Decorreu no dia 28 de Maio deste ano nas instalações da Casa Agrícola Brum Lda., nos Biscoitos, a cerimónia da geminação da Confraria dos enófilos da Estremadura com a Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, tendo participado nesta mais de meia centena de membros das duas instituições báquicas e dezenas de convidados. Presentes o Ministro da Republica, que é nosso Confrade de Honra e Devoção, o Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, o Subsecretário do Planeamento do Governo Regional dos Açores, o representante da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, autarquia que é Confreira de Mérito da C.V.V.B.
Pelo Grão-mestre da C.E.E. Tomaz Pedro Ribeiro Corrêa foi salientado o facto de ser a primeira vez que um acto deste tipo se realiza em Portugal, desejando que a partir desse momento se estabeleçam, para além dos laços de amizades, algumas trocas técnicas e culturais.
Usou da palavra o Grão-mestre Luís Brum da C.V.V.B. que a dado momento afirmaria:
“A estima recíproca destas Confrarias, tem sido um laço que tem vindo cada vez mais a apertar-se. Recordo os convívios entre estas associações báquicas e as presenças das mesmas em cerimónias de investiduras de confrades. Uma geminação da Confraria dos enófilos da Estremadura com a CVVB, traduz um espírito de bem combinar, de bem ligar as ideias numa amizade fraterna.
O verdadeiro sinal da destruição de um país, é quando aqueles que se devem unir, se separam e se abandonam.
Apesar de sediada num Arquipélago, a CVVB tem objectivos semelhantes aos da sua congénere da Estremadura, como a defesa de uma região, a promoção, a valorização e divulgação do vinho de qualidade. E, no que toca à qualidade de vida das videiras, os problemas são idênticos, salvo algumas diferenças de sensibilidade. Estou efectivamente a comparar os Biscoitos por exemplo a Carcavelos e também a Colares, Regiões onde a paciência é amarga, mas os seus frutos são doces. A PACIÊNCIA É POIS, UMA AMIGA GENEROSA, que durante a prosperidade não aparece, mas que se nos apresenta a oferecer os seus socorros, quando a desgraça os torna necessários.
O pacto agora realizado, com o derrame de vinho branco das duas regiões, em conformidade de sentimentos unindo as duas Confrarias, lembra a nós confrades, acompanhantes, convidados e a todos os presentes a origem do VINHO como cultura dos povos, enfim, somos Irmãos Enófilos”.
Disseram ainda algumas palavras de circunstância o Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória e Sua Excelência o Senhor Ministro da República para os Açores.
Os vinhos brancos das duas Regiões para esta cerimónia foram devidamente apreciados pelos “escanções” da cada confraria que em breves palavras deram a conhecer os dois vinhos. Depois de concluída a mistura todos os presentes tiveram a oportunidade de degustar o resultado da união. Foi de facto um ponto alto na cerimónia. Imediatamente se encheram duas garrafas em grés vulcânico propositadamente encomendadas para este acto, ao artista da ilha Terceira, Renato Costa e Silva ficando cada confraria depositária das respectivas garrafas que contém a seguinte inscrição: “Geminação da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos com a Confraria dos Enófilos da Estremadura” e as respectivas assinaturas dos dois Grão-mestres.
Após a assinatura do auto da geminação, pelos dois Grão-mestres e pelo Ministro da república, foi lido o mesmo pelo Mestre de ritos e cerimónias da CVVB, Jácome de Bruges Bettencourt, que dirigiu brilhantemente este acontecimento.
In Revista Verdelho, órgão informativo e cultural da Confraria do Vinho de Verdelho dos Biscoitos, n.º 6 Ano 2001
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