Neste Domingo, 4 de Julho de 2010, e no fim de semana que o rodeia, vários pontos do País serão cenário para celebrações do Dia do Vinho.
Criado em 2004 pela Vini Portugal, a data, variável mas sempre em torno do Domingo mais próximo do dia 1 de Julho, pretende ser uma celebração das qualidades e potencialidades do vinho português de qualidade e das possibilidades económicas, culturais, turísticas, de algo que é profundamente nosso, enquanto castas produtoras, enquanto modo e modos de o produzir, enquanto costume e gosto de o beber, enquanto base de rituais religiosos (antes e depois de Cristo).
Beber vinho – com a moderação requerida, senão perde-se-lhe o gosto – é um acto de cultura.
Saber encontrar-lhe os “compadres” adequados é, até, um acto de erudição gastronómica, pois não basta, embora ajude, dizer que o peixe vai com branco e a carne com tinto, pois há muitos tintos, variadíssimos brancos e, se colocarmos de lado os tais mostos concentrados que confundem regiões produtoras e misturam sabores, leva-se uma vida inteira a aprender e a degustar.
A Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, nascida da intenção profunda de pugnar pela viticultura de qualidade nos Biscoitos da Terceira e nos Açores inteiros gostaria de salientar a importância deste dia e deste tipo de celebrações.
O vinho, como produto cultural e como gerador de cultura não é nem pode ser um líquido qualquer. Ele traz consigo milénios de saberes e gostos, milénios de maneiras de ver e de conceber o Mundo.
Importa, desde já, afirmar que será relevante:
a) Promover as áreas produtoras de vinhos nos Açores como paisagens culturais que são. Não apenas como passado mas como lugares onde o futuro pode ser vivido com uma qualidade já desaparecida em muitos sítios do Mundo;
b) Promover a melhoria da qualidade, quer dos espaços produtores quer dos produtos surgidos;
c) Pugnar pela dignificação de todas as tarefas que conduzem ao néctar bebido. As ocasiões festivas devem servir também, num Mundo que tende a esquecer o valor do trabalho manual, para relembrar e tornar consciente em nós o esforço humano necessário, mesmo quando há recurso a técnicas modernas;
d) Analisar a possibilidade de se retomar a produção em zonas antigas e afamadas, hoje desaparecidas mas ainda com potencialidades.
e) Finalmente: o vinho, levado para casa em algumas garrafas, ao fim de uma visita ou de uma viagem, pode ser um embaixador generoso e amigo, pode e deve levar consigo os aromas e os sabores da terra visitada. Com o cuidado que o assunto encerra deve tentar-se separar as águas entre os vinhos produzidos exclusivamente com uvas de um “terroir” e os que, embora ao abrigo da lei, recorrem a complementos de mosto ou outros.
A Confraria gostaria ainda, neste dia, de cumprimentar e saudar todos quantos – nos Biscoitos e nos Açores – produzem, labutam, investem e trabalham para que haja vinha e vinho de qualidade nesta Região Autónoma.
Saudações Enófilas a todos!
Durante o dia de hoje, sexta – feira, 2 de Julho de 2010, a Confraria do Vinho de Verdelho dos Biscoitos promove, em Angra do Heroísmo, junto à marina uma degustação de vinhos tranquilos das castas "Verdelho dos Açores" e "Terrantez da Terceira" produzidos e vinificados por vários produtores/engarrafadores da ilha Terceira.
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