No passado dia 14 de Setembro de 2018, faleceu em Angra do Heroísmo, com doença de foro oncológico, o sócio subscritor do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Paulo Agostinho Serpa Vieira de Areia, natural da freguesia de Nª. Sr.ª da Conceição desta cidade, onde nasceu a 18 de Fevereiro de 1942. Era o filho mais novo de D. Maria do Livramento Serpa Vieira da Areia, natural da mesma freguesia de Angra e do tenente do exército Agostinho José Vieira d’ Areia, nascido na freguesia das Lajes, Praia da Vitória, demitido ao participar na Revolução de Abril de 1931, pelo que, possuidor do Curso do Magistério Primário, se dedicou ao ensino, criando uma escola particular muito frequentada à época. Aderiu à Maçonaria o tenente Areia (Prometeu) e no início de 1932 tentou formar um Triangulo na Vila do Porto, para o que estava autorizado.
Paulo Agostinho Vieira de Areia fez os estudos primários e secundários na cidade natal e cursou a Escola de Regentes Agrícolas de Santarém. Porém, logo após concluir o curso, ingressou nos quadros da TAP, encontrando-se aposentado há alguns anos. Trabalhou no Aeroporto de Lisboa, tendo em 1976 pedido transferência para o Aeroporto das Lajes, onde exerceu várias vezes, em regime de substituição, o cargo de chefe de escala da TAP – Air Portugal.
Monárquico convicto, colaborou bastas vezes em projetos inerentes à sua ideologia. Foi deputado pelo PPM à Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo, em lista conjunta com outro partido, durante a liderança do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles. Era Sócio da Real Associação da Ilha Terceira. Integrou várias direções de instituições de índole cultural, recreativa, social e desportiva como Presidente do Clube Praiense, do Lawn Tennis Club e dos Rotários.
Foi um acérrimo defensor da nossa autêntica gastronomia, sobretudo dos pratos tradicionais. No tocante à doçaria da Terceira, conhecia-a como poucos e praticava a sua confeção, sobretudo de doces de ovos, não esquecendo o seu “doce de vinagre”, bem assim, o “arroz doce à moda da minha mãe”. Recordo, simultaneamente, as excecionais “papas grossas” em receita única, que elaborava no 1º de Maio, para quem o visitava nesse dia.
Chegou, a pedido do general Rocha Vieira e Ministros da República que lhe sucederam, a escolher e confecionar doces para receções a Chefes de Estado ou do Dia de Portugal no Solar da Madre de Deus.
Colaborou sobre esta temática, indicado pelo IHIT, na publicação “O Património perto de si – Entre o passado e o presente” da CRESAÇOR – Cooperativa Regional da Economia Solidária.
Gostava de livros, sobretudo de assuntos relacionados com os Açores e a sua história. Foi colecionador de antiguidades e objetos de arte.
Deixa viúva D. Maria Manuela Moreira da Silva Marques da Costa, natural de Paranhos, Porto, bacharel em pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, professora aposentada do ensino preparatório, com quem casou em 1975, em Loures. Fica ainda de luto seu filho Ricardo Marques da Costa Vieira de Areia, engenheiro civil pelo Instituto Superior Técnico (Universidade de Lisboa), delegado da Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas na ilha da Graciosa, casado com D. Helena Maria de Araújo Correia, licenciada em Direito (Universidade de Coimbra), advogada em Sta. Cruz da Graciosa. Deixa ainda anojados, o Dr. Henrique Vieira da Areia e D. Orlanda Maria Serpa Vieira de Areia Palma, irmãos do finado.
À Família enlutada, as nossas sentidas condolências.
Jácome de Bruges Bettencourt
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