira, 24 de abril de 2012

JÁCOME DE BRUGES BETTENCOURT

PASSOU À APOSENTAÇÃO


Passou, recentemente, à situação de reformado o nosso colaborador Jácome de Bruges Bettencourt, que durante trinta anos pertenceu ao quadro de funcionários do Município Angrense, concretamente aos serviços culturais.

Assim, colegas e amigos reuniram-se, no dia 12 de Março pp, com o homenageado na pastelaria “O Banquete”, ao Alto das Covas, Angra do Heroísmo, para celebrar a sua cessão de funções públicas e, simultaneamente, desejar-lhe as maiores felicidades para a futura vida intelectual e cultural que continuará a desenvolver e projectar-se em várias áreas, já que, pelo que sabemos, tem várias intenções e desígnios, como foi salientado por colegas, como Sandra Bessa, Catarina Rocha, Sandra Costa, Ricardo Matias, Vítor Brasil e outros que fizeram questão de comparecerem na quase totalidade, o que comoveu e muito agradou Jácome de Bruges. Foi-lhe, em momento próprio, entregue pelos antigos colegas, uma lembrança, a que se associaram a presidente da Câmara, Sofia Couto e a vogal do conselho de administração da Culturangra, Assunção Melo, por sinal, uma garrafa em cristal Atlantis para vinhos, não fosse o lembrado um apreciador e defensor do Verdelho açoriano, como é do conhecimento de toda a gente. Lembrança que o visado disse iria carinhosamente guardar, pela significação que encerra.



Coincidentemente, temos conhecimento que, Jácome de Bruges Bettencourt, acaba de completar meio século como colaborador de órgãos de comunicação social, dando os primeiros passos em “O Debate”, de Lisboa e “O Telégrafo”, da Horta, e seguidamente em muitos outros títulos da imprensa escrita do Faial, Terceira, S. Miguel, Lisboa e Évora.

Não quis assim, o Bagos d’Uva (onde JBB colabora) deixar de estar presente neste momento, e de lhe fazer algumas perguntas.

Bagos d’Uva. O que representa para si este momento?
J.B.B. Olha é o encerramento de um capítulo da minha vida, a caminho dos 66 anos, uma capicua. Teve, como acontece com tudo, momentos melhores e piores. Mas, em carreiras públicas deste tipo para pessoas irrequietas, algo insubmissas e pouco “alinhadas” ou rebeldes, se quiserem chamar assim, não é fácil. Há contenções, desmotivações, coisas que por vezes geram dependências político-partidárias desagradáveis. Para quem nunca quis estar sujeito a tristes caciquismos, será difícil fazer vida destas funções, a menos que se “venda” e preste a subserviências tristes perante os poderes, o que não é limpo de forma alguma e consentâneo com os nossos ideais.

No entanto, devo dizer que sempre respeitei, o melhor possível, superiores hierárquicos e penso que sempre me respeitaram. Por isso, fiquei contente de ver aqui, mais de meia centena de colegas de trabalho e Amigos.

B. d’U. O que vai fazer agora?
J.B.B. Vou continuar a participar na vida da comunidade em que estou inserido, como sempre fiz, mas quero reservar mais espaço temporal para estar e passear com os meus netos, em número de cinco (por enquanto). Vou continuar, enquanto puder, a viajar pelo Mundo, pelo menos, assim espero… Vou realizar mais um cruzeiro pelos Fiordes da Noruega. O único país do Báltico, que nunca visitei. Tenho a maior admiração por estas monarquias do Norte que dão exemplos de como se vive com qualidade. Penso ir, brevemente também, a Moçambique e países vizinhos. O meu filho Nicolau está com a mulher e as minhas netas em Maputo.

B. d’U. E, vai continuar a escrever?
J.B.B. Claro. Pelo menos enquanto mexer as mãozinhas e quem está na 3ª idade não deve fazer projectos para prazos alargados. Acabo de entregar ao Doutor Ricardo Madruga da Costa um trabalho com cerca de 40 páginas para o Boletim do Núcleo Cultural da Horta. Tenho mais dois em fase de conclusão para publicar por instituições culturais, como o Instituto Histórico da Ilha Terceira e trabalho em 2 livros, um deles de parceria com os Doutores Avelino e Lúcia Santos. Assim, como se percebe, não me vou sentar, ainda, em bancos de jardim. Continuo a frequentar as minhas tertúlias de café, onde se fala bem e mal disto e daquilo. O que é bom sinal… Sempre gostei de falar mal dos governos e então dos políticos, nem se fala… Deve ser, por estar, desde sempre, na oposição…
RX

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