segunda-feira, 27 de outubro de 2008

E assim vai o nosso Património...

Antigo Hospital Militar, Ermida da Boa Nova e
Cemitério dos Ingleses
 

Ermida da Boa Nova

Situada no largo do mesmo nome e contígua ao antigo hospital militar, foi esta ermida construída pelos castelhanos em 1584.
Nesta ermida, que no principio se denominava de Nossa Senhora do Terço. Quando, no dia 24 de Fevereiro de 1642, foi avistada pelo povo terceirense que ladeava a ermida, a bandeira branca içada no mastro da fortaleza, soltou-se imediatamente o grito de Boa Nova, e com este nome ficou sendo conhecido o local e a ermida.
Foi neste templo que se celebraram os trabalhos da capitulação castelhana, pelo que El-Rei D. João IV elevou esta ermida a capela real. Ainda hoje existe, sobre a modesta porta de entrada, o timbre de armas reais daquela época. Foi também ali que, em 1653, começou a devoção do Terço, ensinado pelo insigne Padre António Vieira, no regresso do Maranhão.


Depois de 1828, foi a ermida profanada e nela funcionou a primeira imprensa dos Açores, denominada de Prefeitura ou do Governo, desde 1832 até 1835, sendo compositor, o emigrado português, sargento-ajudante do Batalhão de Voluntários, João de Sousa Ribeiro.
Retirada dali a imprensa por ordem do Prefeito Luiz Pinto de Mendonça Arraes, Barão de Valongo, alguns devotos conseguiram, com a aquiescência do governador do castelo, Joaquim Zeferino de Sequeira, restaurar esta ermida, onde se rezava todos os Domingos de tarde, o Terço de Nossa Senhora, ficando de olhar por ela o dito Sousa Ribeiro que, sempre no mês de Outubro, promovia a festividade, da Santa Virgem. Á hora da morte, pediu João de Sousa Ribeiro a seus filhos que continuassem a promover aquela festividade, o que viria a acontecer.
Esta ermida é de pequenas dimensões. Tem um só altar com a imagem da Virgem e um pequeno coro alto.

Cemitério dos Ingleses

Encontra-se junto à ermida da Boa Nova dentro de um pequeno campo murado assim designado por ter sido este terreno concedido em 1813 pelo capitão general Ayres Pinto de Sousa, para ali serem sepultados exclusivamente os cadáveres dos súbditos da Inglaterra.
O primeiro cadáver ali sepultado foi o cônsul britânico Diogo Alton, em Maio de 1813, e durante a época da grande exportação de laranja, em que o porto d’Angra era frequentado por navios ingleses, alguns enterramentos se fizeram neste cemitério.

Que hoje está, tal como a ermida e o antigo hospital militar, totalmente abandonado. Ainda existe e resiste à espera da boa nova...

Excertos da obra Memória sobre a ilha Terceira por Alfredo da Silva Sampaio, Angra do Heroísmo, (Açores) Imprensa Municipal – 1904

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