O terramoto do 1º de Novembro de 1755, que no reinado de D. José I, arrasou completamente a cidade de Lisboa, fez sentir os seus efeitos na ilha Terceira, como se vê da descrição de F. Drumond, nos Anais da Ilha Terceira:
(...)“Em todas as ilhas dos Açores se alterou o mar aquela mesma hora (9 para as 10 da manhã), e nesta ilha Terceira houve uma enchente, que nas partes mais baixas do sul entrou por terra dentro, lançando nela muitos peixes de diversas qualidades, No Porto Judeu subiu o mar a altura de 10 palmos na rocha mais elevada. Em Angra entrou até à Praça chamada dos Cosmes, hoje Praça Velha, ficando os navios boiando em seco, por se retirarem as águas quando quiseram fazer o acesso, e no refluxo levou o mar as muralhas da alfandega, muitas madeiras que por ali estavam, assim como os barcos varados no Porto de Pipas.”Acha-se a fl.211 do livro dos óbitos na Igreja Matriz da Praia da Vitória a seguinte declaração: “Em sábado 1º de Novembro dia da festividade de todos os santos ao presente ano de 1755, pelas nove para as dez do dia e a tempo que se cantava missa Tercia, estando o mar em ordinária tranquilidade, se elevou tanto em três contínuas marés ficando quase seca a sua profundidade por largo espaço, e nunca visto de pessoas de maior idade: e com estas três elevações insólitas entrou pelo porto desta Vila, inundando a lagoa dela, chamada o Paul da Praia, e todo o seu areal, desde o dito porto até o lugar da Ribeira seca, demolindo 15 casas a fundamentis, e entre elas a ermida do apóstolo S. Tiago, sita no lugar do Porto Martins; areando terras e vinhas, derribando paredes, que ficaram cravadas nos prédios dos seus donos, que com grande despesa as não restituíram ao antigo estado; nem em muitos anos produziram os frutos que antes rendiam...
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